Capítulo 61 - Escalação

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O Coração de Umir estava na posse do Ramdas, mesmo sabendo que eram humanos que estavam pedindo pelo artefato, o patriarca do clã não queria entregar ele sem lutar. Ele sugeriu que fizéssemos um torneio com o coração sendo o prêmio, o torneio teria 7 combates o primeiro a chegar a 4 vitórias levaria o prêmio, eles especificaram nas mensagens que não haveriam restrições quanto a armas ou mortes, o que significava que eles não queriam perder o coração de Umir por nenhum motivo.

Ross passou muito tempo ponderando sobre quem iria lutar nesse torneio. Passou quase um mês após isso até que ele me chamou para sua sala para conversar comigo.

- A lista está feita. - Ross falou enquanto eu me sentava.

- Eu queria falar disso na verdade. - Suspirei. - Não é justo que a gente coloque vidas de soldados em risco só por um desejo meu e da Dawn.

- Concordo. - Ross respondeu. - Mas acredito que você vá achar essa lista curiosa. - Ross estendeu um pedaço de papel para mim.

Olhei para a lista de nomes escrita no papel e logo a amacei.

- Não mesmo. - Respondi.

- Não acha arrogante da sua parte tomar a decisão por eles? - Perguntou.

- Não! - Respondi. - Eu não vou deixar eles lutarem por um motivo meu.

- Você já pensou por um momento que a gente também quer que a Dawn ache a cura? - Raphael falou fechando a porta.

- Você que pensou que eu não tô nem um pouco a fim de deixar vocês morrerem? - Falei me virando para Raphael.

Junto a ele estava todos os outros nomes da lista, tirando por um deles, que era o que mais me chocava dentro da lista. Junto a Raphael estavam, Emily e Lion, um pouco mais a trás estava Tresh, fora esses quatro, na lista ainda tinha o meu nome e o nome de Ross e o nome que estava nas lista e me deixou chocado era Ashe Sugar.

- A gente tomou essa decisão. - Raphael falou.

- Já ta na hora de você parar de tentar carregar todo mundo nas suas costas e deixar a gente te ajudar com as coisas. - Lion falou.

-Entre todos eu achei que você era o mais improvável de ajudar. - Respondi. - Dizendo que ela é um problema e que eu deveria me afastar dela.

- Eu sei o que eu disse. - Lion falou. - Mas isso não quer dizer que quero que ela sofra com essa doença.

- Beleza. - Suspirei. - Mas eu não vou deixar. - Olhei para Ross. - Manda o mensageiro dizendo que eu quero um duelo com um campeão deles. Nós não vamos aceitar esse derramamento de sangue desnecessário.

- Não. - Ross respondeu com uma cara de desafio. - Eu quero ver um pouco de sangue rolar.

- Eu vou...

- Vai nada. - Ross respondeu. - Eu sou seu mestre e seu superior - Ross se levantou. - Você vai respeitar a vontade dos seus amigos, isso é uma ordem. - Ross olhou para mim com uma seriedade impar, a postura dele dizia que se eu não obedecesse, haveria uma punição.

Eu suspirei e olhei em volta, todos me encaravam com um sorriso no rosto que demonstrava que aquilo era um plano deles desde o início.

- Sim senhor. - Falei com o mesmo tom que os soldados falavam com os sargentos.

- Perfeito. - Ross respondeu. - Partimos em duas semanas. Dispensados. - Ele falou para todos.

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- Eu já disse que odeio vocês? - Falei para meus amigos enquanto caminhávamos pelo quartel em direção ao elevador que levava a cidade.

- Acho que já. - Emily falou com um sorriso idiota.

- A gente também te ama! - Raphael falou me dando um pescoção. - Lembra do que eu falei pra você aquele dia que eu tava bebado, se você morrer eu te mato.

- Eu não vou morrer. - Falei soltando meu pescoço. - Mas se vocês morrerem eu juro que revivo vocês só pra poder matar de novo. - Olhei serio para Raphael. - E eu conheço alguém que pode fazer isso!

- Você conhece um necromante? - Lion perguntou sério.

Necromancia não era um tipo de magia específica, era quase como uma ciência que foi descoberta, qualquer um versado no domínio de manda poderia realizar a necromancia, mas isso iria destruir a alma da pessoa revivida, o que fez ser uma prática proibida em todas as partes do mundo conhecido e isso tornou o acesso a esse conhecimento restrito, você poderia ter o conhecimento, mas ele era permitido apenas para aqueles que seriam usados para identificar rastros de necromancia.

- Não. É uma longa história... - Respondi. - É um dos príncipes do inferno.

- Você tirou minha preocupação e adquiriu minha curiosidade. - Raphael falou.

- Como eu disse... Longa história - respondi.

- Te pago um lanche? - Emily sorriu.

Antes que eu fosse responder, meu celular vibrou no meu bolso, peguei ele sabendo que seria uma mensagem de Dawn - ela era a única que eu permitia as notificações. - ela dizia que estava livre depois de terminar uma prova.

- A Dawn pode ir junto? - Perguntei olhando para Lion. Emily e Raphael também olharam para ele.

- Claro... Se não tiver problema pra ela. - Lion respondeu.

Digitei rapidamente perguntando se ela teria problema. A resposta foi quase instantânea dizendo que não tinha problema. Eu dei um sinal positivo com o polegar e fui em direção ao elevador.

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Dawn entrou na lanchonete e veio em nossa direção antes que o atendente notasse. Eu era o único que estava de frente para a porta, nossa mesa ficava no canto direito da parede mais ao fundo da cafeteira, o banco onde eu estava sentado era grudado a parede e o banco diante de mim onde estavam sentados Lion, Emily e Raphael, nessa exata disposição. Nós sempre nos sentamos naquela mesa quando íamos aquela lanchonete.

Raphael olhava para o além com um olhar distante, normalmente ele e Minerva ficavam sentados um do lado do outro, mas como Minerva havia voltado a Neo-Leone a duas semanas, Raphael estava sozinho e vez ou outra olhava para o além.

- Desculpa a demora. - Dawn falou deixando a mochila do lado do banco em que eu estava. - Vocês já pediram? - Ela perguntou.

- A gente acabou de chegar. - Raphael falou voltando a realidade subitamente. - Você não falou ainda, né? - ele olhou para mim.

- Falou o que? - Dawn perguntou se sentando do meu lado.

- Sobre a minha pequena jornada ao inferno. - Respondi enquanto Dawn me dava um beijo no rosto ainda com a máscara.

- Nós queremos detalhes. - Emily falou sorrindo.

- Não vou dar muitos porque foi quase um ano que eu passei por lá. - Falei. - Mas eu vou tentar falar sobre de forma breve pra vocês.

O início de minha história foi barrado brevemente pelo atendente que veio anotar os pedidos.

A Cronica do Andarilho [Não Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora