A face de Ciffermyuu sumiu do espelho, dando lugar a imagem de Mewleficent, ainda em sua sala de estudos, finalizando a poção de invisibilidade segundo as instruções que o pai havia lhe dado. A menina estava de pé em frente a mesa de mogno negro com o livro aberto, mexendo em seu caldeirão de um modo que parecia até contente.

Quando de repente, sem que a pequena sequer fosse capaz de perceber, um vórtice negro formou-se atrás dela. Do espiral de sombras, um braço espectral envolto em chamas infernais com garras horríferas tão longas e afiadas quanto pontas de punhais, esticou-se ameaçadoramente em direção ao frágil pescoço da filhote distraída.

 Do espiral de sombras, um braço espectral envolto em chamas infernais com garras horríferas tão longas e afiadas quanto pontas de punhais, esticou-se ameaçadoramente em direção ao frágil pescoço da filhote distraída

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E nesse momento, Devimyuu perdeu totalmente sua compostura, finalmente demonstrando o temor que Ciffermyuu tanto almejava. Expressando pânico no rosto em choque, de olhos arregalados com as íris trêmulas, ele correu até o Sombríage e agarrou fortemente em suas bordas rubras com desespero e fúria.

- NÃO! NÃO SE ATREVA! FIQUE LONGE DELA! - O rei das Trevas bradou numa ira incontida, socando a superfície encantada do espelho arcano num surto violento. - SE TOCAR EM MINHA FILHA, NÃO IMPORTA EM QUE BURACO SUJO DO INFERNO ESTEJA, EU JURO QUE TE MATO, SEU FILHO DA PUTA!

- Podes até tentar, mas isso não anulará o que posso fazer a essa sua cria simplória nesse exato momento. E não, os feitiços e selos de proteção que conjura sobre ela toda noite não poderão protegê-la de mim. Portanto, eu lhe darei uma única chance para se por em seu mísero lugar. A não ser que deseje que ela acabe tão morta quanto teu primogênito. E eu garanto que dessa vez, não haverá pacto algum que poderás fazer para ter ambos de volta.

Naquele momento, a realidade de com quem de fato estava lidando recaiu pesadamente sobre o Terceiro Lorde. O rei do inferno não estava blefando.

Devimyuu se arriscara e fora pego, havia falhado em partes com eles, e sabia que depois disso, não haveria mais outras chances. Sem barganhas ou segundas opções, só lhe restava obedecer.

Ciente de que sua fúria era inútil - de que qualquer coisa que fizesse seria inútil - temendo por sua filha amada, ele finalmente cedeu. Já tinha perdido Mewdarthe, e de forma alguma por mero orgulho, arriscaria que algo acontecesse a Mewleficent também. Afinal, se submetera a compactuar com a causa da Escuridão justamente para salvar o futuro de seus três filhotes, que amava mais que sua própria vida.

Com um suspiro profundo, batendo outra vez o punho na superfície do mesmo, Devimyuu pressionou a cabeça contra o espelho, enquanto seu corpo involuntária e lentamente prostava-se joelhos sobre o piso frio.

- Não... Tudo bem, eu admito... Deixei-me distrair, fui fraco, não agi como o Arquemônio que jurei ser. Não vai acontecer de novo, tem a minha palavra. Só... deixe minha filha fora disso...

Um sorriso vil e sádico esboçando fileiras de dentes afiados pútridos surgiu no rosto diabólico de Ciffermyuu.

- Quero ver-te implorar. Mostre que reconhece o lugar em que um verme desleal como você está diante de mim, aquele que carrega o sangue do próprio Deus da Escuridão e que rege os sete círculos do inferno.

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