123 ❧ Cafeteria e R.A.B.

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𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐨𝐭𝐭𝐞

Quando me dou conta, estávamos no meio de um lugar super movimentado, e um enorme ônibus estava prestes a bater contra nós quatro. Por sorte, Hermione havia nos puxado para a calçada a tempo.

— Onde estamos, Hermione? - perguntei, me recuperando do susto. - Posso saber?

— Avenida Shaftesbury. - ela disse, simplesmente.

— E onde é isso?

— Em Londres, ora... Eu vinha ao teatro com meus pais. Não sei porque pensei nisso, mas foi o primeiro lugar que veio a minha cabeça. Venham! Por aqui!

Hermione parecia conhecer o lugar como a palma de sua mão. Ela nos guiou por entre uma multidão de pessoas, arrastando-nos para dentro de um beco escuro. Que, para mim, não parecia ser a melhor das ideias, mas acabei cedendo.

— Nós precisamos nos trocar! - ela disse.

Hermione colocou, então, a mão dentro de sua bolsa, que era bem pequenininha. Porém, por conta de algum feitiço, ela parecia ser bem maior por dentro. Os olhos de Rony se arregalaram.

— Como fez isso? 

— Feitiço indetectável de extensão. - Mione respondeu.

Ela retirou de dentro da bolsa um monte de roupas, distribuindo entre nós três para que trocássemos.

— Você é incrível! - o ruivo exclamou.

— Sempre o mesmo tom de surpresa... - ela brincou.

Assim que nos trocamos, seguimos Hermione até um lugar distinto, que eu jamais tinha visto anteriormente. Era uma cafeteria.

Depois que nos sentamos, a atendente veio até nossa mesa, pronta para apanhar nossos pedidos.

— Um cappuccino, por favor. - Hermione pediu.

— E para vocês? - ela perguntou.

— O mesmo! - eu e os meninos dissemos juntos.

A mulher concordou com a cabeça e se afastou de nós.

— E todas as pessoas no casamento? - Harry perguntou baixo. - Vocês... Não acham que devemos voltar? 

— Eles estavam atrás de você, Harry. - Ron respondeu. - Se voltarmos ficarão em perigo.

— Ele está certo... - Hermione fala.

— Bom... E para onde vamos agora? - eu disse. - Caldeirão furado?

— É perigos demais! - Harry respondeu. - Se Voldemort tomou o ministério, nenhum desses lugares é seguro. Todos que estavam no casamento devem estar escondidos agora. E acabei de lembrar que deixei nossas mochilas na toca! Droga...

— Não havia jeito de buscá-las, Harry...

Escutei o sino da porta da frente tinir. Duas pessoas, vestidas com um terrível macacão azul e carregando uma caixa de ferramentas, entraram na loja, indo até o caixa.

— Já estava tudo empacotado há dias... - Hermione falou, enquanto mexia em sua bolsa. - Só o essencial, por precaução...

Mesmo prestando atenção na conversa, eu ainda observava os recém-chegados. Foi quando percebi uma estranha movimentação por parte deles, e podia jurar que um havia acabado de puxar sua varinha.

— ABAIXEM! - gritei a todos.

Como eu havia imaginado, os dois homens eram comensais da morte. Eles começaram a atirar em nossa direção, e por sorte eu já estava preparada para uma luta. 

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— ESTUPEFAÇA! - Harry atirou.

EXPULSO! - gritei, tentando ajudá-lo.

Com um pouco de sorte, consegui acertar um deles, que caiu no chão desmaiado. Então, uma pequena guerra se instaura dentro da loja. Aparentemente, a atendente não conseguia nos escutar, e apenas continuou dentro da cozinha. O comensal permanecia atirando contra nós quatro, que revidávamos com feitiços de proteção. 

Nos abaixamos por um tempo, para evitar os ataques, mas logo Hermione se ergueu novamente.

— PETRIFICUS TOTALLUS!

O homem que restara também caiu no chão, paralisado, bem atrás da caixa registradora. E, finalmente, a mulher percebeu a bagunça que tínhamos feito.

— Vai embora! - grita Hermione.

Ela não pensou duas vezes e obedeceu a Hermione, correndo para fora da loja desesperada.

— Tranque a porta e desligue as luzes... - Harry pede para Ron.

— Eu ajudo... - falei, indo atrás do ruivo.

Então, quando a barra estava limpa, fomos até os dois comensais que estavam caídos atrás do balcão.

— Esse se chama Rowle. - disse Harry, indicando um dos dois. - Estava na torre de astronomia quando Dumbledore foi morto!

— E este é Dolohov! - Rony comentou, apontando para o outro. - Reconheci dos cartazes de procurado.

— O que vamos fazer com eles? - perguntei, enquanto os encarava com nojo. - Se fôssemos nós, caídos aqui no chão, eles nos matariam!

— Lotte, se o matarmos, saberão que estivemos aqui! - Hermione me corrigiu.

— Mas... E se for ele quem matou o Olho-tonto? - Rony concordou comigo. - Como você se sentiria?

