CASTIEL (Amor Doce)

7.2K 318 97
                                    

Onde Castiel é um bully.

Eu nunca me permiti expressar sentimentos ou emoções. Na verdade, eu sempre preferi manter um rosto impassível e olhos inexpressivos, mesmo que meu coração estivesse palpitando e meu estômago prestes a revirar. Ser o menos emotiva e sensível foi o que me manteve de pé durante todo o ensino médio, afinal, adolescentes podem ser cruéis e mesquinhos quando você se mostra vulnerável. Um ano depois, decidi que na faculdade não seria diferente. Eu permaneceria com minha regra de nunca mostrar minhas fraquezas. Isso, até conhecer Castiel Veilmont, um grandioso filho da puta e também grandemente gostoso (estou admitindo para não parecer tão maldosa).

O ruivo artificial e rebelde se tornou meu nêmesis durante todo o primeiro período, isso porque ele parecia ser a única pessoa a não compreender que a minha solidão era opcional. Eu passava a maior parte do tempo de cara fechada, compartilhando de poucos diálogos monossilábicos. Alguém me fazia uma pergunta, eu respondia brevemente com uma ou duas palavras e era isso. Mas Castiel pareceu não se contentar com o pouco – para ele pouco, para mim muito – que eu oferecia. De fato, ele havia tentado me enturmar milhões de vezes, fazendo piadas sobre minha auto exclusão e tirando sarro do meu cabelo.

Castiel era um bully. Na faculdade. Logo quando eu pensava que os anos de bullying que sofri na escola tinham acabado e que os jovens adultos podiam agir realmente como malditos adultos.

Eu estava errada, extremamente errada. A graduação superior era somente uma continuação mais tortuosa do que eu havia passado no ensino médio. Com mais responsabilidades e mais pessoas babacas que provavelmente nunca mudariam.

E cá estou eu, sentada, sozinha (o que não é novidade), no meu quarto do campus. Todos ou pelo menos 90% dos alunos da universidade estão festejando, considerando que é noite de sexta-feira. Mas eu não. Eu nunca. Não sou incluída em atividades coletivas e não é como se eu estivesse implorando por isso. Sou eu quem não permite que os outros entrem em meu espaço pessoal. Não preciso de amigos, minha companhia já basta. E é por esse e por mais outras dezenas de motivos que não tenho um colega de quarto atualmente. As últimas duas pediram para mudar devido à falta de adaptação.

Desperado, da Rihanna é a quinta música da playlist que está tocando. A minha caixa de som ressoa ela por todo o quarto e talvez, corredor, mas não há ninguém presente no campus para reclamar de som alto. Mais um ponto positivo de ser final de semana: enquanto todos estão se embebedando e se drogando longe de mim, eu posso desfrutar mais da minha própria paz.

Uma paz que acaba brevemente, quando alguém invade meu quarto sem ao menos bater na porta.

— Que merda é essa?! — Eu me viro para ver quem é, e se eu não tivesse certeza que estou sóbria, poderia admitir que o que vejo é alucinação, fruto da minha cabeça. — Castiel?

Eu fecho o livro que estava lendo. O que é uma pena, pois os personagens estavam tendo um momento muito mais agradável que o meu.

— [Nome]... — Ele sopra meu nome pelos seus lábios. Eu poderia facilmente afirmar que está bêbado, mas o ruivo parece perfeitamente limpo – como se tivesse acabado de sair do banho – e sóbrio.

Castiel caminha até minha cama e eu me levanto, pronta e corajosa o bastante para expulsá-lo do meu quarto. Mas quando eu levanto meus braços para empurrá-lo para trás, ele segura meus pulsos aos lados de minha cabeça, me fazendo encará-lo com os olhos levemente arregalados.

— O que diabos você está fazendo? Ficou maluco?

Ele não diz nada. Na verdade, encara o mais profundamente meus olhos, quase rasgando minha alma e sorri. E merda, eu odeio ter que admitir que seus dentes são perfeitamente alinhados e seus lábios parecem macios, levemente carnudos e fofos.

𝐼𝑀𝐴𝐺𝐼𝑁𝐸𝑆, +18Onde histórias criam vida. Descubra agora