Feliz último dia!

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— Por que você saiu? — Tzuyu perguntou, parando a porta antes que Sana a acertasse em seu nariz. — O plano deu certo, mas a gente precisa sustentar até o fim.

— Eu não quero sustentar nada. Agora me deixa sozinha. — a Minatozaki caminhou até sua mesa, juntando os materiais, pronta para deixar aquele inferno de faculdade.

— Sana? — Tzuyu adentrou a sala, caminhando em passos sutis, hesitando em aproximar-se dela. — Minatozaki Sana?

— Por que você não me deixa em paz, Chou?! — a mais velha soltou os cadernos sobre a mesa. — Tudo já foi resolvido, não foi? As pessoas já acreditam na sua versão, minha ficha foi limpa e a porcaria do semestre finalmente acabou. Estamos livres uma da outra!

— Você ficou com raiva?

Sana nem mesmo respondeu. Não teria ânimo para olhar nos olhos da Chou e explicar pacientemente que ela estragou tudo.

— Eu só preciso ir para casa, comprar um sorvete e fingir que esses meses nunca existiram.

— Podemos conversar como duas mulheres adultas?

— Não podemos.

— Sana!

— Não quero falar com você, não quero olhar para você, não quero pensar em você! — a Minatozaki esbravejou. — Me recuso a passar minhas férias lamentando.

— Lamentando o quê? Será que você pode falar a minha língua? Ou é pedir muito?

— É sério, Tzuyu? — a voz da garota falhou ao ouvir uma pergunta tão óbvia. — É sério que não ficou claro ainda?

— Se não ficou claro foi porque você não deixou claro!

— EU GOSTO DE VOCÊ, INFERNO! — Sana gritou, sem pensar no que estava fazendo. — Ficou claro agora o que eu sinto? Você é a pessoa mais idiota, a pessoa mais sonsa, a pessoa mais trapaceira que eu já conheci na vida, mas por algum motivo estúpido eu ainda gosto muito de você! Mas que droga! Tá satisfeita?!

Tzuyu ficou em silêncio, e naquele momento, nada poderia irritar mais Sana. No entanto, ao perceber a Minatozaki voltando sua atenção para os materiais, a Chou soube que suas chances estavam escorrendo pelos dedos.

Nunca foi boa em se declarar ou qualquer coisa do tipo. Não estava nem um pouco disposta a mostrar tanta fragilidade para quem quer que fosse. Mas sabia que, se não conversassem como duas adultas maduras, talvez nunca mais tivessem outra oportunidade.

— Eu não menti na frente daquelas pessoas. — Tzuyu arriscou alguns passos em direção à Sana. — Eu disse a verdade.

— Você mente sem perceber, Tzuyu. Engana as pessoas e sempre vai ser assim.

— Não consigo mentir sobre isso. Sobre o que eu sinto. Você pode olhar para mim?

— Não quero.

— Tudo bem, eu sou uma idiota. — Tzuyu assentiu, e dando alguns passos nada calculados, se colocou de frente para a garota, olhando-a nos olhos. — Isso tudo é novidade na minha vida. Fama, fãs, estar tão conectada a uma pessoa a ponto de não imaginar meus dias sem ela.

— Eu não quero saber, não quero ouvir suas desculpinhas agora que eu me expus tanto e gritei como uma idiota o que eu sinto.

— A tal conexão ser com uma garota também é algo novo, entende? Nunca senti com ninguém.

— Eu não forcei você a fazer nada.

— É claro que não. Só estou passando por um processo, me descobrindo, e isso é muito confuso. — Tzuyu rapidamente colocou a mão dentro do bolso do moletom, procurando por algo que havia deixado ali. — Eu implorei por ajuda porque não sabia como fazer isso, e já que seria parte do plano, também seria um bom momento para um certo pedido, aquele pedido, você sabe.

Ela tá TÃO na sua! • SATZUOnde histórias criam vida. Descubra agora