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{— Davinah Clarie —}

Depois do ocorrido da saída do shopping, ficamos ainda mais reclusos dentro do meu apartamento, que já era o nosso apartamento.

Trabalhávamos de casa mesmo, e mal saímos, apenas para o necessário.

O dia da viagem chegou, Kol foi até a casa da sua mãe para pegar algumas roupas, de última hora, e logo depois, seguimos viagem.

Orleans City é uma pequena cidade do interior do estado onde eu nasci e sempre fui criada, meus pais vivem lá até hoje com a maior parte da minha família, eles cuidam da fazenda que era dos meus avós e quando meu vovô faleceu eles decidiram cuidar de tudo e da minha avó.

Era um lugar bastante rústico, mas não uma roça, tinha supermercado, hospital, uma escola, e até um pequeno shopping com cinema, passei alguns momentos felizes aqui.

— Que lugar bonitinho! — Disse Kol olhando pela janela do carro.— Parece aquelas cidades de filme de faroeste!

Revirei os olhos.

Assim como toda cidade que se preze, aqui tem muita gente fofoqueira, principalmente as idosas que não tem nada para fazer em casa e vão tricotar na rua para olhar a vida dos outros.

— Olha as senhorinhas! — Ele apontou impressionado feito criança.

Revirei os olhos pela milésima vez desde que cruzamos a placa da cidade.

— Porque você está emburrada? Estamos a caminho da casa dos meus sogrinhos, eles vão adorar me conhecer, pensando bem, sua mãe não teve uma boa primeira impressão de mim!

Me obriguei a rir, aquele dia foi hilário, ele foi muito louco com as coisas que falou, ela vai fulminar quando ver ele.

Mostrei o caminho ao "palhaço" e seguimos a viagem sem mais distrações.

Desci do carro para abrir a porteira da fazenda, aqui, meu pai tem todo o tipo de plantação, em especial a do café, nossa família produz toda a remessa de café que é consumida aqui na cidade, eles ganham bastante dinheiro com isso.

Tinham cavalos, ovelhas, galinhas e o gado, tudo continuava do mesmo jeito que eu lembrava, até mesmo o celeiro onde eu.....bom, onde eu perdi a virgindade com esse mesmo primo que estou vindo para o casamento.

— Ali estão o meus pais, seja gentil e não faça nenhuma gracinha! — Ameacei ele.

— Pode deixar comandante, eu nunca te desapontaria!

Dei um beijo encorajador nele antes de sair do carro, minha mãe veio correndo me abraçar.

— Querida!! — Falou rodeando os braços em volta de mim, em um abraço forte. — Você está tão linda!

As maçãs do meu rosto ficaram quentes.

— Obrigada mãe, estive morrendo de saudade de tudo e todos! — Abracei o meu pai.

— Você parece outra pessoa, está tão crescida!

Seus olhos estavam marejados, ele sempre se emociona ao me ver, sou sua única filha, a sua princesinha, mal sabe ele.

Alguém limpou a garganta atrás de mim.

— Mãe e Pai, este aqui é o meu namorado, o nome dele é Kol Mikaelson e estamos juntos a dois meses! — Segurei as mãos do meu lindo. — Eu quero que vocês sejam gentis com ele, este homem me ajudou muito, e tem sido o meu conforto diário. Sejam justos e conheçam ele!

Os dois se entre-olharam meio surpresos com a minha reação.

— É um prazer garoto, meu nome é Jonas, sinta-se a vontade no nosso lar, obrigado por estar ao lado da minha filha e fazer bem a ela! — Deram um aperto de mão.

— Estou tentado ser melhor a cada dia, a propósito, quero pedir desculpas a senhora Clarie pelo ocorrido da última vez que falamos ao telefone, eu sou um idiota!

Eu assenti concordando.

