16 - Quebrando o pacto

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Freen

             

Petru,

                             

Foi assim que você planejou isso o tempo todo?

                             

Claro que foi.

                             

Como fui idiota por não perceber o esquema em sua totalidade. Ou – devo ser honesta comigo mesma – talvez eu soubesse a verdade. Mas queria tanto o poder também...

                             

Esta noite, porém, quando encostei as presas no pescoço de Anastácia, todo o futuro ficou claro para mim. O cheiro do sangue dela foi como um soro da verdade injetado nas minhas veias, um espelho rachado refletindo meu próprio eu infernal.

                             

Você sabia o tempo todo que uma garota americana que não fosse criada como vampira seria destruída com facilidade caso assumisse o trono. A carta que escrevi alertando que Rebecca não estava preparada, que estaria vulnerável ao ataque de fêmeas famintas pelo poder, não foi uma revelação para você. A fragilidade dela o agradava. Você contava com isso. Ah, meu Deus, Petru, será que nós contávamos com isso?

                             

Eu teria me casado com ela, cumprindo o pacto, teria levado Anastácia para o nosso mundo na Romênia, onde ela ficaria quase absolutamente indefesa, e então iria abandoná-la ao seu destino sinistro. Quando? Quanto tempo isso teria demorado? Um ano? Menos? Mas, a essa altura, os clãs iriam estar unidos de forma legítima e todo o poder estaria nas nossas mãos. Nas suas mãos.

                             

Você forçaria o destino, Petru? Iria derrubá-la pessoalmente? Em segredo, é claro, com a mão enluvada de um de seus lacaios... ou tentaria forçar a minha mão?

                             

Com Anastácia escondida em nosso castelo no alto, quem seria melhor para cuidar de sua “destruição” do que a mulher que compartilhava a cama com ela?

                             

Seria esse o golpe mais cruel, Petru? Fazer com eu me sentisse como me sinto e depois arruiná-la? Seria essa sua tentativa de me endurecer? Mesmo para você isso parece maligno demais. Vil demais. Ou talvez, mesmo depois de todos esses anos, eu o subestime – o que é sempre um erro perigoso.

                             

E se eu não fizesse como me orientou, se não a destruísse, você me despacharia também, acusando-me de insubordinação? Eliminaria a herdeira inconveniente? Quem, entre os Anciões Vladulescu – e presumo que todos conheçam e aplaudam suas intenções relativas a Rebecca - iria culpa-lo?

                             

Que desgraça! Que poder você teria então: controle absoluto sobre os dois maiores clãs de vampiros, sem nenhum sucessor para mordiscar seus calcanhares.

                             

Você sabia o tempo todo que eu chegaria a ter um sentimento tão profundo por ela?

FrᴇᴇɴBᴇᴄᴋʏ ✓ • How to Get Rid of a Vampire in Love •  Version Onde histórias criam vida. Descubra agora