— Me trouxe para South Boston, Jisoo, por quê? Além do mais, eu trabalho amanhã e provavelmente, Jennie, não vai gostar que eu... — A Kim mais alta deu um selar nos lábios da loira, que parou rapidamente de falar.
— Acredite, Jennie, não está dando a mínima que você vai faltar amanhã, queremos a sua felicidade, Chaeyoung, e eu acho uma pena você não se sentir no direito de vivenciar isso. — Com o polegar, Jisoo acariciou o rosto da neozelandesa.
Era a primeira vez em anos que Chaeyoung voltava à praia de Carson Beach, todos os finais de semana oportunos que tinha com a filha, Seulgi, levava a criança para construir castelinhos na areia e recolher conchas, como Park gostava de fazer.
Por diversas vezes, quando pequena, Park Chaeyoung desejou ser uma sereia para imergir naquele mar junto com a mãe, achando que as duas sobreviveriam nas águas e nadariam juntas com os peixes.
— Podemos entrar? — Jisoo chamou a atenção de Park, que deu uma última olhada pelo mar e o céu noturno, seguindo-se Kim.
A casa onde ficariam não era tão grande, mas suficiente para caber no mínimo cinco pessoas e se sentir à vontade. A residência era dividida em quatro cômodos, quarto, banheiro, sala e cozinha, cômodos minúsculos, mas ainda sim elegantes para uma casa de praia.
Odiou, Jisoo, por ter se produzido tanto para no final irem parar em uma casa de praia, não que não gostasse, mas um vestido curto como o que trajava não parecia uma das melhores opções para se usar em uma praia.
— Isso é para você — A Kim mais alta pegou um buquê de flores de girassóis que estavam em cima da cama, entregando para Chaeyoung, que relutou um pouco para aceitar.
A nezeolandesa não conseguiu conter as lágrimas que começaram a cair, nunca ninguém havia lhe dado um buquê, ainda mais das flores preferidas dela. Pode parecer estranho, já que "namorava" Jonhyun, mas ele nunca foi do tipo que a presenteou com coisas sentimentais, só com joias, e talvez só fizesse aquilo para se sentir menos culpado.
— Chaeyoung, me desculpa, você não gostou? Eu deveria saber...— Jisoo olhava receosa para a loira que chorava.
— Como sabia que girassóis eram minhas flores preferidas? — A neozelandesa ajeitou o buquê no braço e franziu as sobrancelhas.
— Jennie, soube, pela pintura na parede do seu quarto — Park, deduziu que seria a pintura que Kang havia feito. Já Jisoo confiou no palpite da esposa, pois tinha tido um pressentimento também.
— Por que me trouxe aqui? — Chaeyoung perguntou, sentindo um frio na barriga ao temer o que aconteceria.
— Não está nítido? — Agora parecia que Kim Jisoo havia assumido a personalidade debochada da esposa, com um sorriso de canto. — Para ficar com você — A nezeoladensa acanhou-se desviando o olhar para o chão, enquanto Jisoo ria com o jeito da loira. — Vem comigo — Kim, entrelaçou a mão com a da pintora e a puxou para fora da casa, caminhando juntas com calçados que se enchiam de areia.
— Jisoo, por que não me disse que íamos vir para cá? Essa roupa não é apropriada para isso — Chaeyoung, disse, parando as duas no meio da praia.
— Na verdade, eu acho bem apropriado, você está linda, Chaeyoung. Se eu tivesse lhe dito para onde iríamos realmente, não viria vestida assim de uma forma tão sensual e estragaria o que vai acontecer depois. — Park, até perguntaria o que "aconteceria depois", mas já tinha ciência do que estava por vir. — Senta!
— Assim de vestido? — A neozeladensa intercalou os olhos, olhando para a areia e outro para Jisoo.
— Sim, a não ser que queira ficar sem, a escolha é sua. — A Kim mais alta falou com indiferença e sentou-se na areia. Por um lado, pedia para Park não fazer o que lhe foi dado como escolha, porque Jisoo não conseguiria se segurar a vendo seminua e agradeceu quando a loira sentou-se ao lado dela ainda vestida.