— Mesmo assim! - Hermione continuou. - Acho que o melhor a se fazer é limpar a memória deles...

Rony e Harry deram de ombros, concordando com a garota.

— Vamos, Charlotte... Faça você! - disse ele, abrindo passagem. - De todos nós, você sempre foi a melhor em feitiços...

— Bom... Você é quem manda!

Apanhei a minha varinha e caminhei na direção dos dois comensais. Por algum motivo, Harry pareceu não gostar muito da ideia.

— Tem certeza disso? - ele perguntou. - Se quiser, eu mesmo faço...

— Já fiz esse feitiço um milhão de vezes durante as aulas! - respondi. - Não tem perigo!

Eu não estava mentindo. Flitwick não cansava de me elogiar para a turma inteira toda vez que um Obliviate perfeito. Ainda assim, por algum motivo, comecei a sentir um leve tremor nos meus dedos enquanto segurava a varinha. Minha respiração ficou repentinamente ofegante, e havia um arrepio na minha espinha.

Estava bem de frente para os comensais, olhando fundo em seus olhos, enquanto os mesmos permaneciam paralisados.

— Algum problema? - perguntou Rony.

— N-Não... É só que... 

Não conseguia entender o motivo de tanto medo. Nunca tinha errado o feitiço, e não havia dúvidas que que conseguiria realizá-lo sem grandes problemas. Mas... Algo não parecia certo.

— Eu... Acho que é melhor você fazer, Mione! - falei, gaguejando.

— Tudo bem... - ela respondeu de imediato. - Obliviate!

No momento em que o comensal foi acertado pelo feitiço, senti um arrepio ainda maior, e por algum motivo uma lágrima escorreu pelo meu olho esquerdo. Eu a enxuguei o mais rápido que pude; o que meus amigos pensariam de mim se me vissem chorando por causa de um comensal?! Nada parecia estar fazendo sentido.

Por algum motivo sinto um arrepio na espinha, e em seguida uma lágrima escorrer pelos meus olhos. Não sabia ao certo o porquê, mas essa cena me incomodou, me causando uma pontada no coração. Por quê?

Harry de repente se virou para mim.

— Como será que conseguiram descobrir onde estávamos? 

— Você disse o nome... - respondi. - Por isso eu disse que deveria parar com essa sua mania! Toda vez que falar o nome, Você-sabe-quem conseguirá sua localização! É um feitiço!

— Eu... Não sabia disso... - Ronald comentou, parecendo impressionado.

— Faça o favor de não nos denunciar, ouviu? Quem sabe o que pode acontecer da próxima vez...

— Não haverá próxima vez, eu prometo! - Harry respondeu firmemente. 

— Então vamos logo! O melhor lugar para nos escondermos agora é na sede da Ordem!

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Depois de finalmente sairmos de lá, nós quatro fomos andando até a sede da Ordem - a casa da família de Sirius. Como não tínhamos outra opção, decidimos passar a noite lá. Isso, é claro, se alguém tivesse a capacidade de dormir no meio daquele turbilhão de acontecimentos.

Eu, lado a lado com minha velha amiga insônia, estava explorando a casa, enquanto pensava no próximo passo que daríamos. Harry havia resumido muito toda a história das tais horcruxes, e o quão importante era capturá-las. Uma vez destruídas, Harry teria chance de destruir Voldemort de uma vez por todas. 

De repente, ouço a voz de Ronald no andar superior, chamando nossa atenção.

— Pessoal! Encontrei uma coisa!

Curiosos, nos reunimos ao redor do garoto, que nos mostrou um nome escrito na porta de um dos quartos. Regulus Arcturus Black.

— R.A.B... - ele disse.

— Não entendi.

— Charlotte, R.A.B. é irmão do Sirius. - Mione respondeu.

Então, Harry enfiou a mão dentro do bolso, tirando de lá um objeto que se parecia com um medalhão. Quando eu o aproximei do meu rosto, tive certeza absoluta de que se tratava do medalhão de Salazar Slytherin. Perguntei a Harry como aquilo foi parar no bolso dele, e ele me explicou que, no dia da execução do diretor, os dois saíram juntos atrás daquele artefato. 

E como se eu já não estivesse surpresa o suficiente, dentro dele havia um bilhete.

— "Sei que quando lerem isto já estarei morto há muito. Roubei a verdadeira Horcrux e tenciono destruí-lo". - li o bilhete.

— Resta saber se ele destruiu mesmo. - Harry falou.

Novamente, escuto outro barulho, desta vez vindo do andar de baixo. Nós quatro, com medo de que pudessem ter nos encontrado, nos preparamos para lutar. Apanhamos nossas varinhas e descemos as escadas lentamente, atentos à cada pequeno ruído. Aparentemente, havia alguma coisa se movendo, dentro do armário de vassouras. 

Harry se aproximou, hesitante, segurou a maçaneta e o abriu, revelando o pequeno que nos espionava. O elfo Kreacher.

Prometidos ❧ Draco Malfoy FanficWhere stories live. Discover now