𝗯𝗮𝘁𝗮𝗹𝗵𝗮 𝗱𝗮 𝗻𝗼𝗿𝘁𝗲.

1.2K 112 47
                                    

"ᵈᵉᵖᵒⁱˢ ᵠᵘᵉ ᵒ ˢᵉᵘ ᶠᵒᵍᵒ ᵗᵉ ᵠᵘᵉⁱᵐᵃ
ᵠᵘᵃⁿᵈᵒ ᵃ ᶜʰᵃᵐᵃ ᵛᵒˡᵗᵃ ᵃ ᵃʳᵈᵉʳ
ᵠᵘᵃⁿᵈᵒ ᵛᵒᶜᵉ̂ ⁿᵃ̃ᵒ ᵃᶜʳᵉᵈⁱᵗᵃ ᵐᵃⁱˢ ⁿᵃ ˢᵘᵃ ᵃʳᵗᵉ
ᵐᵉˢᵐᵒ ᵃˢˢⁱᵐ, ᵉˡᵃ ᵃⁱⁿᵈᵃ ᵃᶜʳᵉᵈⁱᵗᵃ ᵉᵐ ᵛᵒᶜᵉ̂"
- Depois que o o fogo apaga, Barretinho.








....GURI'S POINT OF VIEW....

OUÇO UM BARULHO de alarme tocar, e ser desligado rapidamente.

Abro os olhos lentamente e vejo a silhueta de uma garota se levantando.

Tória. - penso, sonolento.

Lembro da nossa conversa de madrugada. Era tão fácil conversar com ela. Eu nunca me sentia forçado a falar nada, e mesmo assim sempre soltava tudo. Sempre foi assim. Com ela, sempre foi assim.

Vejo ela tentando subir as escadas silenciosamente, e fico olhando pro teto.

"Vocês não vão se livrar de mim muito cedo." - ela tinha dito, e eu tinha acreditado com todas as forças. Eu queria acreditar com todas as minhas forças.

Não é como se eu pudesse culpá-la por ter sumido do nada. Não quando todo mundo começou a chamar ela de "putinha de Guarulhos", mesmo que não fizesse o menor sentido. Não queria nem imaginar o que ela tinha que ouvir todos os dias. Mesmo assim, não significa que a saudade ficou menos doída. Por mais que eu amasse meus amigos, às vezes eu me sentia solitário, e ela sempre matava essa solidão. Ela sempre me entendia antes de eu me entender. Ela nunca invalidava meus problemas, e sempre parecia a solução de todos eles. Era minha melhor amiga.

Depois de provavelmente 5 minutos, a garota desce de novo, me dispersando de meus pensamentos, e finjo que estou dormindo. Não sei nem o porquê, mas o faço automaticamente.

Ouço barulhos de beijos e preciso de todas as forças do mundo pra não abrir os olhos, porque eu não estava entendendo nada. Tava tendo quase certeza absoluta de que estava alucinando, o que me deixou um pouco preocupado, até sentir um beijo leve na minha testa.

Por algum motivo desconhecido, sinto muita vontade de abrir os olhos e sorrir.

Ignoro isso.

Com os olhos semicerrados, vejo ela pegando a maquete de dois andares, e colocando um papel em cima da mesa. Aí ela sai.

Me bate um leve desespero ver ela saindo desse jeito.

"Vocês não vão se livrar de mim muito cedo." - Ouço a voz dela de novo na minha cabeça, e vou dormir.






ACORDO DE NOVO, dessa vez com alguém montado em cima de mim.

— Bom dia, Gurizinhoooooo! - Ouço a voz de Barreto.

Quando abro os olhos, me deparo com o rosto do meu melhor amigo em todo o meu campo de visão. Ouço a risada do Jotapê.

Começo a rir também.

— Que porra...?

— Deixa eu acordar meu macho em paz, João Pedro. - Barreto fala, revirando os olhos e saindo de cima de mim.

𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗮𝗺𝗼𝗿 - 𝗴𝘂𝗿𝗶 𝗺𝗰Onde histórias criam vida. Descubra agora