Quem é vivo sempre aparece (já perdi as contas de quantas vezes disse isso aqui).
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Heung-Min saiu da escola depois de ler e reler incansavelmente a lista onde constavam os nomes dos alunos inscritos na viagem. Sua esperança era que a qualquer momento o nome de Kang-In saltasse aos seus olhos, mas isso, obviamente, não aconteceu e eventualmente ele teve que aceitar que seu filho não havia ido a Jeju.
Ele permaneceu no carro ainda no estacionamento da escola por um tempo. Sua cabeça fervilhava e ele podia sentir o início de uma dor de cabeça se formando. O que ele poderia fazer agora? Avisar a polícia? Talvez fosse um bom começo, mas ainda que acionasse as autoridades, ele não ficaria de braços cruzados esperando notícias, precisava fazer alguma coisa ou enlouqueceria.
A grande questão era por onde exatamente começar. Ele não conseguia pensar em nenhum lugar para onde Kang-In poderia ter ido. Seu filho não conhecia muitas pessoas fora da família. Ele era muito fechado e nem mesmo com os outros meninos do clube interagia muito. O mais próximo que ele tinha de um amigo era Gue-Sung – e talvez o garoto fosse a resposta para encontrar seu filho. Se ele iria colaborar ou não era outra história. Heung-Min sabia que Gue-Sung era um bom garoto, mas ele sabia também que adolescentes consideravam dedurar uns aos outros para um adulto um crime. Mas Heung-Min precisava ao menos tentar.
Com esse plano em mente, Heung-Min finalmente deu partida no carro e dirigiu rumo à casa de Gue-Sung. A família do garoto morava no outro extremo da região onde Heung-Min morava. Era uma parte considerada nobre e Heung-Min só conhecia porque alguns anos antes Kang-In havia sido convidado para a festa de aniversário do amigo. Heung-Min tivera que levá-lo praticamente arrastado.
Quando chegou, Heung-Min reconheceu imediatamente o sobrado de tijolinhos e estacionou em frente. Tocou a campainha uma vez e não demorou muito a ser atendido, o rosto de Eun-Soo, mãe de Gue-Sung, aparecendo por trás da porta. Os olhos dela brilharam em reconhecimento assim que o viu.
— Heung-Min-ssi! – ela abriu a porta completamente e acenou para que ele entrasse – Entre! Entre! – ela fechou a porta assim que ele passou e o levou para a sala de estar. – Eu vi você na escola mais cedo, mas Gue-Sung ficou me apressando e não pudemos nos falar. Como está Kang-In? Faz tempo que não o vejo.
— Eun-Soo-ssi, estou aqui justamente para falar sobre Kang-In. Tem algo que preciso perguntar a Gue-Sung.
— Oh? Aconteceu algo? – ela indagou assumindo uma expressão preocupada. – Espero que eles não tenham se desentendido. Sempre digo a Gue-Sung para não forçar a barra, mas ele gosta muito do seu filho.
Enquanto Eun-Soo discorria sobre como Gue-Sung era sempre intenso em suas demonstrações de amor, Son percebeu o anestesiamento que havia induzido sobre si mesmo começar a perder efeito e sentiu o peito apertar. Não seria fácil admitir em voz alta – ele ainda estava tendo muita dificuldade de aceitar o que estava acontecendo – mas precisava de ajuda, então teria que falar ainda que lhe doesse. Eun-Soo parou abruptamente seu monólogo quando percebeu a distração de Heung-Min.
— Heung-Min-ssi, você está bem?
— Eu não sei onde Kang-In está – ele se forçou a dizer e mesmo assim as palavras saíram meio engasgadas, como se sua voz estivesse a ponto de perder a batalha para as lágrimas. Eun-Soo pôde notar que ele tremia. – Ele saiu de casa me dizendo que estaria na viagem com a turma e hoje eu descobri que ele não foi – Heung-Min, sentando num sofá próximo, apoiou os braços sobre os joelhos e curvou-se sobre eles sentindo-se derrotado.
Eun-Soo sentiu o peito apertar imediatamente e sentou-se ao seu lado, depositando uma mão sobre o ombro do homem como uma forma de apoio. Pobre Heung-Min.
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Finding Dad - 2son
RomanceQuatorze anos depois de ter nascido de uma gravidez não planejada, Kang-In, filho de Son Heung-Min, decide que está na hora de descobrir quem é o seu outro pai.