cap. 103

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Patrick

1 mês depois

Já faz um mês que sai do hospital e estou em casa, Apolo me afastou do trabalho e disse que eu só voltaria a trabalhar quando ele visse que eu estava totalmente recuperado.

Terminei meu banho, me vesti e deitei na minha cama, logo o Gabriel apareceu.

- Eai, como vc está?

- Com um pouco de dor nas costas, mas estou bem.

- Que bom, estou indo buscar minha filha e vou passar no mercado, precisa de alguma coisa?

- Não, qualquer coisa eu te mando uma mensagem.

- Tá bom, estou indo lá, até daqui a pouco.

- Até.

Peguei uma coberta, meu travesseiro e desci pra sala. Fui até a cozinha, peguei um pacotinho de bolacha e voltei para o sofá. Minutos depois a campainha tocou, me levantei e fui atender a porta.

- Oi.

- Heloísa? O que vc está fazendo aqui?

- Vim te visitar.

- Entra, vc veio sozinha?

- Não, pedi para o Fábio me trazer e o seu irmão? - Pergunta colocando as sacolas que ela trouxe encima da mesinha de centro

- Foi buscar a minha sobrinha.

Ela sentou no sofá e se enfiou embaixo da minha coberta.

- Folgada.

- Fica quieto.

- Pelo menos seu pai sabe que vc está aqui?

- Sim, ele que me ajudou a comprar essas coisas pra vc.

- Nossa, depois tenho que agradecer a ele por tudo e pagar pelo conserto do carro.

- Não, ele não vai aceitar.

- Como vc sabe?

- Eu perguntei, ele disse que vc estava fazendo seu trabalho, então o acidente é responsabilidade dele.

- Ele fez mais que isso, ele pagou todas as despesas do hospital.

- Aceita que dói menos, meu pai não vai mudar de ideia.

- Eu vou falar com ele, isso não pode ficar assim.

- Patrick, escuta o que eu estou te falando, o senhor Apolo Martins não vai mudar de ideia, não vai adiantar nada querer falar com ele.

- Não custa tentar.

- Tá, seu teimoso, eu estou indo embora - Disse levantando do sofá

- Não mesmo, pode ficar aqui - Falei puxando ela para o meu colo - Eu já estava ficando com saudade de vc baixinha.

- Eu também.

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- Como foi na faculdade hoje?

- Bom, muito bom e cansativo. Onde é o seu quarto?

- Pra que vc quer saber onde é o meu quarto?

- Eu quero saber como é, se é organizado.

- Heloísa sua curiosa, vem que eu te mostro.

Levei ela até o meu quarto e fechei a porta. Heloísa foi direto para o porta-retrato que tem uma foto minha e dela.

- Eu também tenho essa foto, ela fica na minha mesinha de estudos, quando eu penso em desistir por estar cansada, lembro da gente e isso me faz continuar.

- Eu também lembro da gente quando eu quero desistir, vc me dá forças pra continuar baixinha.

- Vc já pensou em desistir? Tipo, acabar com a própria vida.

- Diversas vezes.

- Por que?

- Esgotamento mental, antes de começar a trabalhar para o seu pai, eu trabalhava de manhã, fazia faculdade a tarde e depois eu tinha outro trabalho a noite, chegou uma hora que não consegui mais aguentar de tanta pressão e cansaço, eu não tinha tempo pra descansar até que um dia, caminhei até uma ponte e estava decidido a pular, mas seu pai me salvou, me fez largar meus dois empregos e terminar a faculdade.

- Por que vc não escolheu um emprego na área em que fez a faculdade?

- Eu não quis, então seu pai me deu um trabalho e estou até hoje com ele.

- Que bom que meu pai chegou na hora certa.

- Sim, se ele não tivesse me salvado, a gente nunca teria se encontrado.

- Verdade.

- O que achou do meu quarto?

- Melhor do que eu tinha imaginado.

- Como vc imaginou meu quarto?

- Bagunçado, pacotes de comida e garrafas de bebida espalhados por todo canto.

- Não gosto de sujeira, sou extremamente exigente com organização e limpeza.

- Que bom.

- PATRICK, CHEGAMOS - Gritou Gabriel da sala

- Vamos descer, vou te apresentar minha sobrinha.

Abri a porta do quarto e descemos para a sala, Gabriel estava mexendo nas sacolas que a Heloísa tinha trazido.

- Quem trouxe tudo isso?

- Eu - Respondeu Heloísa

- Ah, oi Heloísa, tudo bem?

- Sim e com vc?

- Estou bem também.

- Que bom.

- Heloísa, essa é a minha sobrinha Alana. Alana, essa é a Heloísa, minha...

- Amiga, por enquanto. Muito prazer te conhecer Alana.

- Digo o mesmo.

- Estou ficando com fome, trouxe algumas coisas pra gente...

- Eu e o Patrick cuidamos disso - Disse Gabriel - Vc é visita, não vai fazer nada

- Não me importo em ajudar.

- É bom vc não discutir com o meu irmão, quando ele diz que vc é visita, vc é visita.

- Tá bom então, vou ficar aqui com a Alana.

Pegamos as sacolas e seguimos para a cozinha.

- Amiga é?

- Dá um tempo cara, quando eu sentir que ela está preparada, vou dar o próximo passo.

- Quando ela estiver preparada ou quando vc estiver preparado? Vc não contou pra ela ainda?

- Não, não é necessário ela ficar sabendo disso.

- Por que não?

- O que ela vai pensar de mim quando eu contar que tenho um filho?

- Vc visita ele pelo menos? - Pergunta Heloísa me dando um susto - Conhece ele? Fala com ele? É presente na vida dele?

- Sim, é claro que sim.

- Ah, então está tudo certo.

Olhei surpreso para ela, Heloísa é incrível.

- Vc é muito curiosa Heloísa.

- Não, vcs que não sabem falar baixo, eu e a Alana estávamos ouvindo tudo.

- Sei.

- Então, quantos anos ele tem?

- 13.

- Huumm, qual o nome dele?

- Guilherme.

- Huumm, ele mora com quem?

- Minha tia.

- Por que ele não está morando com vc?

- Eu estou guardando dinheiro pra conseguir um lugar melhor pra gente, quero que ele tenha um quarto só pra ele e tudo que ele tem direito.

- Incrível da sua parte. Quando vou conhecer ele?

- Assim? Tão rápido?

- E daí Patrick? Qual o problema?

- Nenhum, mas eu não esperava que vc quisesse conhecer ele tão rápido.

- Poisé, mais eu quero, então ache um jeito de trazer ele.

- Posso ir buscar ele agora, a Alana vai comigo. - Disse Gabriel

- Tá, pode ser, só avisa a tia que vc está indo.

- Beleza.

Heloísa me abraçou e beijou minha bochecha.

- Se a gente quer ter um relacionamento sério, não quero que vc esconda nada de mim, é o seu filho, não quero que vc se mantenha afastado dele por minha causa.

- Eu te amo baixinha.

- Também te amo.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora