As luzes fracas iluminando o balcão e algumas mesas, a música um pouco agitada e as vozes misturadas das pessoas são uns do detalhes de dentro do bar. Brian, após um longo dia de trabalho, tanto fora quanto dentro da oficina, decide ir para um dos bares das ruas de Los Angeles, tentando relaxar um pouco.
Brian entra no bar e começa a olhar aos arredores. O movimento no lugar é muito constante, com risadas altas, barulhos de garrafas, músicas, enfim. Reparando nas pessoas sentadas na frente do balcão e ao lado das mesas, Spilner percebe a presença de Thiago no local. "Ah, eu não acredito..." Brian sussurra para si mesmo ao ver Thiago.
Brian fica parado no mesmo lugar, observando Thiago de longe. O mesmo está indeciso se resolve se aproximar do garoto ou apenas fingir que não existe em meio a "multidão". O loiro continua encarando Thiago, e logo, percebe a mudança em sua postura.
Thiago, por enquanto, não é mais aquele garoto estressado e temperamental. Agora, parece estar mais animado e sorridente, mas ainda com os olhos caídos. Enquanto Thiago conversa com seus supostos amigos ao seu lado, na mesa, Brian pensa: "Ele está bêbado, com certeza.", ao mesmo tempo que dá um sorriso irônico enquanto olha para o moreno.
- Brian se aproxima do balcão e se escora ali mesmo - Oi, me vê uma garrafa de Corona, por favor. - ele disse enquanto ainda olhava para Thiago, mas em seguida, virando o olhar para o barman -
— Obrigado. - Spilner disse logo depois que o homem o entregou sua garrafa, já aberta -
Alguns minutos após isso, Thiago aparece ao lado de Brian e começa a falar com o barman, pedindo mais uma garrafa de 1 litro. Thiago nem percebe a companhia de Brian ao seu lado, que cerca de alguns segundos, olha para o moreno mais uma vez.
Thiago pega a garrafa que pediu ao homem e vira seu corpo para voltar à mesa, quando olha para o rosto do loiro e percebe de quem acaba de avistar. Thiago, que não estava esperando aquilo, toma um susto, olhando para Brian.
— O que caralhos você tá fazendo aqui?! - Thiago olha para Brian, desacreditado -
— Não se pode mais relaxar depois de um dia cansativo? - Brian sorriu sarcasticamente -
Thiago fica em silêncio por alguns segundos, ainda parado ao lado do loiro, sem reação.
— Eu venho pra desestressar, e a maior causa do meu estresse aparece do meu lado, meu Deus... O que eu fiz pra merecer isso? - Thiago coloca as mãos no rosto e bufa, deixando sua garrafa em cima do balcão -
— Eu não tenho a menor culpa de te encontrar aqui, foi a mais pura coincidência. - Brian afirma para o garoto -
— Cara eu vou te meter a porrada. - após alguns segundos de silêncio, Thiago ameaça Brian, sem contexto algum -
— Brian fica confuso e olha com estranheza para Thiago - Ué? O que que eu fiz? - o loiro ri um pouco -— Você fodeu todo meu Supra, seu loiro do caralho. - o moreno aponta para o rosto de Brian -
— Você é tão... Trouxa, de se importar tanto com aquele carro. É só consertar, eu pago as peças pra você, só para de me encher o saco por causa disso. - Brian debocha de Thiago, fazendo o mesmo ficar mais irritado -
— Não é "só consertar", Brian. - Thiago dá um leve empurrão no loiro, que suspira e vira o olhar na direção oposta a Thiago - Eu passei basicamente metade da minha vida fazendo aquela porra daquele carro, pra chegar um playboyzinho de merda e destruir ele em 2 minutos. - Thiago empurra Brian novamente, na mesma intensidade -
— Como assim "fazendo"? - Brian, com um leve interesse, olha para Thiago de volta e questiona -
— É, seu idiota, eu e meu melhor amigo. - Thiago, que já estava num clima de conto de histórias, começa a falar para Spilner - Desde os nossos 17 anos, a gente começou a montar aquele Supra, peça por peça. - ele pega sua cerveja outra vez enquanto diz -
— Você e o Toretto? - ele pergunta, confuso -
— Não, doente, o Alexander, burrão. - Thiago dá um tapa leve na cabeça de Brian, e continua contando o caso - A gente foi montando peça por peça daquele carro, todos os dias, trabalhando duro pra conseguir comprar e montar todas as peças. - o moreno diz enquanto toma alguns goles da cerveja, no bico da garrafa mesmo -
— Thiago, com sua voz um pouco rouca e olhos cansados, segue falando - Um dia, o Alexander foi correr com o carro do pai dele numa corrida. Numa curva, ele acabou batendo com tudo numa parede, depois de uns minutos, o carro começou a pegar fogo. - ele bebe mais um gole da cerveja -
— Obviamente, o Alexander morreu, e com o luto, eu demorei a terminar de montar o Supra. Mas eu montei... Sozinho, com trabalho e com muito carinho, eu terminei de montar aquele carro. Aquele Supra tem muito significado na minha vida, tá ligado? - Thiago olha para Brian -
— E por sua culpa, seu bosta, o caralho do meu Supra tá todo quebrado e amassado lá na minha garagem, esperando pra ser consertado! - Thiago sai rapidamente da melancolia pra agressividade, e dá mais um empurrão fraco em Brian -
Brian fica em silêncio, prestando atenção na história de vida de Thiago. Brian muda um pouco da visão que tinha anteriormente sobre o garoto, agora, entendendo o porquê de Thiago ser tão agressivo com o mesmo após o acidente entre os dois.
— Eu já pedi desculpa. E eu vou pagar pelas peças do seu carro, tá? - Brian afirma para o garoto -
— Eu acho bom mesmo, retardado... - Thiago dá uma risadinhas e acerta um soco forte no braço do loiro -
— Tá querendo brigar, idiota? - Brian dá umas risadas também, e um leve empurro no moreno -
— Não vai achando que a gente tá se dando bem não, tá? - Thiago toma outro gole da sua garrafa, mudando seu humor ao falar com Spilner -
— Não acho bom a gente ficar nessa rivalidade pra sempre. - Brian se desapoia do balcão -
— Você fodeu meu carro, óbvio que eu vou continuar com essa rivalidade, branquelo.
— Não acho necessário, mas tudo bem. - o loiro dá de ombros -
— Deixa de ser idiota, Brian. - Thiago se afasta, voltando para sua mesa, e dando um chute sem muita força na perna de Brian, enquanto caminha -
Brian dá mais algumas risadas suaves, e continua a beber sua cerveja. Brian se afasta do balcão, voltando o lado da entrada. Spilner continua observando Thiago de longe. O loiro está com um sentimento de que deve "cuidar" de Thiago nesse meio período, já que o garoto está quase completamente embriagado. Qualquer coisa pode acontecer com ele.
Mesmo atento em Thiago, Brian ainda dá algumas voltas pelo bar e pede mais algumas cervejas. Um tempo depois, vê Thiago passando pela porta de entrada, quase sem equilíbrio, e nem sequer percebe a presença de Brian. O garoto atravessa pela porta, e Brian o segue.
— Vai voltar pra casa, estressadinho? - Brian chama Thiago, dando algumas risadas -
— Estressadinho?! Eu tenho nome, seu doente. - Thiago vira o corpo para Brian -
— Não foi isso que eu perguntei. - Brian dá um sorriso leve -
— Sim, caralho, eu vou pra casa. - ele vira de costas outra vez e começa a caminhar -
— Você tá bêbado, eu te levo até lá. - Brian continua seguindo o menino -
— Não. Nunca. Em hipótese alguma. - Thiago se escora num poste, em frente à uma rua pouco movimentada -
— Então eu te espero até um táxi aparecer. - Brian para ao lado do garoto e cruza os braços -
— Que porra de preocupação é essa comigo? Coisa de viado... - Thiago suspira e olha para o loiro -
— Você tá bêbado. E o que tem demais em se importar com os amigos? - Brian fala, testando a paciência de Thiago, e segura a risada -
— A gente não é amigo, e nunca vai ser. - Thiago mira os olhos no rosto de Brian, enfurecido - Não é porque eu ri com você no bar, que eu confie em você e que a gente possa ser próximos.
— Tô brincando com você, idiota. - Spilner dá algumas risadas -
Brian, ao lado de Thiago, espera o táxi, que aparentemente, nunca vai chegar. Thiago se recusa de todas as formas a aceitar a carona do loiro, e prefere ficar na rua, pegando sereno e esperando impacientemente pelo táxi. Mesmo bêbado, Thiago ainda não tira sua postura arrogante perto de Spilner, tirando toda aquela expectativa que Brian tinha de Thiago, alcoolizado, ser uma pessoa legal e simpática.
Com o passar do tempo, os dois, quase mortos de sono, veem um carro se aproximando. Brian se desperta, e vê o carro amarelo chegando cada vez mais perto. "Thiago, seu táxi chegou." ele afirma, apontando para o táxi e fazendo um sinal para o carro parar. Brian coloca Thiago dentro do carro e entrega o dinheiro para o motorista.
Posteriormente da saída de Thiago, Brian vai até seu carro e dirige de volta para casa, em seu Skyline GT-R R34. Brian descobriu muito sobre Thiago essa noite, acidentalmente. Brian não tinha a menor ideia de que iria encontrar Thiago no bar, e muito menos de conhecer um pouco mais sobre o passado do garoto.
Alguns minutos depois, Brian chega em sua casa. Ele estaciona seu carro e entra em sua moradia, e logo, entra direto no banheiro e liga o chuveiro. Nada melhor do que um banho morno para relaxar depois de um dia produtivo e muito cansativo, não? Brian termina sua rotina noturna em casa e se deita em sua cama, e em cerca de minutos, adormece.
Thiago, no completo contrário de Brian, entra em casa e apenas se joga na cama. Sem nem ao menos trocar de roupa, Thiago se atira de qualquer jeito em seus cobertores e dorme rapidamente. Mesmo ainda sujo de graxa, suando e fedendo a álcool e cigarro, ele apenas dorme. Ele está bêbado, por qual motivo ele se importaria de não tomar banho?