Predestination

Quando Sua Condenação é Também Sua Salvação - Part One

Caso queiram uma maior imersão na cena, ouçam essa OST na segunda parte do capítulo, após o "(...)".

https://www.youtube.com/watch?v=RT_q0zQsCrE&t=10s&ab_channel=evannierachel

Boa leitura! ;)

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— Bem-vindos de volta! — A voz de Mirajane cumprimentara-os assim que passaram pelo portão da guilda.

O grupo que acabava de chegar de Onibus devolveu o cumprimento e foi se espalhando pelo salão para falar com outros companheiros. Estavam animados como sempre, mas Lucy não conseguia ser contagiada por tal sentimento. Antes disso, pegou-se observando todos os cantos do prédio, à procura das mechas rosas e um cachecol branco. Sem sucesso, entretanto.

Sua noite mal dormida e a volta para casa estavam, sem dúvidas, entre as piores horas que já vivera em toda a sua vida. Talvez poderia parecer exagero, mas conviver com seus pensamentos solitários sobre o que acontecera na noite anterior e remoer as milhões de possibilidades que lhe surgiam para como seria dali em diante conseguia ser pior que estar cercada de inimigos. Contra esses, pelo menos, ela conseguia lutar e os derrotar.

Inspirando fundo, aproximou-se, acompanhada de Erza, da mesa que Zeref e Mavis compartilhavam com Jellal, Levy e Meredy, a qual estava ali para visitá-los.

— Bem-vindas de volta, meninas — o Dragneel mais velho cumprimentou em um sorriso, sendo acompanhado dos outros presentes.

Ela agradeceu junto da amiga, que agora sentava-se ao lado do marido, mas não conseguiu impedir a si mesma de fazer a pergunta sem muitos rodeios.

— Vocês sabem onde o Natsu está? — Ignorou o olhar de Erza, encarando o casal.

— Quando saímos de casa, ele disse que só viria mais tarde pra guilda — Mavis foi quem respondeu.

— Aconteceu alguma coisa, Lucy? — Só quando Zeref lhe fez tal pergunta foi que percebeu o quanto sua feição devia estar transparecendo os sentimentos que rodeavam seu coração.

— Você não me parece bem — a fundadora da Fairy Tail completou. — E Natsu também estava meio estranho hoje cedo...

— Iie, não se preocupem. Está tudo bem. — Tentou melhorar as expressões faciais, mesmo que achasse difícil ser possível.

Sentando-se à mesa, tratou de tirar a atenção da mesa de si e entrou no assunto que os quatro antes discutiam — algo sobre os três novos membros do Conselho Mágico. Continuava a fingir que não percebia qualquer um dos olhares que recebia de Erza.

Sabia que a ruiva tinha notado seu estado desde a noite anterior, quando chegara no quarto sem dar muito assunto para qualquer um deles. No entanto, a mais velha só procurara descobrir o que estava acontecendo na manhã seguinte, e mesmo assim não insistiu muito quando ela se negara a explicar o que havia ocorrido; coisa pela qual era muito grata à amiga. Realmente não tinha intenção de falar com ninguém a respeito do que acontecera naquele jardim.

Tentando esquecer-se um pouco de todos os pensamentos e sentimentos que lhe afligiam, Lucy permaneceu na guilda pelo resto da manhã. Na altura do almoço, contudo, vendo que não conseguiria aquele feito, decidiu ir para casa, já que definitivamente não estava no mesmo clima que o salão começava a assumir, com a bagunça e a bebedeira de rotina.

No instante em que levantara-se, porém, e se esforçava em fugir das perguntas de seus companheiros sobre o motivo de estar indo embora tão cedo, fora salva – ou talvez nem tanto – por um Happy desabando em lágrimas, que atravessara o portão de madeira voando.