Capítulo 5 🔞

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          Eu estava descalço.
Podia sentir o gelado da lama a cada passo, era bom.
O vento fresco soprava pelos meus cabelos soltos, dei um risinho.

— Fez cócegas. – digo alisando a ponta do meu nariz. — Mingau... o seu lanchinho! – digo balançando o pote de ração, enquanto procurava pelo meu gato travesso. — Se você não aparecer, vou comer tudo. É sério! – digo me afastando cada vez mais da fazenda do meu pai.

        Meus passos eram calmos sobre um bosque escuro, mas não existia medo… eu me sentia em casa.
        Um barulho me chamou atenção, uma sombra me fez perceber que eu não estava sozinho. Mas do outro lado um miado me distraiu.

— Mingau, seu gato bobinho! – eu repreendo, pegando o gato gorducho e o abraço. Ele olha pra mim e mia. — Tá bom, você não é bobinho. – digo sorrindo, enquanto ele come esfomeado a ração.

— Que gatinho fofo. – uma voz grossa diz.

         Rapidamente olho para entre as árvores. Vejo dois homens grandes – gigantes – se aproximando de mim.
Me encolho um pouco.

— Qual gatinho exatamente está falando? – o outro diz, ambos riem, enquanto ele abaixa na minha frente. — Que bonequinho... – ele diz alisando minha bochecha.

— O senhor perdeu seu gato também? – pergunto confuso, ele sorri.

— Na verdade, o gato do tio está muito machucado agora. – ele diz, enquanto o outro homem ri.

— Tadinho... o que aconteceu com ele? – pergunto preocupado, não quero que nenhum gato sofra.

— Quer ajudar os tios? Você parece saber cuidar melhor. – o homem agachado continua falando.

— Eu posso? – digo com um largo sorriso, Mingau iria gostar de um amigo.

— Claro. Aquele gatinho vai adorar você. – o outro homem acaricia minha cabeça.

          Olho para Mingau. Ele parece com muita fome, então vou deixar ele aqui comendo e trazer seu novo amigo.

— Você fica aqui, Mingau. Vou trazer um amigo pra você brincar. – digo apontando para o gato que só se importa em comer, então olho para os homens gigantes que sorriem. — Onde o gatinho mora?

— O tio vai te levar lá. – o tio agachado diz se levantando e oferecendo sua mão para eu segurar, eu aceito. Não quero me perder.

          O outro tio segura minha outra mão, enquanto caminhamos floresta dentro.

— Será que ele vai gostar de mim? – ergo meu rostinho para perguntar.

***


        Caleb abriu seus olhos com um sobressalto.
O cheiro de sabonete o despertou naquela manhã, seus pequenos olhos negros foram a primeira coisa que ele viu.
          Fazem apenas dois dias desde o último encontro dos dois, e desta vez Tae invadiu sua casa. Estava em seu quarto!

          Caleb não tinha mais muitas forças, não queria mais ser quebrado.
           Sim, ele era um homem grande. Mas algo dentro dele morreu, ele não sabe bem o que era. Só acredita que não pode ser mais concertado.

— Eu sou um brinquedo pra você? – Caleb perguntou vendo Tae apoiado em um braço e o outro em sua cintura. — Por quê você fica fazendo isso e depois some? – o silêncio de Tae começou a irritar Caleb. — Esqueceu o português, idiota? – Caleb disse rispidamente, foi motivo para Tae rir.

Não Culpe Meu Cabelo Cacheado ( Degustação )Onde histórias criam vida. Descubra agora