O que faz um macho chorar? - Kelmiro

O que faz um macho chorar?

Eu nunca pensei que escreveria fic de novela, mas depois de muitas fotos e vídeos dos Kelmiro e de pedidos entusiastas resolvi escrever essa fic.

Foi escrita em um surto, mas foi feita com carinho.

Espero que gostem.

-------------------------

Kelvin olhava para a lua quando se sentia perdido.

A calmaria distante do astro tranquilizava a chama dentro de si, fazendo as memórias passarem como um lento filme em que o protagonista o apertava contra si, e em meio a esses devaneios de ânsia e solidão, o chamava.

Kelvin se lembrava da primeira vez que viu Ramiro chorar.

Lembrou-se da pose sempre firme desmoronando, os ombros desabando fazendo um retrato do próprio interior, os olhos castanhos transbordando até cederem e as lágrimas quentes percorreram o rosto triste.

Lembrou de como se sentiu quando o primeiro soluço irrompeu, seu coração quebrando junto com o dele, até que estava chorando junto.

E quando menos percebeu estava com ele nos braços.

Os dedos se embrenhando contra os cabelos, as mãos o segurando para si ao passo que ele o apertava como se estar em seus braços fosse sua única salvação.

Naquele momento, desejou tirar toda aquela dor, todo aquele sofrimento, toda a dúvida daquele homem.

Ramiro sempre foi um homem que exalava força e masculinidade, bastava chegar para que sua presença imponente fosse percebida, mas ele não precisa estar para que Kelvin se lembrasse.

Lembrar-se de seus olhos, de seus sorrisos, de seu apertãozinho.

Mas sabia o quanto aquele homem guardava para si, engolia o que sentia, enterrando bem fundo o que considerava fraqueza, e como foi difícil desenterrar o homem perdido dentro de si mesmo, fazê-lo acreditar que sentir não o tornava fraco.

Que chorar era um ato de bravura.

Desde então o peão aprendeu o significado de ser humano, e Kelvin agradeceu por estar ao lado dele para presenciar esse renascimento.

Então Kelvin se acostumou a vê-lo em lágrimas.

Pelos diversos motivos.

Mas nada o preparou para o que aconteceria.

Era noite, e o apertava forte, impedindo-o de se afastar, suas mãos sentiam a pele bronzeada pulsar.

Kelvin sabia que a lua estava bem ali no céu, mas não abriu os olhos para vê-la, afinal porque olharia para a lua tendo o sol entre seus braços?

Às vezes, só queria queimar.

As folhas farfalhavam com os movimentos da fera acelerando, mas não eram ouvidos graças aos sons chorosos que desbravaram o céu junto a outro.

Estava perdido, atado e pulsando.

Mas então sentiu um pingo quente contra sua pele, e outro, e outro, e outro... até que aquele som tão específico o desmontou.

As orbes enevoadas abriram-se, dando de cara com os dois olhos castanhos do homem...

...cheios de lágrimas?

Kelvin, encarou Ramiro que chorava, os olhos brilhando úmidos.

Pela primeira vez, Kelvin não se moveu para consolá-lo, apenas encarou, sem reação, a figura em cima do seu corpo.

—O quê? — Ramiro soluçou mais uma vez ao ouvir sua voz,

—Kevinho...

Aquilo não estava acontecendo estava? Ramiro estava chorando...

—Por que 'tá chorando...?

O peão fungou, e olhou bem no fundo dos olhos de Kevinho. Ramiro estava chorando enquanto...

—É que 'ocê é...

...enquanto...

—'Ocê é muito gostoso, Kevinho!

Ramiro estava chorando enquanto eles se amavam??

Ramiro deitou o corpo completamente contra o seu, enfiando o rosto molhado contra o pescoço, respirando seu cheiro. Kevinho demorou alguns instantes para assimilar o que estava acontecendo, apenas quando sentiu a boca quente lambendo a pele sensível e as mãos fortes apertando suas coxas com mais força, arrebatando-o, caiu em si.

Um riso escapou dos lábios cheios, e seus dedos se embrenharam nos cachos cheios, puxando a cabeça para cima, trazendo aqueles olhos para olhar nos seus.

—Me acha gostoso? — perguntou sorrindo.

—Muito Kevinho — Ramiro respondeu —, 'ocê é como aquela rabanada...

Kevinho o beijou, lambendo os lábios inchados, mordiscando-o, ignorando que foi comparado com comida.

—Então prove mais um pouquinho.

-------------------------

E então? Critícas? Elogios?

Até a proxima!