seventh

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Han Jisung POV

O temido domingo chegou. Eu fiz um bolo de chocolate pra nós, com bastante ganache em cima, será que isso perdoa toda minha paixão proibida e descontrolada? Não sei dizer.

Acordei cedo e limpei a casa toda, passei até o aromatizador de morango que ele gosta. Fiz o bolo e lavei todas as louças para garantir que estivesse impecável, deixei ele guardado já com a cobertura dentro do forno, e então fui tomar um banho.

Lavei meu cabelo com uma paciência... Vulgo nervosismo de ver ele novamente. Coloquei uma calça moletom cinza clara e uma blusa branca, eu só tenho essa skin em casa. Sequei meu cabelo dividido quase no meio e encontrei as presilhas rosa que havia comprado pra ele, já em um saquinho pequeno e fofo.

Vesti meias brancas que iam até o meio da minha canela, afinal não queria parecer desleixado da mesma maneira que não usaria tênis dentro de casa. Eu estava muito cheiroso, devido o banho de hidratante depois, e eu esperava sinceramente que isso me rendesse um abraço longo.

A campainha soou e eu suei. Tirei o bolo do forno e deixei sobre a bancada, indo abrir a porta para ele com o maior medo que já tive na vida, era o momento "agora ou nunca" pra mim. Até errei a chave umas 4 vezes (não propositalmente).

- Oi, hyung... - eu disse tímido, minhas bochechas provavelmente rosinhas e muito sofrimento por dentro, abri a porta por completo e apontei pra dentro pedindo para ele entrar.

Minho não disse nada além de ter um sorrisinho pequeno no rosto, ele já era de casa, então seguiu pra cozinha e foi tirando o leite de banana da ecobag fofinha dele, esperando eu trancar a porta e ir pra lá também.

- Vou pegar pratinhos... - abri o armário alto e tirei dois pratinhos verdinhos de lá, em formato de coração mesmo sem ter planejado, então os deixei na bancada e peguei uma espátula de cortar bolo e duas colheres de sobremesa pra nós - Pode servir, se você quiser. - tudo que eu dizia saía com uma dificuldade, estava suando frio e pensando se Minho já me odiava, enquanto isso peguei também um copo pra ele e outro pra mim.

- Tudo bem, Ji? - como tudo bem, Lee Minho? Simples assim?

- Acho que sim... - fiquei nervoso pra responder e quase tremi a voz, fui cortando o bolo mesmo que minha mão também chacoalhasse, e assim servi pro Min antes de tudo.

- O que foi? Está tremendo por que, Hannie? - Hannie... E eu achando que nunca mais ouviria isso na vida.

- Não sei. - menti e menti muito feio - Ignora isso... Come o bolo. - sorri pequeno quase que em um pedido de socorro à qualquer entidade existente.

- Não vou ignorar, conta o que foi. - falou com seu jeitinho amigável de sempre, porém não parecia confortável e era algo que me amedrontava. Talvez ele soubesse de tudo e fosse jogar na minha cara.

- Eu... - o que aconteceria se eu dissesse pra ele simplesmente? - Eu perdi meu caderninho, essa semana... Perdi minhas letras. - omiti, sim, contudo tentei ser sincero, me sentando ao lado dele pra comer também, enfiando uns 3 quilos daquele chocolate na boca pra ficar quieto.

Minho não respondeu. Mas riu. Riu baixinho e fofo, com as bochechas levantadinhas. Ele me acha trouxa? Bobo? Ele leu meu caderno? Ele não sabe de nada? Ele acha que se me der um novo está tudo resolvido?

- Não ri, Lino hyung! - simplesmente dei um tapinha no seu ombro, acabando por receber a mão dele no meu joelho, me apertando sem muita força.

- Desculpe... - engoliu a risada e comeu também, colocando o leite nos copos pra nós bebermos - Cadê seu auau? - indagou olhando em volta, por conta do silêncio.

- Ele tá no quintal... Dei ração e ele foi dormir mais, um preguiçoso. - tentei me distrair com isso também, afinal nada era pior do que a situação em que me encontrava.

- Parece o Soonie... Ele come e dorme... Sabia que dois terços da vida de um gato é dormindo? Eu queria ser um gato. - brincou encarando minha parede às vezes, provavelmente era melhor do que encarar o problema; eu.

- Você é um gato! É que ainda não dormiu o suficiente... Mas um dia você vai, Minho. - como sempre, eu quis pensar no sentido animal fofo, todavia acabava saindo como um elogio completamente sincero à ele.

- Tudo bem... Vai pagar uma cama pra eu dormir, né? Pra honrar meu sono, devo ser um vagal. - riu do seu jeitinho maléfico, perfeito e pequenino, eu admirava até isso nele, seu senso de humor pior que o meu.

- Claro que sim, do melhor pet shop que eu encontrar! - não, Lee Minho, minha cama pode ser sua.

- Tá bom então, temos um acordo... - ele parou de falar para comer mais, afinal o bolo estava delicioso, então eu entendi que era hora de ficar um pouco quieto.

Continuamos comendo e se enchendo do doce, bebemos do leite de banana e eu bebi água também, afinal era muito açúcar pra mim. Lavei nossas louças e ele quis secar, recebendo tapinhas da minha parte, enquanto eu tentava explicar que aquilo era ruim pelo acúmulo de bactérias.

- Vamos pra sala... Vou liberar o Bbama. - o Min foi lá se sentar no sofá e então eu trouxe o meu doguinho nos braços, me sentando do lado dele - Nada de lamber o rosto dele, pequeno! - briguei sem gritar com meu cachorro, óbvio que ele não entendia nada e logo foi pulando no Lee.

- Tá tudo bem, Hannie... - ele riu e fez carinho no animal que tentava o lamber. Fofinhos.

- O que veio fazer aqui, Min...? - perguntei seriamente, ligando a televisão pra ver algum filme ou qualquer coisa.

- Quer falar disso agora? - o tom dele não me assustou, entretanto a frase sim, o que ele quis dizer? Era como o "juízo final" dos religiosos?

- N-não... - eu gaguejei sem querer e o Min riu.

Eu não poderia estar mais apreensivo. Sua risada parecia sarcástica e ao mesmo tempo normal, não sei dizer, ele já tinha ideia do meu amor? Estava zombando disso? Em alguma hipótese, me amava de volta?

- Mas precisamos falar. - congelei e encarei ele, vendo o garoto pegar o caderninho seu bolso, o maldito caderno. Agora sim eu travei.

Eu fiquei quieto. Ele ficou quieto. Eu quase chorei. Ele... Não. Ele não tava quase chorando, eu saberia. Observei o caderno, observei Minho, depois observei o caderno, e então observei Minho, e aí...

- Pode pegar, Han. - surgiu um sorrisinho estranhamente simpático em seu rosto. Assim eu entendi que ele não leu. - É seu... - sua voz pareceu vacilar, o que voltou a me assustar, eu até queria dizer algo mas não dava. Senti minha pressão cair enquanto minhas mãos estavam geladas e suando.

Porra, Minho. Vai ser desse jeito? Não vai me xingar e dizer que eu sou um idiota que escreve baboseiras sobre você? Não vai simplesmente afirmar que não leu, tendo a certeza de que eu tinha medo de qualquer um ler isso?

 Vai ser desse jeito? Não vai me xingar e dizer que eu sou um idiota que escreve baboseiras sobre você? Não vai simplesmente afirmar que não leu, tendo a certeza de que eu tinha medo de qualquer um ler isso?

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secret secret - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora