Emilia
A viagem era longa e cansativa, nenhum dos caras diziam para onde estávamos indo e eu mal conseguia sentir minha bunda ou minhas pernas depois de certo tempo. Minha única preocupação era continuar mantendo Emma segura, sem esmaga-la e machucar ainda mais suas costelas.
Durante nossas longas horas na estrada eu tentava não surtar, pensando em quão louca havia sido em aceitar ajuda de um completo estranho, ainda mais um motoqueiro. Fiquei horas e horas intercalando meus pensamentos entre pular da maldita garupa e correr para longe com minha filha e repetir para mim mesma que era um risco valido para se correr, que mesmo que fosse uma armadilha eu daria um jeito de nos tirar dessa. Esses homens podem ser grandes, barbudos e mal encarados, mas não sabem a força de uma mãe puta. E eu estava mais que puta nesse momento.
Nunca senti tamanho ódio em toda a minha vida e eu tinha muito medo do que isso pudesse me transformar. Por que eu temia o que faria se um dia visse Matthew novamente e isso me assustava pra caralho. Eu odiava no que ele me transformou, essa nunca foi a Emilia de verdade, ele me fez mudar tanto que mal me reconheço.
Exausta de tudo que aconteceu hoje, tanto mentalmente quanto fisicamente, crio coragem e peço para Tiger fazer uma pequena parada, não aguentando mais ficar tanto tempo sentada e segurando Emma.
A parada foi rápida, acordei com muita dificuldade uma Emma extremamente sonolenta. Fiz com que bebesse um pouco de água junto com seus remédios e fizesse xixi, ela me obedeceu muito contrariada, mas obedeceu. Tentei mante-la um pouco acordada, mas o que quer que tenham dado a ela no hospital continuava deixando-a extremamente sonolenta.
Não sei se foram meus gemidos de dor ao voltar com Emma no colo ou minha cara miserável, mas assim que Tiger me viu ele pegou a sacola de remédios em seu alforge, leu os vários rótulos e tirou alguns comprimidos de um dos vidros.
— Aqui — esticou seu braço com dois comprimidos em mãos — para dor. Você esta uma merda!
— Obrigado — disse pegando os remédios e jogando os na boca, sem água nem nada.— Eu realmente me sinto como uma — rio sem graça.
— Aproveitei nossa parada e liguei para o Prez...
— A policia esta me procurando não esta? — disse agoniada, rezando que ele negasse, mas sabendo no fundo que isso não aconteceria.
— Sim, mas a merda se tornou mais seria, eles criaram um alerta Amber para a pequena.
— O que? Aquele desgraçado! — Abraço um pouco mais fortemente minha filha, cada parte do meu corpo gritando de dor, mas pouco me importando. — Ele nem se incomodou em registrar a própria filha e agora esta "preocupado" com seu desaparecimento? E... E dando a entender que eu a tivesse sequestrado? — grito e Tiger se aproxima tirando delicadamente Emma de mim.
— Se acalma mulher! Ninguém esta falando isso porra! O Prez esta tentando descobrir mais sem chamar a atenção, assim que ele souber mais ele vai entrar em contado, mas o alerta esta feito e por isso temos de sair o mais rápido possível daqui. Ainda temos um longo chão pela frente, se fecharem as estradas não vamos conseguir sair.
— Merda! Merda! Merda! Filho da puta! Desgraçado! — Xingo Matthew com todas as minhas forças de todos os nomes possíveis que eu possa se quer pensar no momento. Era a única forma de tentar aliviar um pouca desse ódio borbulhando dentro de mim. Eu precisava me acalmar, principalmente... precisava parar de tremer, eu possuía uma carga muito preciosa em meus braços para se quer arriscar que algo acontecesse mais um vez por culpa daquele filho da puta.
><><
O dia havia se tornado noite e depois dia novamente, o sol ja estava queimando nossas cabeças quando um dos outros cara se aproximou e gritou que estávamos perto da nossa próxima parada. Eu sabia que esses quatro homens não estavam fazendo nada disso por mim, mas sim por ordem de seu Prez, mas mesmo assim eu era muito grata a eles, por tudo, principalmente a Tiger por manter a mim e minha menina seguras em sua moto.
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Eu escolho você!
RomanceEmilia amava tudo que contasse uma historia, não importava se vinha em forma de livros, pinturas, musicas ou um vaso sanitário da década de 20. Ela amava imaginar a historia por trás de cada coisa e foi assim que saiu de uma minúscula cidade no Bras...