— Está tudo bem, é muito bom tê-lo aqui Kol, seja bem vindo! — Ela o abraçou, deixando qualquer mínimo rescentimento para trás. — Vamos entrar, vocês devem estar famintos e muito cansados da viagem!

Isso é verdade, a minha barriga está roncando de fome.

Entramos na casa dos meus pais e fiquei encantada como tudo estava igual a antes, eles não mudaram absolutamente nada, Kol também parecia interessado em tudo na casa, afinal de contas, ele é arquiteto.

— Está com uma cara ótima! — Falei para o almoço que a minha mãe preparou.

— Fiz especialmente para vocês, espero que gostem!

Nós dois comemos feito dois esfomeados, estávamos a muito tempo na estrada e não paramos em nenhuma conveniência para não perder tempo.

— Onde estão os noivos? Não encontramos nada arrumado para o casamento por aqui! — Perguntei um tempo depois enquanto ajudava minha mãe a lavar a louça.

— O casamento vai ser lá perto da cachoeira, eles montaram um altar bem improvisado, pra ter o cenário perfeito pra as fotos! — ela disse. — Eles estão ficando lá na casa da sua tia, a casa deles está terminando de ser pronta!

— Estou com recentimento por ele não ter me chamado para projetar a casa, sou a única arquiteta da família!

Cruzei os braços levemente irritada com aquilo.

— Ah querida, ninguém procura muito esses meios por aqui, é exatamente como chamam, somos "jecas"!

Nós duas rimos, ela estava mais leve e calma, acho que meu pai deve ter recomendado isso a ela.

— O seu namorado é lindo e educado, apesar daquele episódio! — falou olhando para mim. — Percebi o jeito que ele te olhou, ele está bem apaixonado por ti!

Minhas bochechas coraram.

— "Apaixonado" é uma palavra forte, nosso relacionamento é recente, tem muita coisa para acontecer!

— E quem disse que tem tempo definido para amar alguém? Meu casamento com o seu pai foi arranjado, mas eu me apaixonei por ele no instante que nossos olhos se cruzaram, não existe tempo para o amor! — Passou a mão no meu rosto, como fazia quando eu era criança. — Estou feliz por ver você feliz, sei que nunca fui a mãe perfeita, mas fiz tudo por amar você!

Não me segurei e abracei ela novamente.

— Eu te amo mãe, estava morrendo de saudade! — Falei emocionada. — E esse papo de "não existir tempo para o amor" é total furada, eu e ele nos conhecemos a quase dois anos, e nosso relacionamento só veio dar certo agora!

Minha mãe segurou-me pelos ombros.

— Você ainda tem muita coisa para entender, querida!

Fomos interrompidas com a chegada dos dois homens, eles pareciam melhores amigos.

— Amor, seu pai é o máximo! — Comentou meu namorado animado.

— Parece que vocês gostaram um do outro, isso é muito bom! — Falei indo até eles.

— Querida, Kol é muito engraçado e piadista, finalmente conseguiu alguém que eu consiga aprovar! — Comentou papai, me constrangendo.

Mamãe balançou a cabeça negativamente rindo daquilo.

— Lindo, tome cuidado com o meu pai, se ele te chamar para jogar cartas, não aceite, você será humilhado! — Sorri dando um beijo no rosto do meu namorado.

Isso acendeu algo nos olhos dele.

— Sério? Precisamos jogar uma partida, eu sou ótimo no jogo de cartaz! — Um bocejo rompeu por sua garganta.

— Parece que alguém está cansado, é melhor os dois irem dormir um pouco, temos tempo suficiente para todas essas programações! — Disse minha mãe para nós dois.

Assentimos sem relutar, estávamos mortos de cansaço.

Ela levou-nos até o meu antigo quarto onde eles haviam trocado a antiga cama de solteiro por uma cama king-sice.

Tomamos banho juntos, mas não tínhamos forças para nada naquele momento, quando deitamos na cama, apagamos completamente exaustos.



-🥀-

Love - Kol MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora