Capítulo Quatorze

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Não sei quanto tempo passo encarando o relicário em minhas mãos

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Não sei quanto tempo passo encarando o relicário em minhas mãos. A foto de nós dois nos beijando não parece entrar na minha cabeça.

Mas algo tenho que admitir. Por mais irritante que ela seja, Alura é linda. Muito linda.

Linda demais para o seu próprio bem.

— Você está encarando isso há muito tempo. — Olho para baixo ao ouvir a voz de Genghis. Estou sentado no topo da caverna, do lado de fora, encarando a Muralha. Não estava ali a última vez que vi.

— Estou tentando decidir se esta foto é real ou fabricada. — Respondo, balançando as pernas, concentrado.

— Ah, eu garanto, é muito real. — Levo um susto quando ele aparece magicamente atrás de mim com um sorriso travesso, se apoiando em seu cajado — Eu mesmo a tirei.

Franzo o cenho e olho para ele quando o velho senta ao meu lado.

— Por quê?

Ele suspira, olhando para o horizonte.

— Porque vocês estavam felizes. — Ele dá de ombros. Esse velho parece mesmo disposto a lutar por algo que não me lembro — Vocês tinham finalmente decidido viver o seu amor, apesar das objeções da mãe dela.

A menção da mãe de Alura acelera meu coração. Me lembro de seus olhos acinzentados e de seus cabelos prateados. Preciso vê-la de novo. Dizer o que não consegui dizer da última vez.

— Raelyn sabia?

Ele assente.

— Ela descobriu. Ela seguiu Alura até aqui depois de ela ter fugido por várias noites.

Pondero sobre algo, em silêncio.

— Será que foi ela quem tirou nossas memórias? — Minha voz sai baixa. Mais baixa do que eu gostaria.

Alura foi quem tirou as suas, lembra? — Ele me corrige.

— E quem tirou as dela? — Eu pergunto, apesar de saber que ele não faz ideia.

— Não sei. — Ele balança a cabeça, com o olhar preso em um Drakkar que sobrevoa os céus de longe — Se foi Raelyn, isso explicaria como ela conseguiu devolvê-las.

— E se não foi ela?

Ele fica em silêncio e eu o olho.

— Então quem fez isso com ela é bem menos talentoso que a sua amada. — Ele sorri para mim, finalmente tirando os olhos do Drakkar.

Fico em silêncio e volto a olhar para a foto. Toco nas minhas próprias orelhas. Elas não são mais pontudas como costumavam ser.

Sinto uma presença atrás de mim e minha magia me diz exatamente quem é. Abro um sorriso, sem olhar para ela.

— Lembre-me de me chutar na cara por ter te dado esse relicário mágico. — Olho para Alura e a vejo concentrada enquanto escreve algo em sua escrivaninha em seu quarto.

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