CAPÍTULO SETENTA E TRÊS

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Doze dias depois

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Doze dias depois...
(QUINTA-FEIRA)

Uma vez eu li que é mais fácil ser feliz perto do mar. Não acho que isso seja verdade, mas posso confirmar que é mais fácil se sentir em paz perto dele. O barulho das ondas tem o poder incrível de acalmar, de expulsar todas as confusões da mente e te deixar livre de pensamentos. Deve ser por isso que o mar é relacionado com felicidade. O foda é quando você precisa ir embora, as preocupações voltam e a paz se vai.

Por isso tento ao máximo passar a maior parte do dia na praia. Minha rotina tem sido acordar às quatro da manhã, ver o sol nascer na praia, almoçar por aqui e ir para a faculdade. Pelo menos era isso que acontecia todos os dias, até hoje.

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Nos sábados e domingos, eu só faltava dormir aqui mesmo na areia. Foi tipo um detox de toda a vida corrida dos últimos meses.

Já são oito horas, o sol já nasceu e está começando a esquentar. Alguns vendedores e ambulantes já se organizam para começar a vender seus produtos, uma dezena de pessoas já estão correndo no calçadão, me causando inveja pela disposição que está em falta para mim.

Meu celular toca ao meu lado na areia, o barulho me desperta. Encaro o nome do Igor na tela, ele não é de ligar, sempre que nos comunicamos é por e-mail ou mensagem para falar sobre o calendário de dietas do Gabriel. Não é uma comunicação difícil, ou talvez eu só tenha me acostumado.

Atendo estranhando o horário.

— Oi. — Cumprimento colocando a mão no autofalante para o vento da praia não atrapalhar a comunicação.

— Julia? Oi, desculpa ligar esse horário, mas o Fabinho falou que qualquer problema eu deveria falar contigo. — Ele começa, sinto minha cabeça rodar, prevendo que vem merda pela frente.

Que problemas um cozinheiro do Gabriel teria para me ligar às oito da manhã? Incêndio? Tenho certeza que o Gabriel tem alarme naquela casa, qualquer fumacinha, aquela porcaria toca.

— O que rolou?

— É que eu não vou conseguir ir lá hoje, tive uns imprevistos no restaurante da capital e vou ter que pegar um voo pra lá. Vou tentar voltar ainda essa tarde, mas não vou conseguir fazer o almoço do Gabi. — Fecho os olhos passando a mão no rosto, estava tudo bom demais pra ser verdade.

— Você já avisou o Fabinho ou o próprio Gabriel? — Pergunto, duvido que Gabriel me queira lá.

— Mandei uma mensagem pro Fabinho, mas ontem teve resenha com a família, duvido que ele acorde cedo. — Não sei se a família é o time ou a Lindalva com o Valdemir.

Não faço ideia se eles estão no Rio, também dei um tempo no Instagram, a última vez que abri foi no avião dias atrás.

— Tudo bem. — Não está nada bem. — Eu vou ver o que eu faço. Não se preocupa. — Tranquilizo.

Igor agradece antes de desligar. Junto minhas coisas, colocando dentro da bolsa e saindo mais cedo da praia. Peço um Uber para ir para casa. Em dias normais, eu iria de ônibus, mas se vou para a casa do Gabriel, já estou atrasada.

Chego às nove, torcendo para ele ter tido treino essa manhã e não estar em casa. Minha esperança aumenta quando é Lindalva quem me recebe.

— Julia! — Ela diz, me puxando para um abraço. — Eu não esperava te ver por aqui hoje. O Bi nem falou que você ia vir. — Sorrio, e, por incrível que pareça, é um sorriso genuíno.

— Eu vim a trabalho. — Explico.

Seja lá qual for a justificativa que Gabriel usou sobre o meu sumiço, não parece ter sido a verdadeira. Duvido que Lindalva me abraçaria desse jeito se soubesse que decepcionei o filho dela em um dia tão importante quanto aquele domingo.

— A trabalho? — Ela faz careta enquanto entramos. — Você continua trabalhando pro meu filho? — Abro a boca para responder, mas nada sai. Ela sabe de alguma coisa, isso é fato. — Tanto faz, vocês se resolvam sobre isso, não vou me meter nas decisões de vocês. Dhiovanna ainda tá dormindo, esses jovens de hoje em dia passam mais tempo dormindo do que vivendo. — Ela reclama.

Cumprimento Valdemir, que está sentado no sofá da sala de TV assistindo a um programa de esportes.

Começo a agradecer a Deus, pelo visto, Gabriel teve mesmo treino essa manhã. Vou direto para a cozinha, tentando agilizar as coisas para sair daqui antes que ele chegue.

Inefável • GABIGOL [REPOST]Onde histórias criam vida. Descubra agora