— Resolvi não te descontrolar, não agora — A pintora falou no ouvido da jovem Kim, que sorriu nervosa.
A alguns metros de distância, as duas observavam algumas pessoas sozinhas na praia, outras namorando e algumas sozinhas, provavelmente refletindo. Jisoo e Chaeyoung observavam tudo em silêncio, um silêncio que a Kim mais alta não gostava nem um pouco.
— Como você e Jennie se conheceram? — Park, perguntou, enquanto brincava com a areia.
— Hum, não foi nada de mais, éramos amigas de infância, fazíamos tudo juntas e depois de uma frustração, fomos o suporte uma da outra, a mãe dela já gostava de mim, então foi fácil. — Kim Jisoo, disse, sem muita importância, mas sabia que, se não fosse por, Jennie teria sofrido sozinha e calada durante todos os anos.
— Você conhece as supernovas? — A Kim mais alta perguntou, desviando o olhar para o céu escuro, clareado apenas pelo brilho das estrelas. — Quando elas morrem, viram estrelas de novo.
— E por que está me dizendo isso? — Chaeyoung tentou não soar rude. E Jisoo deu uma última olhada no céu antes de olhar para a loira.
— Porque mesmo depois que elas morrem e voltam, as supernovas mantêm o brilho delas. E o que eu estou querendo dizer é que você pode recomeçar, comigo e com a Jennie — A nezeoladensa colocou o cabelo atrás do cabelo, tentando disfarçar o rubor formado nas bochechas.
Desde que conheceu as duas, não tinha se visto disposta a apaixonar-se novamente, mas ter que ouvir a Kim mais alta dizendo que Jennie e ela queriam tornava tudo mais complicado.
— Eu e Jennie não queremos te pressionar a nada, Chaeyoung, você tem opção. Só que eu e ela queremos uma resposta, pelo menos até eu voltar de viagem segunda.
— Vai viajar? — Park, franziu a testa.
— Vou para o Japão, vou ter uma reunião com os sócios de lá. Por isso te trouxe para cá, para ficarmos sozinhas.
— E agora que estamos sozinhas, o que vai fazer? — Chaeyoung lançou um olhar malicioso para Jisoo, reprimindo os lábios.
— Eu vou te mostrar — Jisoo levantou, passando a mão pela roupa com areia, ajudando a nezeolandesa a também se levantar, indo em direção outra vez à casa de praia.
Ao chegarem ao quarto, a Kim mais alta empurrou Park na cama, subindo em cima da loira para beijá-la.
Chaeyoung fechou os olhos quando os lábios dela encostaram-se com os de Jisoo.Os corpos das duas ficaram perto, em que era possível a frequência cardíaca bater de forma sincronizada.
Kim aproveitava-se do beijo para passar a mão na coxa descoberta de Park, subindo um pouco mais a região e apalpando o seio da loira por cima do vestido, que sorriu contra a boca de Jisoo.Kim Jisoo segurava na perna da nezeolandesa, enquanto com a outra mão, a mantinha no rosto de Chaeyoung, puxando a cabeça dela com necessidade de ter mais aquele gosto prazeroso nos lábios.
A Kim mais alta, então, foi descendo com a boca até o pescoço de Park, onde ali deixou beijos suaves, que despertavam um tesão descontrolado na pintora, que revirava-se nos lençóis da cama, enquanto sorria maliciosamente.
— Jisoo... — Chaeyoung arfou, empurrando Kim pelos ombros para que descesse, conforme distribuía beijos pelo corpo da loira por cima da roupa.
Os toques de Jisoo, na pele de Park Chaeyoung, eram ardentes, de modo que faziam todo o corpo da loira subir de temperatura e o rosto esquentar.
Park soltou um gemido de insatisfação ao ver Kim, mais alta, afastar-se do corpo dela para poder retirar o vestido.