Thomas Lynch
Mirrors de Justin Timberlake tocava em minha caixa de som enquanto eu cantarolava pelo apartamento, deslizando e girando com a ajuda das meias em meus pés, limpando as bancadas, o sofá e mantendo minha atenção para não deixar o jantar queimar.
Denver late, correndo ao redor dos meus pés e o pego em meu colo, dançando com meu filhinho de um lado para o outro e cantando a música. Ergo Denver no ar, ele põe sua língua para fora soltando um latido e balança seu rabinho feliz.
— Sua mãe vem jantar aqui! – ele lambe meu rosto e gargalho, soltando-o no chão e encarando seus olhos — Ok.. senta! vamos ter uma conversa de pai e filho agora!
Me agacho em sua frente, pegando a patinha minúscula de Denver em minha mão.
— Se comporte! não faça nada para assustar ela... ouviu? e por favor, não morda as sandálias de Em, ela vai comer eu e você como sua janta! – ele late, balançando o rabo uma vez e aceno para ele — E não invente de aparecer quando estivermos brincando... Denver, juro que vou colocar você de castigo! estou sem sexo há quase um mês, virei um celibatário!
Eu termino o jantar, tomando um banho rápido para tirar a roupa do trabalho e visto uma calça moletom cinza e uma camiseta preta comum, caminhando até a porta e enxugando meus cabelos ao mesmo tempo quando ouço a campainha tocar, Denver late, sentado no sofá e brincando com seu osso que comprei para ele essa tarde.
Abro a porta, e Emma estende uma garrafa de vinho na minha frente, sorrindo. Desço com meus olhos por seu corpo, olhando para o vestido folgado em seu corpo e de manguinhas longas que iam até os seus cotovelos, ela estava confortável. O cabelo preso em um coque frouxo e com alguns fios rebeldes soltos, subo devagar até encontrar seus olhos verdes também me avaliando e abro espaço para ela entrar.
— Você está cozinhando? – Emma pergunta, caminhando até o balcão e colocando a garrafa de vinho em cima.
— Sim, eu estou.
— Você... sabe que não precisava disso, certo? eu estava pensando em pedirmos pizza.. ou sushi..
— Você quer comer sushi? a gente pode pedir se você qu-
— A comida que você fez parece ótima para mim – ela me corta com um sorriso em seus lábios e olha para o sofá, onde Denver a encarava com a cabeça inclinada para o lado e com um olhar de cachorrinho chorão. Eu te entendo filho, eu também faço de tudo pra ter os olhos dela em mim.
— Ele ainda não aprendeu a lidar bem com a rejeição...
— Idêntico ao pai – ela resmunga, indo até ele e pegando o cachorro em seus braços, beijando o topo da sua cabeça e sorrindo quando ele começa a se mexer em seu colo, parecendo feliz por finalmente ter a atenção dessa mulher.
— Sim, nós realmente somos parecidos – digo, passando pelos dois que estavam no maior chamego e pego a garrafa de vinho, abrindo-a com um abridor e servindo duas taças para nós dois.
— Eu posso ficar com ele? – Emma me olha, e eu arqueio uma sobrancelha em deboche.
— Você não era alérgica, sua ordinária?
Ela dá de ombros, balançando Denver em seu colo — Eu estava muito zangada! só queria te chutar de todas as forças..
— Em.. você mentiu sobre ser alérgica só para não aceitar meu presente? – pergunto calmo, totalmente inacreditado com sua capacidade de ser uma bruxa do mal.
— Olha, não me faça raiva, ok? eu sou muito rancorosa! eu sempre fui assim, Lynch! se você pisar no meu calo eu faço o pior com você e não me importo.
— Até mesmo negar um cachorrinho filhote e inocente!? – nego com a cabeça, incrédulo demais — Você foi muito baixa, largue meu filho!
— O que..? – vou até ela, pegando Denver em meus braços que já dormia pelo seu carinho e coloquei ele na sua caminha — O que foi isso?
— Você não vai tocar nele! olha só o que você fez por puro ego.. se quisesse machucar alguém fizesse à mim e não ao pobre filhote de doguinho.
— Você está querendo brigar por causa do cachorro?
— Por sua falta de caráter, sua vaca! – rosno para ela, embrulhando meu filho.
— Foda-se, essa porra aqui não vai funcionar – ela se vira para sair e me levanto, segurando sua mão e impedindo que ela vá embora.
— Você não vai me dar as costas outra vez, é só que... Denver é um filhote incrível e eu queria te presentear com ele, mas..
— Você o quer – Emma completa, suspirando e sorrindo — Tudo bem, estamos de acordo que você é o mais apto a ser o pai aqui.
— Eu deixo você fazer carinho nele quando a minha mágoa passar – digo sério, caminhando até o balcão com ela atrás de mim.
— Tanto faz, a mágoa é sua mesmo.
— Moser cadela agindo novamente – imito uma voz robótica, e Emma gargalha levantando suas mãos em rendição.
— Ok, sem Moser cadela essa noite.
— Isso seria um milagre – digo, abrindo o forno para retirar a carne lá de dentro e a barriga de Emma roncou alto — Com fome?
— Sim.. o dia foi tão corrido que não tive tempo para comer direito. Você saiu cedo do trabalho?
— Sim – respondo, não dizendo a parte que deixei as coisas para amanhã, só para poder voltar cedo e fazer nosso jantar — Não tinha muito o que fazer pela empresa hoje.
Coloco a travessa com o filé mignon assado em cima do balcão e olho para Emma, que tinha seus olhos brilhando enquanto encarava a carne.
— Mesmo se você tiver colocado veneno para me matar... eu vou comer mesmo assim.
— Veneno na carne? – arqueio a sobrancelha.
— É o cenário perfeito... você convida a mulher que odeia e magoou para jantar para pedir desculpas e aí coloca veneno em sua comida para matá-la.
— Definitivamente não, e isso é bizarro pra caralho – discordo, ouvindo a risadinha rouca de Emma.
— O que? faz todo sentido na minha cabeça.
— Nós sabemos que você é desmiolada pra caralho, Moser. E estamos de acordo que depois do que você fez a Denver, você até merecia morrer essa noite.
— Gostou mesmo do pirralho, né? – ela olha por cima do ombro para o cachorrinho dormindo em sua caminha e sorri, olhando para mim novamente.
— Se eu gostei? eu sou apaixonado por esse moleque rebelde.
— Ele é muito parecido com você.
— Talvez eu volte lá e pegue o cachorro que tentou me atacar, ele sim combina com você – digo sorrindo, ignorando o olhar mortal de Emma sobre mim.
Nós nos servimos e vamos para o sofá, nos acomodando e começando a comer, Emma come um pedaço da carne e geme em satisfação, um gemido tão simples e inocente que me fez querer jogar ela no chão e foder com ela até nossos corpos caírem ao lado um outro, cansados.