| SERENDIPITY | Desde que veio ao mundo, Melinda Victoria Fray, tinha um destino traçado, do qual não poderia fugir.
Contudo, a catástrofe estava formada quando por acasos do destino, Gilbert Blythe começou a roubar todos os seus sonhos e pensamento...
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⚘|18. Resfriado e Torta
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ESPIRRO PELA TERCEIRA VEZ, ainda esticada em frente à lareira com o meu caderno de anotações que não pego há séculos para escrever. Não tenho nenhuma motivação ou vontade, mas fazer isso pelo menos ainda pode me distrair um pouco da minha mente perturbada.
O resto do funeral passou e fomos para casa, não sem ouvir minha mãe reclamando de que eu havia passado frio demais durante a semana, e que por isso eu estava resfriada agora.
Infelizmente, aqui estou eu com o nariz vermelho espirrando que nem uma égua... ou talvez uma mula.
Tento me concentrar nas palavras à minha frente. Estou continuando após tempos minha história da fada e do humano para o Clube de Histórias. Mas estou tendo um terrível bloqueio criativo nesses últimos tempos e não está sendo fácil escrever.
"Gwendoline estava certa de que amava demais James para deixá-lo partir, mesmo assim, ela também amava ser uma fada e sabia que se escolhesse seu amor teria que desistir de suas asas. Era a lei das fadas afinal. Entretanto, ela não podia suportar a ideia de perder as suas asas, eram delas desde que nasceu. E como poderia viver sem algo que teve desde quando nem sabia o que era a vida e que estava vivendo?"
Suspiro depois de escrever, não tenho certeza se é isso que eu quero dizer. De qualquer forma não consigo me concentrar. Em uma confusão de espirros eu risco as palavras irritada.
Não consigo parar de pensar no Gilbert! Sou hipócrita ao escrever sobre sentimentos de meus personagens e não dar ouvidos aos meus próprios.
O estresse agora percorre em minhas veias enquanto eu olho para o fogo. Aquelas chamas refletem muito bem o que estou sentindo agora.
━ Filha, não consigo acreditar que você pegou um resfriado. Se continuar desse jeito vai ter que ficar de cama...
Me assusto quando minha mãe entra na sala, trazendo uma bandeja com uma xícara de chá de porcelana branca.
Fecho bruscamente o pequeno caderno olhando para minha mãe. Ela deixa a bandeja ao meu lado no sofá.
━ Sinto muito mãe, devo ter pegado porque fiquei muito tempo lá fora e friagens podem facilitar o resfriado ━ digo rouca enquanto pego a xícara.
