*Nota da autora:
Ouvir a música " when The party's over"
Boa leituraUm tempo depois do meu término com o Jony, eu já estava me sentindo bem melhor, estava melhor no trabalho, conseguia me dedicar nas minhas tarefas, e acima de tudo, finalmente estava aproveitando minha vida.
Mas quando se trata da minha vida, não a nada incrível, que não possa se tornar horrível, do dia pra noite.
E foi assim, em um piscar de olhos, tudo começou de novo.
Eu estava em casa, mais precisamente no estacionamento, estava descarregando minhas compras com a ajuda do porteiro, quando recebi uma ligação, e sem esperar muito, eu atendi.
- Alô.
Do outro lado da linha, eu não conseguia ouvir nada, além de uma ventania, que fazia a sensação de estar com o telefone próximo ao meu ouvido ser ensurdecedora.
- Daph... princesa... sou eu...
E era ele, o Jony, a ventania não tinha cessado, mas ainda consigui distinguir sua voz.
- Meu amor, eu não queria te encomodar, só queria te dizer, as minhas últimas palavras.
- Que merda é essa de últimas palavras Jonatan!? - eu perguntei, mas não obtive nenhuma resposta, então perguntei de novo - eu tô falando com você Jonatan, anda, me responde!
- Eu apenas... decidi dar um fim trágico, a minha vida trágica, mas não queria morrer antes de falar com você.
- Para com isso Jonatan, anda me fala, onde você está?! - eu já estava entrando no meu carro antes mesmo de ter o endereço do local.
- No telhado... da empresa da minha família.
- Não faça nada Jonatan, eu tô indo para aí.
Então eu desliguei, e dei partida no carro. No caminho até a empresa da família do Jony, eu pensei no por que de eu estar fazendo aquilo, não é como se ele tivesse sido compreensivo quando nós terminamos, porque ele não foi, mas eu não podia deixar ele fazer isso com a vida dele.
Alguns minutos depois eu cheguei no prédio, nem cumprimentei o pessoal da portaria, eu só subi até o telhado.
E quando eu cheguei, lá estava ele, em pé no pequeno muro que dividia o chão em que eu pisava, da rua lá de baixo.
- Jony por favor desce daí... - quando ele me ouviu, virou a cabeça levemente, e me deu um sorriso de canto.
- E não é que você veio mesmo.
- É claro que eu vim, ou você achou que eu ia deixar você se matar, mas anda desce daí Jony, vamos conversar aqui em baixo - e quanto mais eu me aproximava dele, mais meu corpo tremia, não existia uma parte de mim que não estava em agonia.
- Achei - e ela ficou ainda pior ao ouvir isso - foi o que você fez, me deixou sozinho, pra lidar com meus próprios demônios, mesmo depois de tudo que eu fiz por você!
Eu não consegui dizer nada, apenas permiti que as lágrima caíssem de meus olhos. Mas quando finalmente reuni minhas forças, eu falei:
- Nosso relacionamento Jony, foi bom, mas só no começo.
- COMO PODE DIZER ISSO PRA MIM DAPHNE! DEPOIS DE TUDO QUE EU FIZ POR VOCÊ, ANTES ME MIM VOCÊ NÃO ERA NADA, E AGORA MUITO MENOS!
- Fala isso porque você sempre comandou tudo Jony, era sempre do seu jeito, a sua maneira, sempre foi só a sua opinião que importava! - a essa altura eu já estava gritando pela raiva, e as lágrimas desciam pelo meu rosto, como gotas de água em uma chuva - e quando eu tentava contestar um " pedido " seu, era eu quem sofria as consequências!
Minha respiração falha, no momento em que eu começo a ouvir trovões, e a chuva começa a cair sobre mim, aí como eu odeio isso.
- Mas agora Jony, não é hora pra pensar nisso, desce logo daí, sua família vai ficar arrasada se você fizer isso.
Eu não sei porque eu achei que isso seria fácil, acho que uma parte minha esqueceu com quem eu estava lidando, mas assim que ele ouvi o que eu disse, ele se vira, para olhar nos meus olhos.
- Eu desço... mas só se você voltar comigo, só se aceitar se casar comigo, pra que nós possamos viver a vida que sempre sonhamos juntos...
- Não Jony... uma parte minha pode ainda não ter te esquecido, mas pra você, eu não volto, nunca mais.
- Eu tentei princesa, eu te amo, mas você não me deixa outra escolha, eu sou louco por você, e se eu não puder ter você, eu prefiro morrer...
E por um segundo tudo o que eu ouvi foram a chuva e os trovões, até que...
- A culpa disso é sua Dap...
Mais um trovão, só que desta vez...
Ele caiu perto o suficiente para cair no para raio do prédio, para quase me acertar, mas com o susto do barulho e o tremor que ocorreu no prédio....
Ele caiu.
- Não... não... NÃOOOOOO!
Fui correndo até o parapeito, e quando olhei lá para baixo, eu vi ele.
Morto.
- JOOOOOONY!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor e Vícios
RomanceDaphne Luna é uma mulher que já passou por muita coisa, mas se eu te disser o quanto talvez não acredite. Viver com cicatrizes do passado é tão fácil quanto parece, ou Daphne tem um lado que não demonstra a ninguém? Tornar o presente algo bom é o...