Além da Ruina (Simon "Ghost" Riley)

Capitulo 2

No outro dia, [__] acorda como nunca acordou antes nesses três anos. Ela sente que finalmente dormiu bem, sem se preocupar com zumbis.

- Bom dia. Separei água e sopa pra você - diz Ghost.

- Obrigada, Ghost!

Ela rapidamente come e vai para fora, onde o encontra. Ele está treinando de costas, improvisando uma barra em um galho de árvore. Seus músculos flexionam, seus braços grandes com as veias saltadas por conta da força que está fazendo para levantar todo o seu corpo pesado de músculos. A menina sente um desejo ardente pelo homem mais velho, um sentimento estranho para ela, mas não desconhecido. Ela já gostou de caras antes, mas nenhum desse jeito.

Quando ele acabou, [__] desviou o rosto, sentindo-se repentinamente quente.

- Precisamos ir para a cidade em busca de comida e roupas pra você - pronunciou Ghost. A menina olhou para baixo, vendo suas calças esfarrapadas, o casaco militar gigante e seus pés descalços.

- É, precisamos - responde, dando um sorriso tímido.

Eles pegaram o que precisavam, como o resto de água, armas e munição. A caminhada até a cidade foi longa e exaustiva - pelo menos para a [__]. Ela estava ofegante e tonta. Seu corpo ainda não estava nem perto de saudável, ainda com pouco peso e cansaço. Chegando à cidade, eles se esgueiraram pelos cantos. Estava tudo destruído e apenas o sopro do vento e gemidos de zumbis ao longe eram ouvidos.

Ghost caminhava rápido e determinado, liderando o caminho. Suas mãos já em sua arma, preparado caso precise agir rápido. [__] lutava para acompanhá-lo, tentando ignorar seus pés doloridos e joelhos ameaçando se dobrar.

Depois de horas de caminhada interminável, [__] sentiu suas pernas cederem sob ela. Ela tentou se apoiar em uma parede próxima, mas seu corpo estava além dos limites da exaustão.

- Ghost - sussurrou ela fraca e trêmula.

Ghost, já atento, parou e se virou rapidamente. Seus olhos se estreitaram ao ver [__] lutando para se manter de pé.

- Porra, [__]! Você deveria ter dito que estava tão cansada - ele disse num grunhido.

[__] tentou falar, mas suas forças a abandonaram. Seus olhos se fecharam lentamente, e seu corpo caiu no chão.

Ghost se aproximou dela em um piscar de olhos, uma mistura de preocupação e raiva evidente em seu rosto. Ele ajoelhou-se ao lado dela, verificando sua respiração e pulso.

- [__], acorde! - exclamou, tentando não deixar transparecer a preocupação em sua voz.

No entanto, ao ver que ela permanecia imóvel, uma onda de pânico percorreu seu corpo. Ele sacudiu gentilmente seus ombros, desesperado para trazê-la de volta à consciência.

- [__]! - disse angustiado.

Em um momento de vulnerabilidade, Ghost deixou escapar uma expressão de preocupação genuína, revelando um vislumbre de sua verdadeira personalidade. Ele era mais do que apenas uma casca grossa, ele se importava com [__], mesmo naquele curto período de tempo que se conhecem. Ele estava sozinho há muitos anos e apenas o pensamento de ficar sozinho novamente o enjoava.

Ghost a pegou no estilo noiva e começou a andar novamente pelas ruas até um posto de gasolina, onde tinha uma loja de conveniência. Ele entrou colocando a menina no chão com seu casaco em sua cabeça e voltou trancando a porta.

Ele pegou uma garrafa de água e um pano, tentando abaixar a temperatura de [__] que estava ofegante e quente.

Após alguns momentos, [__] finalmente abriu os olhos lentamente. Ela piscou várias vezes, tentando focalizar a figura de Ghost diante dela.