Capítulo 45

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É difícil dormir em uma cama vazia quando você se acostuma com apenas uma parte

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É difícil dormir em uma cama vazia quando você se acostuma com apenas uma parte. O lado que antes era quente pelo corpo dela se tornou frio.

Nessa noite não teremos a nossa conversa antes de dormir, onde mesmo eu morrendo de sono ela me fazia rir de um jeito esquisito devido à exaustão, ou dormir paranoica pelos filmes de terror que ela me obrigava assistir antes de dormir, mesmo que nas cenas mais horripilantes ela fechasse os olhos.

Ainda estávamos em Abu Dhabi. William preferiu localizar ela primeiro do que embarcarmos rumo ao desconhecimento. Segundo ele, o quanto menos viagens de avião eu fizesse, melhor.

Ele fez isso porque falou com um dos meus médicos, o qual eu não sei, mas agora ele anda mais cuidadoso, cauteloso, observador. Isso está me deixando com uma pulga atrás da orelha, mas tinha coisas mais importantes para me preocupar.

Greta precisava de mim.

Nesses dias que eu estou em Abu Dhabi, não há um dia que eu não me lembre dela. Parece que quando não temos companhia temos várias coisas que podemos fazer. Claro, eu tinha William, mas não era certo se divertir enquanto ela estava do outro lado do mundo sofrendo.

- Achou o paradeiro dela? - pergunto tirando William de seus desvios.

- Ainda não, mas vou achar. Vá deitar um pouco, não pode se esforçar.

- Você parece um robô falando isso. Você não cansa? Eu estou bem, William. Só foi um susto eu parar no hospital.

- Um susto que durou cinco dias - constatou - Por favor, não discuta comigo.

Eu não aguentei e perguntei o que estava começando a me incomodar.

- Por que tenho a sensação que você está escondendo alguma coisa de mim? - falo tento toda sua atenção - Me fala, William. Mais cedo ou mais tarde eu vou descobrir, agora eu estou pedindo para você me contar, eu estou preparada. Me conta agora, eu preciso ouvir da sua boca. Você sabe que se eu descobrir por mim dependo do que for, eu não vou te perdoar. Uma promessa não sobrevive a uma traição - pontou.

- Agora não é o melhor momento. Você acabou de sair de uma cama de hospital - diz, querendo adiantar o inevitável.

- Quando vai ser? Quando eu estiver morta? - quase grito.

- Amélia, nunca, mas nunca diga isso! Está louca?!

- Você está me obrigando a dizer essas coisas, William. Me fala logo! - exijo.

- Quer saber a verdade? Bom, vamos lá. Eu sou William Parker - diz explodindo.

- Isso eu já sei - constato confusa, não entendo aonde ele quer chegar.

- Eu sou irmão gêmeo do homem que está prometido a Greta, Jacob, Jacob Parker - agora tudo fazia sentido.

Quando ele falou seu sobrenome para recepcionista na entrada do baile pensei nisso por um milésimo de segundo, mas logo descartei a ideia. Quantas pessoas com o sobrenome Parker existiam no mundo? Seria muito improvável que fosse ele.

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