0.1 | Não acredito que você é meu!

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Melissa Lombardi Moraes
Dois dias depois
Domingo, 14:30

Acho que eu nunca estive tão feliz em toda a minha vida como estive nesses últimos dois dias. Depois de tudo que aconteceu na casa da tia do Matheus - nosso primeiro beijo e a declaração -, estamos vivendo como um casal normal que se ama e que se respeita. Estou radiante!

Foi uma loucura só contar tudo que aconteceu para a Priscila, ela surtava a cada dois minutos, eu tinha que ficar esperando ela se acalmar para continuar a história. Foi difícil!

Mas no final de tudo, nós duas surtamos juntas e caímos na cama rindo igual duas retardadas. Ela ficou toda convencida falando que sabia que isso ia acontecer e no final de tudo iriamos nos apaixonar. Ficou se achando!

Eu só tinha contado para ela, afinal, nem tenho muitos amigos para contar sobre isso, e os que eu tenho não fazem ideia que o meu casamento com o Matheus tinha sido armado pelos nossos pais.

Agora, no meio disso tudo que estou vivendo, paro para pensar e agradeço minha mãe mentalmente por ter me obrigado a casar, pois se ela não tivesse feito isso eu nunca encontraria o amor no Matheus. Para mim, ele continuaria sendo o estranho enjoado que me irritava na escola.

Hoje é domingo e foi dia de churrasco em família no almoço, meus pais e os do Matheus vieram para nossa casa junto com minha tia e a sua cambada de gente. Todas as irmãs do Matheus estavam ali, e o Caio e o Felipe conversaram sozinhos em um canto.

Acho que esse foi um dos almoços mais calmos que já tivemos, eu e o Matheus não estamos trocando farpas e nem estamos com a cara emburrada, agora estamos tentando não demonstrar nenhuma reação do que está acontecendo entre nós. Estamos tentando não demonstrar nossos sentimentos e entregar o jogo. Não quero que minha mãe saiba, não por enquanto.

Porém, está muito difícil. Toda hora tenho que segurar a vontade de sorrir e beijar seus lábios, está sendo bem complicado manter a pose de não apaixonada.

Nesses últimos dois dias eu descobri o que é o amor. Acho que nunca tinha amado alguém tão intensamente, ele não sai da minha cabeça nenhum segundo, parece uma praga que se instalou e não quer sair de jeito nenhum.

E eu nem quero que saia. Está tudo tão perfeitamente bom que tenho até medo do que pode acontecer, não costumo ficar feliz por muito tempo, a vida não gosta muito de me ver sorrindo.

Tipo agora.

Estávamos todos conversando na sala, a conversa estava boa, nenhuma piadinha desagradável e nenhum comentário idiota tinham sido feitos até o momento. Porém, alguém tinha que fazer algum comentário desnecessário para acabar com o clima.

- Então, como anda a vida de casados? Alguma novidade? - perguntou a mãe do Matheus, a senhora minha sogra. Ela tinha tamanho entusiasmo no rosto, e eu entendi perfeitamente bem o porquê.

A parte do "alguma novidade" poderia ser só uma pergunta inocente, mas para quem conhece esse povo como eu conheço, sabe que não tem nada de inocente. E ao entender isso, meu humor mudou para pior.

- Não. Nenhuma novidade. - respondi, revirando os olhos sem poder acreditar naquilo. Será que esse povo acha mesmo que vou engravidar agora? Não quero filhos nem tão cedo.

Seu sorriso desapareu e o entusiasmo que ela tinha nem parecia verdade agora. Ela murchou. Seu olhos ficaram tristes e a expectativa que tinha pareceu machucá-la. Parecia até eu tinha anunciado a morte de alguém importante. Mulher dramática!

- Poxa! Que pena! - ela parecia realmente mal, e eu fiquei meio assustada com aquilo. Eles querem que eu engravide para comprovar que o plano deles deu certo?

Em momento nenhum passa pela cabeça deles que eu e o Matheus poderíamos não ter tidos relações? O que os fazem acreditar que transamos? Eles sabem que não nos amamos e seriam muito burros se pensassem que não descobririamos sobre o plano idiota deles.

