Irmã da Maria Joaquina (Daniel x OC)

Capítulo 10

 "Maria Luiza" "p-presente" "Paulo" "presunto!" todo mundo riu "silêncio... senão eu vou dar falta e vai ficar sem nota. Valéria?" "não veio" disse a Maju "ela faltou de novo, professora" disse a Laura e começamos a falar sobre o que pode ter acontecido "sem distração, gente" ficamos quietos "abram o livro de ciências na página 17. Carmén, pode iniciar a leitura"

Algum tempo depois, a professora pediu para a gente resolver alguns exercícios no caderno. Eu estava concentrada até que "Valéria?" me virei e vi minha amiga. Todos começaram a comemorar e fomos todos abraça-la, bem menos a minha irmã. "pronto, crianças. Já abraçaram a coleguinha de vocês. Agora, podem se sentar" nós obedecemos a professora "Valéria, seja bem-vinda" "obrigada, professora".

Algum tempo depois, o sinal tocou e fomos liberados pro intervalo. Porém, quando eu fui pegar uma folha para desenhar, acabei cortando meu dedo "ai" "algum problema, Maria Luiza?" disse a professora "tudo bem, só um descuido. Acabei me cortando com papel" eu falei suavemente "ah, entendi. Peça ao Firmino um curativo, ok?" "sim, professora Helena. Com licença". Eu saí da sala e fui encontrar o Firmino.

Eu o encontrei, mas ele estava meio abatido. "com licença, Firmino" "sim? Ah, olá Maria Luiza" "oi. Você teria um curativo pequeno? Eu cortei o dedo com papel" disse suavemente "acho que eu tenho. Me acompanhe" ele falou indo pro seu quarto e Maria Luiza acompanhando. "espere aqui" ela olhou ao redor do quarto e viu uma foto de uma mulher. "Firmino. Quem é essa moça linda?" Firmino se aproximou e pegou a foto "essa é minha mulher. Pilar" "onde ela está?" "ela infelizmente não está mais viva".

"nossa, s-sinto muito" "tudo bem.. Não foi intencional" "espero que ela esteja em um bom lugar. Ela com certeza está cuidando de você" ela falou abraçando o senhor "obrigada, querida. E eu tenho todos os alunos dessa escola para cuidar. Aqui está seu curativo" ele falou colocando o curativo no dedo dela "obrigada. Eu já vou indo" ela falou saindo do quarto dele. Um tempo depois, o sinal tocou

A professora estava anotando algumas coisas no quadro, mas as meninas não paravam de conversar. "meninas, posso saber que papo tão misterioso é esse que vocês têm?" disse a professora "é que na hora do intervalo tava falando de quem ia casar e quem não ia" ainda bem que eu fui conversar com os meninos ao invés de participar desse papo de casamento. "silêncio, aqui é uma sala de aula. Falamos sobre história, ciências, português... e mesmo sendo muito novas, casamento se fala no intervalo"

"e a senhora vai se casar?" perguntou o Cirilo "isso é problema meu" "e do seu noivo também" disse a Valéria fazendo o todo mundo rir "aí, a Valéria perguntou pro Firmino onde estava a mulher do Firmino e ele respondeu que estava em Portugal" "e daí?" "daí ela falou que os casamentos portugueses são bem moderninhos" a classe riu, menos eu e a professora "V-valéria, você não d-devia ter brincado com Firmino com isso" "mas eu não fiz por maldade, eu juro" "Valéria, a esposa dele está sim em Portugal. Ela está enterrada. Ela já morreu"

"Professora, faz muito tempo que a esposa do Firmino morreu?" disse o Daniel "O Firmino e sua esposa eram muito pobres. A mais de 40 anos, o Firmino saiu de Portugal em busca de dinheiro e emprego. Ele pretendia voltar para sua esposa, mas ela morreu antes disso e ele nunca mais a viu. Nós somos a única família dele" ela falou "eu não sabia" disse a Valéria "agora se faz de santa" "acho que ela está sendo sincera, irmã" "aff" "tudo bem, Valéria. Mas você tem que aprender que a vida não é feita de brincadeiras" disse a professora. "agora, voltem aos exercícios" disse a professora.

"Valéria" eu chamei baixinho "oi, que foi?" "tente se desculpar com o Firmino. Ele vai se sentir melhor se você se desculpar" "você acha?" eu sorri e concordei. Ela então pediu para ir ao banheiro e, logo depois de mostrar o caderno pra professora, ela saiu. Eu levantei minha mão "também já terminou, Maria Luiza?" eu concordei "pode trazer seu caderno, então" eu me levantei e mostrei o caderno pra ela "bom trabalho, querida." Ela falou enquanto carimbava meu caderno "obrigada" "pode se sentar"