0.4 | Não tem como não ser especial!

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Melissa Lombardi Moraes

— É que.... então.... eu e a Eduarda.... estamos namorando.

— E qual é a novidade? — perguntei.

Será que elas realmente acham que nós não sabíamos disso? Isso estava tão na cara.

— Perai....  como assim? — minha prima me olhou com os olhos arregalados e totalmente espantadas. A Eduarda estava do seu lado com um olhar perdidinho.

— Até um cego já percebeu isso, vocês são péssimas em tentar disfarçar as coisas. — concordei com meu marido, elas realmente não conseguiam disfarçar o que estava acontecendo entre elas.

— Então porque vocês não falaram nada? — perguntou a minha cunhada. — Dá uma opinião do que achavam.

— A gente não quis falar nada porque vocês não tinham falado nada até agora, não sabíamos se queriam espaço para decidir o que fazer então não precionamos nada. E nós não temos que dá nossa opinião, se vocês duas se gostam o que podemos fazer? Sigam em frente e sejam felizes, eu e a Melissa vamos apoiar vocês duas em tudo, mas eu falo isso por mim, até porque a Eduarda sabe que nossos pais vão surtar. — deu uma pausa. — Espero que vocês sejam fortes e consigam enfrentar as duas feras lá de casa, mas como eu digo, o amor vence tudo. — e no final, olhou para mim e me deu um selinho. — Somos a prova disso.

Sorri com o gesto e me dei minha opinião também:

— Gostaria de poder falar que na nossa família vocês seriam muito bem aceitadas, mas todos saberíamos que eu estaria mentindo, não só meus tios e meus pais, mas a família toda é um poço de preconceito e nunca aceitariam isso. Eles vão julgar e falar que é errado, fazer todo um discurso ridículo que todos sabemos que não tem fundamento, vocês terão que
ser forte para encarar isso e não se deixar abalar. Vão preparadas porque a partir do momento em que vocês se assumirem, pedras vão rolar. Mas podem ter certeza que eu estarei do lado de vocês, e se alguém fizer qualquer brincadeira ou comentário infeliz, eu taco a pedra na cara deles de volta.
Consegui tirar um risada das duas, mas logo a expressão dura e fechada voltou para o rosto. Elas estavam com medo. Medo do que as próprias famílias poderiam sentir e fazer a respeito da relação das duas.

Eu juro que não entendo o porquê das pessoas julgarem tanto duas pessoas que se amam. Será que estão tão infelizes com a própria vida que quando vê alguém feliz quer destruir?

Tenho a consciência que minha família não é fácil, sei que vai cair chuva de xingamentos e preconceitos em cima das meninas, elas terão que ser fortes para encarar todas as pessoas que vão tentar destruir a relação das duas. E eles não vão desistir fácil, eu estou aqui, a prova de que eles não desistem até conseguirem o que querem.

Porém, do que depender de mim, eles terão que rebolar muito para conseguir acabar com o que a duas construírem. Não deixarei ninguém acabar com a alegria da minha prima. Não permitirei que a minha família destrate e faça qualquer mal para ela. E se fizer, irão me ouvir muito. Minha prima terá toda a minha proteção. E a minha cunhada também.

[...]

No momento em que minha prima se retirou da minha casa com minha cunhada, que agora também posso nomear de minha prima, eu e o meu marido voltamos para o nosso chamego.

Eu devo agradecer muito minha mãe por ter inventado toda essa história de casamento arranjado. Sei que ninguém merece passar por isso, ter um amor empurrado goela abaixo não é algo recomendável para ninguém. Todavia, com toda essa loucura que ela inventou e pós em prática, encontrei o grande amor da minha vida. E eu não poderia está mais feliz.

Depois do: Casamento Arranjado Where stories live. Discover now