Caitolo Ventiquatreesimo : Filhas do pecado

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Eles haviam voltado para casa e a cena ainda ficava martelando na cabeça de Hugo. Por um instante, ele se arrependeu por não teratendido aos caprixos da garota e a empurrado para o banco, mas na verdade, ele queria muito tê-la para ele novamente.

Hugo adentrou o quarto de Cecília e ao vê-la sentada na cama lendo, ele caminhou até ela e a tomou em seus braços.

Hugo se sentiu intrigado com a "petulância" da garota. Ele se perguntou, como uma garota, pode ousar me dar ordens daquela forma?

Na verdade, ele havia gostado. Para ele, Cecília era como uma incógnita que precisava ser decifrada. E ele queria isso, mais do que tudo.

Hugo não sabia quase nada dela, apenas dados fornecidos por seus Capo's como; Data de aniversário, um documento falso e o fato de ela parecer bastante com Fiorella. Fora isso, ele estava descobrindo aos poucos.

Para ele, era a verdadeira Cecília que importava e não o que os outros diziam.

Hugo então, se sentiu ancioso e não se conteve; ele a beijou com vontade.

Aquele ósculo estava esquentando, quando de repente, o celular de Hugo tocou, os interrompendo. Ainda com as peles flamejantes e a respiração curta, soando de forma pesada, não se dava para manter o controle.

O celular estava tocando e ambos estavam com as testas coladas, se olhando com intensidade.

— Hugo! - Chamou Cecília, sorrindo. — Não vai atender?

Ele então, desviou a atenção dela e mirou os olhos escurecidos, para o aparelho em cima da cama, mostrando o nome de Domenico na tela.

Hugo respirou pesado e deslizou o dedo na tela, atendendo a chamada em seguida.

— "Cosa Vuoi"? - Perguntou ele, com a voz seca, perguntando o que se tratava.

— "Don" temos problemas! - Disse Domenico, fazendo Hugo travar o maxilar e desligar a chamada. Ele olhou para o lado, vendo Cecília em pé na janela e então, se levantou, caminhando até ela.

— Preciso sair. Não espere por mim! - Disse ele, parado atrás dela a olhando.

Cecília o acompanhava com os olhos através do reflexo escuro do vidro, e sem falar nada, o viu sair, batendo a porta em seguida.

Quando ela teve a certeza de que ele havia se afastado, ela passou as mãos pelos fios alaranjados do cabelo, os jogando para trás, respirando fundo.

— Não é possível! - Resmungou ela, sentindo-se frustrada. Ela realmente se deixaria levar em mais uma noite com aquele homem?

Cecília praguejou mentalmente, por querer ir mais fundo e descobrir o lado bom daquele monstro, que a pouco tempo atrás, estava pronto para lhe tomar a vida.

Ela não pensou em permanecer na Itália, pela ameaça e sim porque, ela havia gostado do papel que interpretava ao lado dele.

Cecília estava se envolvendo cada vez mais e ela não queria mais saber dos riscos. Para ela, era como um jogo de sobrevivência, que estava ficando cada vez mais interessante.

O problema era que, ela não conhecia o território, ou seja, ela não sabia até aonde poderia ir com Hugo.

Deprimida e frustrada, por não ter acontecido nada entre eles, ela não teve outra opção a não ser dormir para se esquecer daqueles pensamentos.

Enquanto isso, ela não fazia ideia de que Hugo se sentia da mesma forma. Ele já estava perdendo a cabeça. Por que ele queria tanto aquela mulher?

Instantes depois, a porta do carro foi aberta, o arrancando de seus devaneios.

— "Don", aqui está! - Disse Michelangelo, o entregando um envelope. Hugo o abriu, notando que dentro haviam algumas fotos e de repente, em uma delas haviam dois bebês recém-nascidos em uma cama.

Na seguinte, duas fotos juntas, exibindo duas marcas que parecia de nascença. Aquilo fez com que Hugo arqueasse as sobrancelhas, surpreso pelo que via.

Era a meia lua de Cecília e a outra, um círculo.

Hugo aproveitou que Domênico havia os deixado a sós e compartilhou seus pensamentos com o capo.

— Me lembrei de uma história no passado, de uma família na Calábria! - Disse Hugo, virando o rosto para o amigo. — Ficou muito popular entre os nossos.

— A história do convento? - Perguntou Michelangelo, vendo Hugo voltar a analisar os papéis, assentindo com a cabeça. — Don, porquê está tão interessado nisso?

— Nós dois nunca tivemos segredos, irmão, por isso, quero que mantenha esse, apenas entre nós! - Respondeu Hugo, o encarando com os olhos frios.

— Certo, o que quer que eu faça? - Perguntou Michelangelo, o olhando fixamente de volta. — Acha que uma dessas é Fiorella?

Hugo, continuou a folhear as fotos, pensando na pergunta de seu amigo.

— Eu apenas quero saber mais sobre esse caso. - Respondeu Hugo, jogando as fotos em cima do painel.

— Sei que na época, meu precioso amigo quem deu fim no abusador! - Disse Michelangelo, se referindo ao pai de Hugo.

Nesse momento, o homem lhe deu toda atenção.

— Esperaram que as crianças nascessem e depois, decidiram dar fim nelas. A mãe e as crianças foram trazidas para a cidade e depois disso, o caso foi encerrado. - Disse Michelangelo, olhado para Hugo novamente.

— Meu pai não faria isso. Ele respeitava as mulheres. Tem um ponto nisso que não está batendo! - Falou Hugo, voltando a foto das marcas. — Porquê elas não me são estranhas?

— Porquê não são marcas de nascença, Don! Essas, são marcas que faziam para distinguir os gêmeos. Essas duas crianças, foram consideradas amaldiçoadas na época. Foram geradas de m abuso, por uma adolescente virgem que estudava em um convento. Foram sentenciadas a filhas do pecado, por terem a aparência diferenciada.

— Quanto tempo tem isso? - Perguntou Hugo, inspirando o ar de seus pulmões, com irritação. — Vinte e Cinco, vinte e seis anos?

— Vinte e seis anos e meio, Don! - Respondeu Michelangelo, vendo Hugo travar o maxilar. Ele respirou fundo e encarou o amigo, olhando-o com seriedade.

— Acho que vamos fazer uma outra visitinha a uma certa freira mentirosa. - Disse Hugo, com frieza na voz, vendo Michelangelo assentir com a cabeça.

— Certo. - Disse ele, saindo do carro em seguida.

Hugo se sentiu irritado e seu corpo estava tomado pela fúria. Qual seria a necessidade daquela freira ter escondido as coisas com tanta força?

Ele viu aquela marca em Cecília, mas conheceu antes, de jornais, mas porquê ele não viu nada em Fiorella?

Hugo não entendia o porque existia tantos mistérios em uma coisa tão simples. Quem era os pais de Cecília de verdade, por que ela saiu da Itália e como Fiorella a encontrou?

E o que mais o incomodava, por que ele se sentia atraído por Cecília, quando o sentimento pela sua ex esposa era ao contrário?

— Droga garota! - Resmungou Hugo, batendo no volante. Ele estava com o cotovelo esquerdo para fora do vidro do carro, tocando os lábios com a mesma mão.

Hugo estava com todas as peças do quebra-cabeça, agora só faltava os encaixes certos, para ele descobrir a verdade e por isso, a ansiedade o consumia.

— Fiorella, eu vou te achar mais rápido do que pensei! - Resmungou Hugo, dirigindo de volta para casa. 

DESCEDENTES DA MÁFIA- A NOIVA DO CHEFE.Onde histórias criam vida. Descubra agora