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Abri os olhos e me deparei com Diego sentado em uma cadeira próxima da minha cama cabisbaixo e apertando firme a minha mão.

Eu estava no hospital e isso não poderia significar boa notícia.

Encarei o teto, abalada.

As lágrimas escorreram pela lateral dos meus olhos.

Eu não queria perguntar, estava com medo de como seria a resposta.

Pelo menos eu tive a oportunidade de ouvir o coração do meu bebê, de carregá-lo em minha barriga, mesmo que por pouco tempo.

Isso é estar grávida, e eu nunca senti essa sensação.

Sorri eufórica, depois chorei baixinho, porque eu queria muito que essa sensação continuasse.

—– Amor? — Diego levantou a cabeça e me encarou triste.

—– Eu perdi o meu bebê, posso sentir — Sussurrei em meio às lágrimas.

As lágrimas saltaram dos olhos de Diego, mas ele limpou rapidamente se negando a acreditar.

—– Não diga isso, vamos esperar o médico retornar com o resultado dos exames — Ele disse com a voz embargada, porém esperançoso

Sorri fraco pra ele, pelo menos para tranquiliza-lo pois sabia logo viria o avalanche para nos derrubar.

Ele estava tão nervoso quanto eu, seus olhos estavam inchados, sinal de quem passou a noite chorando.

Eu não era a única que estava sofrendo.

Depois de alguns minutos o médico retornou, parecia um pouco sério.

Meu coração batia muito forte e a sensação era sufocante.

Diego levantou por impulso da cadeira e parecia agitado e ofegante.

O médico sorriu fraco pra ele e tocou em seu ombro como se estivesse o consolando de alguma forma.

E isso o fez congelar.

Assim que o médico chegou perto de mim, eu olhei pra ele, contendo as lágrimas, esperando o momento certo para desabar, quando ele pegou na minha mão, meu coração parou de bater, e eu prendi a respiração.

Me vi sofrendo uma morte lenta e dolorosa.

—– Ella, os exames mostraram que...

Diego sentou na cadeira em choque e olhou pro médico como se fosse ter um troço a qualquer momento.

—– Que apesar da hemorragia, não aconteceu nada com o seu bebê... foi apenas um susto.

Soltei um suspiro profundo como se tivesse voltado a vida naquele momento.

Diego demorou um pouco pra raciocinar, coitado,  não sabia se ria ou chorava ficou completamente perdido em meio a uma emoção tão grande.

—– Mas a senhorita vai permanecer sob observação e vai ter que se submeter ao acompanhamento médico...

Balancei a cabeça positivamente, com um sorriso enorme no rosto, mesmo o médico falando tudo aquilo.

Não importa o que terei que enfrentar nessa gravidez, eu só quero poder ter a oportunidade de ver o meu bebê nascer.

Assim o médico saiu, Diego e eu nos abraçamos e choramos juntos.

Não tinha espaço dentro de mim pra tanta alegria, era impossível de controlar.

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