CAP 4

57 10 1
                                    


DIA 1.3


Louis acordou em sua cama novamente. Ele rolou de bruços e enterrou a cabeça no travesseiro, gritando de frustração porque não suportava reviver o mesmo dia novamente.

"Eu preciso de você," ele murmurou, imitando zoando o tom de voz de Harry. "Detetive estúpido e desajeitado. Foda-se".

Não é que Louis não tivesse respeito pelos mortos, caso contrário ele não teria se dado tanto trabalho com sua missão. Era um pouco do seu jeito macabro de tornar tudo menos perturbador e, de qualquer forma, Harry não estava morto. Na verdade ainda não, pelo menos.

Eram seis da manhã e se havia uma coisa que ele já havia aprendido, depois da terceira vez, era que Harry sempre morria à noite, então pelo menos ele teria tempo de chegar à aula.

Ele estava determinado, no entanto. Ele salvaria Harry esta noite só porque então o dia finalmente terminaria e ele nunca mais teria que ver sua cara estúpida novamente.

Percebendo que não poderia mais demorar, depois da aula foi até a delegacia e viu que o carro de Harry ainda estava estacionado lá, então ele não tinha ideia do que fazer.

No dia anterior, Harry percebeu que o estava seguindo e embora agora ele não se lembrasse disso porque era um novo dia para Harry, mas Louis teve a chance de aprender com seus erros e não ser pego novamente. E acima de tudo, não fazer papel de bobo novamente.

Ele estava muito confiante e tinha bastante auto-estima de qualquer maneira, provavelmente porque estava aliviado por Harry não se lembrar de nada.

Bem, talvez ele tivesse muita confiança, considerando que Harry tinha acabado de parar em frente ao seu apartamento e estava andando ameaçadoramente em direção ao seu carro.

"Posso saber o que diabos você quer?" ele retrucou depois que Louis baixou a janela do carro.

Então, Louis tinha todas as lembranças dos dias anteriores e de como ele havia se envergonhado só para ter uma desculpa para passar um tempo com Harry para salvá-lo, mas Harry não tinha nenhuma lembrança do que havia acontecido. Desta vez, Louis teve a chance de começar com o pé direito.

"Você tem uma... lanterna traseira quebrada", ele gaguejou sem pensar muito.

"Você está me seguindo há quinze minutos porque estou com a lanterna traseira quebrada?" Harry perguntou, levantando uma sobrancelha.

"Oh não." Louis suspirou e fechou os olhos por um momento, depois saiu do carro. "Eu sou um... jornalista, quero dizer. Quer dizer, não sou jornalista porque ainda estou na faculdade, mas estou escrevendo alguns artigos sobre crime e outras coisas. Eu sei que você é um dos melhores detetives do mundo e gostaria de entrevistá-lo. Se estiver tudo bem para você, é claro.

Louis exalou trêmulo, porque... Uau. Essa foi a mentira mais detalhada, incrível e legal que ele já inventou. Por que diabos ele não tinha pensado nisso no dia anterior, em vez de literalmente oferecer-lhe a bunda?

Harry estreitou o olhar, examinando-o de perto. "Um jornalista. Você está brincando certo?"

"Ainda não sou jornalista", ressaltou Louis.

Harry o observou por mais alguns momentos e então suspirou. "Você deveria saber que eu tenho uma arma, então se você tentar pregar peças em mim-"

"Você vai atirar na minha cabeça", concluiu Louis, lembrando que havia feito a mesma ameaça no dia anterior.

Harry franziu a testa, inclinou a cabeça e examinou-o novamente.

"Eu assisto muitos filmes", Louis explicou encolhendo os ombros.

Free me, wake me from this day - LSOnde histórias criam vida. Descubra agora