Enquanto Anthony conversava no escritório de Jack a respeito do casamento, Penélope tinha acabado de entrar em seu quarto, sentando-se em sua escrivaninha com uma emoção indescritível em seu corpo.
Ela tinha ouvido a conversa que Anthony tivera com sua família na sala de estar. Ela não foi chamada para participar da conversação, embora fosse uma pessoa de interesse no tema, mas ainda assim não iria deixar de escutar o que falariam dela.
É claro que ela esperava a surpresa na cara de sua mãe e do primo, mas em nenhum momento ela esperou que Anthony fosse perder a paciência com eles. Quer dizer, ela sabia que a paciência dele estava sempre à beira de se esgotar, mas não imaginava que ele iria defendê-la diante de sua família.
Penélope não conseguiu deixar de sorrir quando Anthony disse que ela possuía tanto intelecto quanto elegância para ser esposa dele. Ela podia contar nos dedos as pessoas que tinham lhe feito elogios verdadeiros. Aquilo aqueceu seu coração e ela imaginou que talvez tivesse bons anos ao lado dele.
Obviamente era bem improvável que ele se apaixonasse por ela, mas os dois podiam ter um casamento cordial, baseado no respeito mútuo e isso seria mais do que muitas mulheres tinham em uma sociedade extremamente rigorosa com o comportamento feminino.
Uma suave batida na porta a despertou, achando que era a mãe que tinha vindo chamá-la. Quando ela se virou, deparou-se com Eloise.
— É verdade, Pen? — Pela expressão de Eloise, não havia necessidade de Penélope questionar o assunto. Mesmo antecipando o iminente interrogatório de Eloise, ela se viu momentaneamente sem palavras diante do olhar perspicaz de sua querida amiga.
— El, na verdade, eu estava planejando te contar... — ela começou, sua incerteza evidente na voz.
— Ah, sério? Talvez quando você já estivesse na igreja dizendo seus votos em frente ao bispo? Ou talvez quando estivessem celebrando o primeiro aniversário de seu filho com o meu irmão? — Eloise tentou manter seu tom de voz longe do sarcasmo, mas foi impossível. — Ou talvez quando estivessem partindo em lua de mel. Quando, exatamente, você pretendia me contar isso, Pen? Quando?
Penélope permaneceu quieta, lutando para encontrar uma resposta apropriada.
Então, uma realização súbita atingiu Eloise.
— Ai, meu Deus! Você vai ter um filho com meu irmão! — Ela olhou para a barriga de Penélope, assustada. — Você...Você vai engravidar!
— El, por favor, se acalme. — Penelope conduziu sua amiga até uma cadeira próxima, ajudando-a a se acomodar. — Embora eu esteja noiva de seu irmão, a perspectiva de ter filhos ainda está bem distante.
— Como isso aconteceu, Pen? Você realmente está apaixonada por ele?
Penelope havia tomado a decisão de ser franca com sua amiga. Era imperativo para a preservação de sua relação. Ela havia mantido segredos demais de Eloise e não tinha a intenção de ocultar a natureza genuína de sua conexão com Anthony.
— Não, Eloise, eu não estou apaixonada pelo seu irmão. Isso não passa de um casamento arranjado.
— Um casamento arranjado? — Os olhos de Eloise se arregalaram. — Pen, eu nunca poderia imaginar que você consentiria com algo assim... Especialmente você sendo tão romântica.
— Bem, chega um momento em que devemos cessar nossos devaneios e confrontar a realidade, não acha? Estou garantindo um futuro para mim mesma.
— Ainda assim, eu nunca imaginei que você recorreria a isso. E por que meu irmão Anthony, de todas as pessoas?
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Perfeita para o papel
RomanceAVISOS: Essa história não é sobre Polin! Se você não gosta de ler sobre casais não canônicos, essa história não é para você! Para evitar desgosto, não leia! Só para deixar claro: não haverá triângulo amoroso aqui, ok? Sinopse: Anthony Bridgert...