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»-- Sophie Miller --«

Tínhamos terminado de almoçar e estávamos sentados na mesa, conversando.

Meu celular notifica e vejo no visor do mesmo que é Alexander.

"Oi dona Sophie, não quero incomodar, mas só pra avisar que eu trouxe o veterinário aqui e ele disse que a Pérola está bem mal e pode não ter muito tempo de vida, mas ele deu um remédio pra ela pra ver se ela consegue levantar. Depois, se a senhora estiver livre, passa aqui pra ver ela."

Sinto um aperto no meu coração. A Pérola foi um presente do meu avô. Ele me deu a Pérola quando ela ainda era pequena. Ele disse uma frase que eu nunca vou esquecer: "Quando eu não estiver mais aqui, olhe para ela e imagine você cavalgando com ela, e eu gritando para você ter cuidado para não cair". Acabo sorrindo quando me lembro do dia em que ele disse isso.

Não posso perder a minha Pérola. Ela é um pedacinho do meu avô que ficou comigo depois que ele se foi.

— Tudo bem? - Dylan pergunta, me tirando do meu transe.

Vejo que as meninas estavam lavando as louças

— Ah, sim. - Forço um sorriso. - Vou ajudar elas a lavarem as louças. - Quando vou me levantar, escuto Maya falar.

— Não precisa, Soso. Já estamos terminando, podem ficar conversando aí. - Ela fala e volto a me sentar na cadeira.

— Tá tudo bem mesmo? - Ele pergunta novamente.

— Sim, só tenho que dar uma passadinha na fazenda depois.

— Fica muito longe da cidade?

— Um pouco - Sorrio fraco.

— Quer que eu te acompanhe até lá? Pode ficar tarde e não é adequado viajar à noite. - Ele fala e sorrio irônica.

— Dylan, você acabou de sair de um hospital e acha mesmo que vou te deixar me acompanhar? - Pergunto.

— Relaxa, ele é teimosinho mesmo. - Olívia fala e vem até nós.

— Obrigado, mas não precisa me acompanhar, tá? - Me levanto. - Tô tomando bastante cuidado na estrada depois do meu acidente. - Falo e ele concorda. - Obrigado pelo almoço, eu amei sua lasanha, Maya. - Falo e olho para Maya

Me despedi de Maya e Dylan, e Olívia me acompanha até a porta.

— Está indo na fazenda? Você parece estar preocupada. - Olivia fala.

— A minha égua não está bem, preciso ir lá, não posso perdê-la também. - Falo e forço um sorriso.

— A Pérola? - Ela pergunta, provavelmente porque lembrou do dia em que enviei o áudio para o Alexander. Ela estava perto de mim no dia que enviei o áudio.

— Sim, ela mesma.

— Relaxa Soso, ela vai ficar bem. E cuidado na estrada, tá? - Olívia fala e passa a mão em meu ombro, e eu concordo.

Me despeço dela também e vou em direção ao meu carro.

Entro no meu carro e dou partida em direção a casa. Preciso trocar de roupa...

Chego em casa e tomo um banho rápido e visto literalmente a primeira roupa que vejo.

Visto um shorts jeans, uma blusa preta e calço uma bota branca

Pego meu celular e desço, saio de casa e vou até meu carro.

Vim o caminho inteiro pensando na minha Pérola. Entro na fazenda quando o Alexander abre o portão para mim passar com o carro.

Estaciono meu carro em frente à casa e saio do mesmo.

— Ela está no estábulo? - pergunto e ele concorda

Vou até o estábulo que não fica nem muito longe e nem muito perto da casa de fazenda.

Entro no celeiro da Pérola e me abaixo, sentando no chão e colocando a cabeça dela na minha perna.

— Oi, meu amor. - Falo já com os olhos lagrimejados. — Eu não estou preparada para te ver partir, sabia? Você não é só uma égua, você é o melhor presente que eu já ganhei da melhor pessoa, que é meu avô. - Falo já com algumas lágrimas caindo. Ela estava com uma respiração pesada. — O que eu vou falar vai doer muito em mim, mas quero que você saiba que se você acha que não consegue mais ficar aqui, pode partir, tá? - Falo alisando Pérola. — Eu vou olhar para o céu todos os dias e imaginar todos os nossos momentos juntas. Eu te amo muito, tá?

Sinto que a respiração dela já não estava mais pesada porque agora ela parou, e meu coração agora está partido por completo.

Fecho meus olhos e encosto minha cabeça na madeira do estábulo. Sinto alguém tirar Pérola do meu colo e abro meus olhos, vendo Alexander.

Me levanto do chão e me abaixo para deixar um beijo em Pérola e falar um "Eu nunca vou deixar de te amar, descansa com o meu outro anjinho, meu amor", falo quase em um sussurro e saio do estábulo.

Vou em direção à casa de fazenda e prendo meu cabelo em um coque alto.

Assim que chego na casa, me sento na mesa da área externa e olho para o nada, começando a chorar mais.

Sinto alguém me abraça e levanto a cabeça e vejo minha mãe. Talvez o Alexander tenha avisado ela.

— Mãe, eu não quero perder mais ninguém que eu amo — falo chorando e abraço minha mãe

— Chore o quanto precisar, meu amor, e saiba que agora você tem dois anjinhos cuidando de você - ela fala enquanto alisa minhas costas

The architectOnde histórias criam vida. Descubra agora