Capitulo 55 - Sabado

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Christopher

Completamente desestabilizado eu cheguei na empresa na manhã seguinte, meu olho ainda tinha uma marca roxa, mas nada se comparava a dor em meu coração. Pensei em ir até a sala do Will, na esperança de que ao menos ele tivesse ido trabalhar, mas assim que chego na Splendore a pessoa que encontro era a última que eu queria ver. Ana me esperava no sofá, em frente a saída do elevador. Seus olhos estavam avermelhados e ela parecia ter certeza de que era ali que me encontraria, mais cedo ou mais tarde.

- Bom dia. - Digo, tentando esconder o meu rosto.

- Me deixou plantada no restaurante, com sua mãe... - Resmunga, em voz baixa.

- Eu não sabia que minha mãe estaria lá...

- Mas sabia que eu estava! - Se coloca de pé, caminhando em minha direção - Me fez passar vergonha na frente da nossa família e dos nossos amigos. Onde esteve? Foi pra farra com o William? - Move as narinas, me cheirando - Ainda ta fendendo a Whiskey. - Desce os olhos por meu corpo - Não trocou de roupa... não se deu o trabalho de passar em casa antes... Onde passou a noite, Christopher?

- Em muitos lugares. - Respondo, cansado de mentir - Em muitos bares... não saberia como nomear cada um pra você, porque não me lembro do nome de metade deles!

Ela ri, completamente desacreditada.

- Me deixou plantada, pra ir para o bar? - Agarra em meu queixo, virando meu rosto violentamente para o lado - Arrumou briga, Christopher?

- Não foi no bar... - Passo a lingua nos lábios, evitando olhar para ela. - Foi com o namorado da Ceci, na casa da Inês!

- Arrumou briga com o namorado da Ceci? - Seu nariz se franze em uma careta de nojo - Por que?!

- Ela não veio trabalhar ontem, exigi que compensasse o horário, ele não gostou e nós brigamos. Eu tinha bebido e estava irritado. - Respondo a desculpa que eu havia planejado a noite inteira.

- Ta falando sério, Christopher? Era tão importante, assim, que a Cecília compensasse o horário?

- Claro, Ana! - Afasto as mãos dela do meu rosto - Ela faltou um dia inteiro sem dar satisfação a ninguém...

- Então a demita, Christopher! - Bate as mãos nas coxas.

- Não entende que eu preciso dela? É tão difícil pra você, entender que eu não posso demitir a Cecília?

- Por que não? - Sua voz soa levemente irritada - Existem milhares de economistas em Nova York, Chris, não é exclusividade dela!

- Você não entende! - Abano as mãos no ar, dando a volta por ela e seguindo até a minha sala.

- É óbvio que eu entendo. Tem rabo preso com essa mulher, porque ela acoberta você, porque você abriu sua intimidade pra ela, e agora ela pode acabar com a sua vida, ela tem você nas mãos, Christopher!

- Tem razão... - Sorrio amarelo, deixando uma lágrima escapar, que eu logo seco, de costas para ela. - Ela tem minha vida nas mãos, e pode me destruir...

- Ela ta ameaçando você? Christopher... - Segura meu ombro, tentando me puxar para olha-la - Chris, fala comigo, por favor!

- Eu não quero conversar agora... - Me viro, sentindo o chão tremer, enquanto eu tento manter o equilíbrio. - Eu bebi a noite inteira, eu to com dor de cabeça, com sono...

- O problema é que você nunca quer conversar. - Uma lagrima escorre de seus olhos - Eu pensei que tinha me dado esse anel... - Ergue as mãos na altura dos meus olhos. - Porque queria se redimir. Eu quis acreditar em você, que você só está sobrecarregado, mas... - Desvia os olhos, contendo um soluço - Uma pessoas apaixonada não faz o que você fez. Eu to longe há dias, você me deixou anunciar o prêmio de canes, sozinha, eu dei a noticia aos seus pais, sozinha, eu fiquei naquele jantar, sozinha, eu fui pra casa, sozinha... Meu relacionamento com você é resumido à minha solidão. Você não gosta de mim, e não consegue esconder isso. Você não é mais o cara por quem eu me apaixonei...

          

- Tem razão, Ana, eu não sou, eu mudei, não sei se, necessariamente, pra melhor. Mas esse sou eu agora, se não estiver bom pra você, então a gente termina aqui, porque isso é o que há. Esse sou eu agora, e ou você aprende a gostar de quem eu sou, ou cancela o casamento enquanto ainda dá tempo!

- Ta fazendo de tudo pra procurar uma brecha... - Esbraveja, com toda magoa presa em seu coração - Não consegue lidar com as suas responsabilidades, não consegue terminar comigo e ta esperando que eu faça isso por você. É um homem fraco e covarde! Mas acredite em mim quando eu digo que não farei isso. Vai ter que fazer você mesmo!

- Por que, Ana? - Deixo um soluço escapar - Por que tem que ser tudo tão difícil?

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- Por que, Ana? - Deixo um soluço escapar - Por que tem que ser tudo tão difícil?

- Eu amo você, Chris, e eu ainda sou muito apaixonada por você. Mas eu não serei para o resto da vida. Você vai me perder, e você só vai se dar conta disso, depois que também perder a mulher por quem está apaixonado. Nesse dia, você vai olhar para aliança em seu dedo e se dar conta de que tem uma esposa, mas não tem mais uma mulher!

Suspiro, me lembrando da Ceci, meu coração sempre pertenceria a ela, mas ela não me queria, ela me traia, me rejeitava... ainda assim, eu era capaz de ama-la e de passar por cima de tudo para que pudéssemos ficar juntos. Foi só ali, que eu entendi como a Ana estava destruída e como ela me amava, na mesma intensidade que eu amava a Cecília. Todo mundo ia sair ferido daquela relação, mas se eu pudesse ser o mesmo Chris afetuoso de antes, pelo menos a Ana seria feliz, e consequentemente ninguém descobriria sobre a empresa...

- Eu ainda quero me casar com você! - Digo, tomando a liberdade de acariciar o seu rosto, enquanto secava uma das suas lágrimas. - Eu te prometo que vou voltar a ser um bom marido, por favor, me espera...

Outra lágrima cai de seus olhos, e dessa vez ela deixa um beijo em meus lábios. Quando meus olhos se fecham, sou dominado por uma dor absurda. Eu sabia que ao abrir os meus olhos, não encontraria o rosto da Ceci colado ao meu, mas eu queria sonhar que sim... Não tive coragem de despertar daquela fantasia, então apenas a acariciei, desejado que fosse a mulher da minha vida de volta as minhas mãos.

Ana estava certa, eu tinha uma esposa, mas não tinha a minha mulher. Eu tinha uma relação, mas não havia amor. Pelo menos, ainda era melhor do que não ter mais nada.

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A Estranha Cecília - Chris EvansOnde histórias criam vida. Descubra agora