72 - Back Home.

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Mariana narrando:

O médico abre a porta para nós, porta de um quarto que é bem semelhante ao que eu estava. Encontro os meus irmãos, Juan e Levi, ao lado de seu leito.

Assim que entro totalmente, meu pai vira o rosto em meu favor e se esforça para me dar sua atenção.
David abre um aliviado sorriso e suspira fundo.

Juan e Levi, me cumprimentam com um breve sorriso e eu me aproximo da cama.
- Como está se sentindo agora? - Ele pergunta.

Sorrio e balanço a cabeça em negativo.
- Eu quero saber como o senhor está. - Altero o enredo do assunto.

- Me sinto ótimo. - Ele responde com convicção.

Gargalho descontraidamente e respondo sarcasticamente...
- Ótimo com uma bala no peito.

- Ah, isso não foi nada. - Ele vira o rosto.

- Papai é forte. - Levi diz e em seguida bate amigavelmente no ombro de David.
Sorrio amigavelmente.

- A cirurgia foi feita lá em Los Angeles. A bala foi tirada o mais rápido possível. - O médico comenta.

- Viu, nem a bala quis ficar comigo. - David brinca.

Ele divertiu toda a situação, apesar de não ter sido engraçado e tudo ter corrido grandes riscos

O abracei demonstrando minha eterna gratidão, na frente de todos e sem timidez alguma.
De maneira brincalhona, meu pai disse que eu precisaria de no mínimo dez seguranças e de monitoramentos com câmeras, no apartamento em que vivo. Jake concordou, usando é claro, o pouco do humor que ele consegue expressar.

Meu pai segurou Miguel nos braços, o posicionou em seu leito e permitiu que ele montasse sobre seu peito.
- Cuidado com os pontos. - Aviso contendo o Miguel, que facilmente aceitou o colo e que o fez rir.

- Deixe o meu netinho aqui. - Pede.
- É o único que tenho. - Acrescenta.
- Quero fazer parte da vida de vocês. - Finaliza.

Sem uma boa reação, eu apenas mantenho meu corpo reto e dou um passo para trás. David não percebe meu recuamento. Distraído ele conversa e brinca com os pezinhos de Miguel, sem se importar muito com o que eu acho disso.

Ele salvou minha vida. Ajudou o Jake a salvar a minha vida e se arriscou, foi uma demonstração linda, porém, única.
Única comparada a todos os anos da minha vida até hoje. Desde a minha fase de insistência em receber amor do meu pai, até minha fase de negação de aceitar que tenho um.

Eu não preciso de um pai.

Posso está sendo idiota em pensar assim, depois do que ocorreu, ingrata na verdade, mas eu não posso evitar e nem mentir para mim mesma.

Com a descontrolada expressão de repugnância ao ouvi-lo exigir isso, levo meus olhos para trás, onde Jake estava. Por me conhecer, ele faz uma rápida e direta leitura facial em mim e em seguida limpa a garganta.

Retorno meus olhos ao meu pai e engulo seco.
- Ele está tão grande. - Comenta minutos depois.

- Sim. - Respondo de forma curta.

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Pelas informações que o médico passa, meu pai receberá alta só depois de amanhã. Seus pontos ainda são recentes e ele está em observação.

Jake se ausenta por alguns instantes, dizendo que precisaria abastecer o automóvel que nos levaria de volta ao apartamento. Enquanto isso, eu continuo no quarto do meu pai, recebendo mais uma vez a presença da minha mãe e a de Scarlet.

Reinventei Você (PARTE 2)Where stories live. Discover now