Mal sabe eles que nosso primeiro beijo foi dado a dois dias atrás.

- Não comecem com esse assunto, por favor. - pediu o Matheus, e eu rezei mentalmente para todos o ouvirem. - Deixe que de novas vidas tomamos conta.

- Ta bom, foi só uma pergunta. - a Cecília se explicou, levantando as mãos em sinal de redenção. - Estressadinho.

O Matheus revirou os olhos com a atitude e fala da mãe, tive que me segurar para não ri de sua careta feia que para mim era linda. Ele era lindo até do avesso.

O silêncio reinou por alguns poucos minutos, mas logo voltou o falatório de antes e não tive paz por mais duradouras horas. Eu só queria que todos fossem embora e me deixasse sozinho com meu marido. Era só o que eu queria.

Deu três horas. Deu três e dez. Três e meia. Deu quatro. Quatro e vinte. Mas só quatro e meia eles resolveram ir embora, quase pulei de alegria quando vi todos passando pela porta.

Excluindo a Priscila e todas as irmãs do Matheus, o Caio e meu irmão, eles são suportáveis. Mas o resto não, tenho que ter força de vontade e muita paciência para enfrentá-los.

- Eu não estava aguentando mais. - disse enquanto caminhava até o Matheus, que estava sentado na poltrona de frente a cortina. Sentei em seu colo e entrelacei meus braços em seu pescoço, me inclinando para depositar um selinho em seus lábios. - Pensei que não iriam embora nunca mais.

Ele apertou meu corpo contra o dele e levou a mão até minha cintura, a mantendo ali. Sua mão deslizava sobre minha pele exposta por conta do cropped que usava. Era suportavelmente bom!

Não satisfeito com meu único selinho, ele colou nossos lábios novamente em um beijo mais intenso, onde nossa língua implorava por espaço.

- Também pensei que não iriam mais embora, estava com saudades de poder sentir seu corpo contra o meu. - ouvi ele dizer isso me fazia sentir desejava, afinal, ele tinha tocado meu corpo hoje cedo. - Você é viciante!

Sorri, levando minha boca até a sua novamente. Minhas mãos baguncavam seu cabelo enquanto a dele apertava minha bunda. Soltei um gemido entre o beijo e apertei seu cabelo, intensificando ainda mais o beijo.

A cada vez que eu o beijava, sentia a vontade de avançar e me entregar por inteira, mas no final sempre me controlada e deixa no ar um gostinho de quero mais.

Não sabia por onde andava a Rebeca, provavelmente estava arrumando alguma coisa lá fora, ou até mesmo nos quartos. Ela subiu boa parte do almoço, não sei o que estava fazendo, só sei que uma hora a Priscila sumiu junto e eu fiquei igual uma doida procurando por ela. Queria ter conversado mais com minha prima.

- O que acha de irmos para o sítio da minha família no final de semana? - sugeriu o Matheus. Meu peito acelerou com a ideia e trilhões de momentos passaram na minha cabeça, aquele lugar trazia várias lembranças.

- O sítio que tiramos nossas fotos de casamento? - perguntei, já sabendo a resposta mas querendo ter certeza. Ele assentiu e dei pulinhos de felicidade em seu colo, agora estava ansiosa para o final de semana.

- Irei organizar tudo então, e fica tranquila que farei de tudo para nossas mães não descobrirem, sei que não quer que elas saibam que estamos bem e nos entendendo. - sorri agradecida.

- E coloca bem nisso. - completei, passando as mãos por sesu ombros musculosos. - Não acredito que você é meu.

- Todo seu! - confirmou, me puxando para ele novamente.

Até o próximo capítulo ♡

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oi gente, voltei...

sei que demorei para postar essa segunda parte, mas eu quero deixar registrado aqui que eu não sei como vai ser o desandar dessa história, estou com um bloqueio e não consigo desenrolar e escrever mais capítulos, resolvi postar porque depois de tanto tempo tentando, achei que postando me daria mais vontade de escrever.... vamos vê se dá certo.

obrigada por tudo e desculpem alguma coisa 🫶🏽

Depois do: Casamento Arranjado Where stories live. Discover now