Capítulo 1: Terrorist

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- Isso, Natasha, agora olha pra mim!

Gritou o fotógrafo. Natasha levantou a cabeça, os olhos verdes brilhando no flash da câmera cara do homem. A maquiagem em seu rosto era forte, em contraste com seus cabelos ruivos e a lingerie de renda que usava. O fundo era branco, o studio em que estávamos era enorme e muitas luzes iluminavam Natasha. Ele a mandou deitar no chão, em uma pose sexy mexendo os cabelos.

O que era aquilo, revista da playboy?

Era meu primeiro dia. Eu observava tudo da porta, impassível. Não me importava se ela estivesse nua e de pernas abertas, ela era apenas meu trabalho, minha missão. Em certo momento Natasha olhou para mim, mas não me incomodei, ela que deveria estar incomodada em estar semi-nua na frente de todo mundo. Mas eu também não estava ali para julgá-la, tinha que me lembrar disso.

Ser guarda-costas não foi algo que planejei. Quando entrei pro exército, não imaginava que entraria pra CIA, e depois que entrei pra CIA não imaginava que seria guarda-costas. Esse lance de espião não era meu forte, passar meses na Europa infiltrado tentando pegar algum cara malvado e acabando morto ou sequestrado no Paquistão... Não era minha praia.

Já fiz missões. Tinha treinamento para três vidas. Mas queria algo mais tranquilo. Não tão tranquilo quanto trabalhar no escritório, não. Eu ainda não estava velho assim. Acabei fazendo um treinamento para ser guarda-costas, e uns anos depois me acharam bom o suficiente para ser segurança do presidente.

Era o maior cargo na área, e o dinheiro era ótimo.

Depois, passei um tempo fazendo treinamentos e fui enviado para Londres, onde fiquei por quatro anos. Não estava caçando mafiosos italianos nem terroristas árabes, estava fazendo coisas confidenciais que não podem ser reveladas aqui.

E agora, eu estava aqui.

Sendo segurança de Natasha Romanoff. Uma das maiores supermodelos do século. Filha de um bilionário. Com um temperamento do tamanho do prédio do pai dela.

Essa garota com certeza teve seguranças a vida inteira. Duvido que já tenha respirado sozinha alguma vez na vida. E sua vida era um mistério, tinham inúmeros buracos nos arquivos da CIA. E se a CIA não sabe informações sobre você, provavelmente elas não existem.

Apesar do dinheiro, fama e carros, ser Natasha Romanoff parecia bem miserável olhando por esse ponto de vista.

Uma hora depois, Natasha tinha mudado de figurino várias vezes, e logo acabou. Ela veio rindo com a equipe das câmeras, que mostravam algo a ela. Por fim, veio com seus saltos na minha direção.

- Por que você está aqui? Achei que tinha sido clara ontem quando mandei você vazar.

- Não vou a lugar nenhum, senhorita Romanoff.

- Bem, vou me certificar que você não tenha mais que fazer seu trabalho.

E saiu andando. E eu, claro, fui atrás.

(...)

- Por que acha que tinha vaga para a função?

- Porque estamos lidando com possíveis terroristas, e o nível de ameaça requeriu que...

- É, isso também. Mas essa mulher é um demônio. Botou todos os seguranças antigos pra correr. Ninguém aguenta.

Suspirei.

Não acredito que achei que o maior dos meus problemas seriam terroristas.

Aparentemente, a terrorista era ela.

Lá estávamos nós, eu e John Holmes, um segurança antigo dela que não era alvo de maiores horrores de sua parte, portanto tinha aguentado ficar. O salário era extratosférico, então Natasha provavelmente fez um inferno na vida dos coitados para eles se demitirem.

Bodyguard - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora