🔹 Fim. - Carlos Sainz

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ISABELLA GRACIE RUSSELL

Ao longo da minha vida, o sonho de ser correspondida por Charles da mesma forma intensa com que eu o amava sempre pareceu distante, quase inatingível. Após anos alimentando uma esperança tênue, comecei a aceitar a ideia de que o amor dele talvez fosse algo que eu jamais teria.

Desde a noite anterior, durante meu encontro com Charles, percebi que minha mente constantemente se desviava para Carlos e o quanto eu desejava estar ao lado dele. Mesmo que fosse apenas para sentir sua presença enquanto dormia. Lembro-me de como estar com ele me traz uma sensação de renovação, como se ele fosse um porto seguro nos momentos de tempestade.

Foi então que a verdade se tornou clara para mim: Meu amor por Charles havia se transformado em uma mera afeição por costume, uma memória confortável do que já foi. Mas agora, meu coração chama por Carlos. Ao lado dele, meu sorriso se torna mais brilhante, e até suas piadas mais bobas me fazem rir. Tudo nele me traz uma alegria genuína.

Impulsionada por um surto de coragem, decido ir até Charles, sim, a ele. Porque sei que só poderei me dedicar completamente a Carlos, quando finalmente colocar um ponto final nessa história com Charles. É necessário fechar esse capítulo para poder me abrir plenamente para a verdadeira felicidade ao lado de Carlos, sem olhar para trás.

Quando finalmente tomei a decisão de bater na porta de Charles, meu coração estava em um turbilhão de emoções. Ele abriu a porta, com aquela expressão de surpresa que eu conhecia tão bem, mas logo seu rosto se suavizou em um sorriso acolhedor. Naquele momento, as palavras que eu guardava há tanto tempo começaram a se derramar, como se uma represa tivesse se rompido dentro de mim. Eu contei a Charles tudo - sobre minha confusão, meu amor por ele, mas também sobre minha descoberta recente em relação ao Carlos. Charles me ouviu com uma paciência que só ele tinha, seus olhos cheios de compreensão.

Quando terminei de falar, reinou um silêncio confortável entre nós, um silêncio que falava mais do que palavras. Charles, então, expressou seu amor eterno por mim, mas também reconheceu que nosso tempo havia passado. Ele me encorajou a seguir meu coração, mesmo que isso significasse estar com outra pessoa. Foi ali, naquele instante, que eu percebi que meu coração já havia feito sua escolha muito antes de eu admitir para mim mesma. Era Carlos quem eu amava, não apenas como um porto seguro da minha paixão por Charles, mas por tudo que vivemos e compartilhamos.

Com lágrimas nos olhos, mas com uma sensação de clareza que há muito não sentia, me despedi de Charles, prometendo manter a amizade que sempre foi tão preciosa para nós. Saí de lá com uma nova determinação.

Agora, apenas um objetivo movia cada passo meu: reencontrar Carlos. Chegando ao seu prédio, fui surpreendida pela notícia do porteiro de que Carlos tinha partido em viagem. Um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente, mas onde eu poderia encontrá-lo agora?

Foi então que uma memória específica veio à tona: em uma de nossas conversas, Carlos compartilhou comigo que, sempre que se sentia perdido ou precisava de clareza, buscava refúgio em Mallorca, uma pequena ilha na Espanha. Sem hesitar e movida por uma força que parecia maior do que eu, retornei ao meu apartamento e, em um frenesi, arrumei uma mala com o essencial. Busquei na internet e adquiri a primeira passagem disponível para Mallorca, sem ter a certeza de encontrá-lo lá, mas com uma convicção interna inabalável de que estava no caminho certo.

Esse impulso, essa necessidade de estar com ele, superava qualquer dúvida ou incerteza. Era como se uma voz interior me assegurasse de que, independentemente dos obstáculos, nosso destino era reencontrar-se. E com essa esperança pulsando em cada batida do meu coração, embarquei rumo a Mallorca, guiada pelo sentimento profundo de que, onde quer que Carlos estivesse, nosso amor nos guiaria de volta um ao outro.

Quando chego na ilha, sem fazer a menor ideia de como encontrar Carlos, decido que é uma boa hora para treinar o pouco de espanhol que sei, e então, pergunto ao senhor que dirigia o táxi.

— Licença, o senhor saberia onde é a casa da família Sainz? — Pergunto ao taxista.

— É bem perto daqui, você está indo pra lá? — respiro aliviada em saber que não ficarei perdida.

— Por favor, me leve lá.

Chegando no local, se tratava de uma enorme casa de praia. Tudo bem ao estilo Sainz. Desço do táxi e entro na propriedade, sem ao menos ter certeza se eu encontraria alguém ali.

Deixo minha mala na varanda, e vou até a praia que tinha na frente da casa. Quanto mais perto chego, vejo a figura que tanto esperei encontrar.  Encontrei-o sozinho, contemplando o pôr do sol, sua postura refletindo a carga de preocupações que ele carregava.

— Carlos! — chamei-o delicadamente, fazendo-o se virar em minha direção. Nossos olhares se encontraram, e naquele momento, eu vi em seus olhos a esperança que ele tentava esconder.

— Eu estava confusa, Carlos, tentando entender onde meu coração realmente pertencia. — comecei, minha voz mais firme do que esperava, apesar da emoção que transbordava. — E eu finalmente entendi, é com você. É você quem eu amo, quem eu quero ao meu lado. Nada na minha vida faz sentido, se você não estiver comigo.

A princípio incrédulo, Carlos viu a sinceridade em meus olhos e me envolveu em um abraço apertado, um sentimento de alívio e felicidade nos preenchendo.

— Eu nunca parei de acreditar em nós, Bel. Eu te amo. — ele sussurrou.

Naquele momento mágico, com o coração transbordando de emoção e os olhos marejados de lágrimas, eu faço a pergunta que carregava o peso de todo o amor que sentia por Carlos:
Você aceita se casar comigo, Carlos Sainz Vázquez de Castro Cenamor Rincón Rebollo Virto Moreno de Aranda Don Per Urrielagoitia Pérez del Pulgar?

Com um sorriso que iluminava seu rosto, ele responde, segurando minhas mãos com um carinho que aquecia minha alma:
— Eu sou todo seu, Isabella Gracie Russell. — E, com um brilho travesso nos olhos, ele brinca: — Qual dos meus vários sobrenomes você quer herdar?

Nesse instante, tudo ao nosso redor pareceu desaparecer, deixando apenas o amor que compartilhamos preenchendo todo o espaço. O simbolismo daquela pergunta não residia apenas na formalidade do casamento, mas na promessa de uma vida compartilhada, repleta de amor, cumplicidade e aventuras a serem vividas lado a lado. A certeza de que, independente do sobrenome que escolhêssemos carregar, o que realmente importava era o amor inabalável que nos unia.

Ali, naquela varanda, sob o céu que lentamente se enchia de estrelas, prometemos enfrentar juntos qualquer desafio que a vida nos trouxesse.

A história de Carlos e eu, embora marcada por incertezas e corações partidos, encontrou seu caminho de volta para um amor verdadeiro e maduro. Aprendemos que amar vai além da paixão; trata-se de compreensão, perdão e, acima de tudo, a escolha diária de estar juntos.

Agora, olhando para tudo que vivemos e superamos, posso dizer com toda a convicção que transborda do meu ser: meu amor por Carlos é a verdade mais pura do meu coração, um sentimento profundo que escolho nutrir todos os dias.

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Divided Heart || Carlos Sainz Or Charles Leclerc?Onde histórias criam vida. Descubra agora