O céu estava cinza naquela manhã de sexta-feira enquanto Emma varria a calçada do bar. Esse era o dia de maior movimento no Emma's, e tudo precisava estar limpo e bem organizado antes da chegada do primeiro cliente.
Na parte de dentro, Ruby já separava os ingredientes para preparar os pratos e os petiscos que seriam servidos ao longo do dia. Peter, o garoto das entregas, deveria aparecer por volta das 12h, enquanto Wendy chegaria às 18h para ajudar Emma e Ruby no turno da noite.
Aquela parecia uma sexta como outra qualquer, exceto por uma energia diferente que a alpha sentia no ar.
Ela dormiu na casa de Regina na noite anterior, porém as duas não ficaram todo tempo a sós, porque as noites de quinta agora também eram passadas na companhia de Madison e Henry, antes que elas se retirassem para o quarto.
A partir do dia do "café da manhã surpresa", Emma começou a conviver com os filhos e os pais de Regina. Já tinha passado mais de uma semana desde que ofereceu um jantar para a família da prefeita no Emma's, e tudo transcorreu como o esperado, sendo uma noite muito agradável. A cada novo programa em família, a alpha se sentia mais à vontade perto daquelas pessoas que eram importantes para Regina e que, pouco a pouco, conquistavam a afeição dela também.
Certamente, Emma estava aproveitando os bons momentos ao lado de Regina e dos filhotes dela. Eles geralmente jantavam, assistiam filmes e faziam disputas de jogos de videogames. Embora quase sempre Emma e Regina fossem massacradas pelas habilidades de Madison e Henry nos jogos, as duas se conformavam e diziam que o importante mesmo era competir. Na verdade, a alpha não poderia se sentir mais feliz por ter sido tão bem recebida por aquela família adorável.
Girando a cabeça, ela encontrou Leroy se aproximando da calçada, cambaleante. O alpha cantarolava uma música, segurando uma garrafa em uma das mãos enquanto tentava se manter de pé.
— Swan! — ele praticamente gritou, tropeçando na direção dela. Emma riu e estendeu um braço para segurá-lo, quase se embriagando com o cheiro forte de rum no alpha. — Só faltou você na festa... foi a melhor que o sheriff já deu — disse entre soluços.
— Percebi — franziu o nariz por causa do fedor de álcool — Mas você deveria ir para casa e descansar um pouco, Leroy.
— Não — o homem protestou, sacudindo a cabeça. — Você já está abrindo o bar? — olhou-a ligeiramente esperançoso.
— Só daqui a uma hora, e servirei apenas café amargo para você. — disse séria.
— Chata — o bêbado resmungou — Por que não foi para a festa do sheriff? — mudou de assunto novamente. — Ah, já sei... — ele colocou o dedo em riste sobre a boca, fingindo que ia contar um segredo — Você é a lobinha domesticada da Madame Prefeita — falou baixinho, antes de abrir um sorriso cheio de dentes, fazendo a alpha revirar os olhos.
Ela o ajudou a sentar num banco colocado na frente do bar.
— Fique quieto aí! — ordenou, voltando para terminar de varrer a calçada e apanhar a sujeira para descartar na lixeira.
Leroy vinha da festa de aniversário do sheriff Graham. Regina e ela haviam sido convidadas também, mas escolheram não ir, porque queriam passar um tempo de qualidade com os filhotes da ômega. Emma ficou contente quando Regina decidiu não ir, pois, por mais que a alpha tenha evitado dizer qualquer coisa que influenciasse a decisão da ômega, ela preferia não participar de uma festa organizada pelo alpha com quem pouco simpatizava e que permanecia interessado em Regina. O ciúme era um sentimento mesquinho, mas às vezes ela não podia evitá-lo.
Virando-se, Emma observou Leroy adormecido no banco e pegou a garrafa, já prestes a cair no chão, da mão dele.
Entrou no bar e deixou a vassoura com a pá encostada numa coluna enquanto começava a descer as cadeiras das mesas, arrumando-as em seus lugares. Perto de uma mesa mais afastada da porta, encontrou um envelope jogado no chão. Franzindo a testa, se inclinou para pegá-lo, virando-o para ler seu nome escrito no verso.
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When The Heat Comes [AboVerse | ShortFic ]
FanfictionQuando Emma Swan se mudou para Storybrooke, depois de receber um bar como herança, ela rapidamente se adaptou ao cotidiano naquela cidadezinha e, aos poucos, foi se familiarizando com as histórias (ou os boatos) que os clientes mais assíduos do bar...