Capítulo 2 - Segredos escondidos

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Hazel pov

Segui Remus para dentro da enfermaria deixando Rose lidar com os rapazes. Definitivamente era grata por não ser da sua casa e ter de lidar com eles todos os dias. A enfermaria de Hogwarts continuava mergulhada em um silêncio profundo, apenas interrompido pelos agora murmúrios dos quatro do lado de fora e pelo suave farfalhar das cortinas. Remus dirigiu-se para uma maca a nossa esquerda ainda a mancar. Dei a volta a enfermaria dirigindo-me ao armário onde eram guardados todas as poções e kits para primeiros socorros de costas para Remus. Não conseguia entender como ele tinha acabado neste estado, os amigos estavam bem e eu duvidava muito que eles o tivessem atacado. Não conseguia entender o que poderia ter acontecido e ele também não parecia que me ia contar.

Peguei tudo que precisava do armário apoiando-as em cima de uma bandeja e dirigindo-me ao encontro de Remus sentado numa maca inquieto enquanto brincava com as suas próprias mãos. Analisei-o tentando perceber onde tinha lesões,o seu braço direito, perna esquerda e cara estavam machucados e não sei porquê mas o meu estômago se embrulhou. Olhei para o seu braço e depois para Remus buscando permissão para o tocar e este assentiu com a cabeça nervosamente.

Levantei a manga rasgada do seu sweater prestando atenção no seu ferimento, que poderia muito bem ter sido feito por uma garra, mas que animal teria garras assim? E melhor, onde é que eles o encontraram? Limpei e cuidei dos seus ferimentos do braço e da perna o melhor que pude, mas iria ficar com uma cicatriz em cada um dos locais e não havia nada que eu pudesse fazer... gostaria que houvesse. Avancei para tratar dos ferimentos em seu rosto e um clima constrangedor pairou no ar, agora nenhum de nós poderia evitar olhar nos olhos um do outro, Remus tinha me observado tratá-lo sem dizer uma palavra mas sempre evitando me olhar nos olhos, agora não tinha como o evitar, estávamos próximos demais...

Tentei dizer algo para quebrar este clima.

—"Depois disto vou te dar uma poção para as dores e para ajudar as cicatrizes a sarar mais rápido, não sei o que diabos aconteceu e não preciso que me contes mas deduzo que não queiras coxear por muito mais tempo então descansa Remus que pareces precisar" a expressão de Remus passou de séria e nervosa para espantada e curiosa.

—"Como sabes o meu nome?"

—"Já tivemos algumas aulas conjuntas entre casas, e mesmo que não tivéssemos tido os teus amigos não pararam de repetir o teu nome lá fora... e bem não é como se praticamente toda a gente neste castelo não soubesse quem sao os marotos..." respondi-lhe praticamente murmurando o mais acelerado possível a última parte.

—"A minha cabeça está a deriva hoje, não ouvi grande coisa do que foi dito lá fora... mas deduzo que eles tenham sido propriamente simpático contigo, desculpa por isso, eles só estão preocupados comigo, não são assim geralmente" assenti com a cabeça e continuei o meu trabalho sem saber como lhe poderia responder e a conversa parecia ter acabado por ali.

—"Não por motivos bons deduzo eu." murmurou Remus e eu fiquei sem entender ao que ele se referia.

—"O quê?" perguntei parando o que fazia tentando entender o que ele queria dizer.

—"Disseste que praticamente todos no castelo sabiam quem nós éramos... não pelos melhores motivos deduzo eu..."

—"Depende, a maior parte das pessoas até se diverte com as coisas que vocês fazem" disse voltando a curar-lhe a ferida.

—"E quanto a ti? O quê tu achas?" aquilo apanhou-me desprevenida, não esperava as palavras que saíram da sua boca, porque raios ele se importava minimamente para sequer querer saber o que eu achava sobre as pegadinhas que ele e os amigos idiotas fazem?

—"Precisas descansar Remus, não pensar em pegadinhas" murmurei, ajustando com habilidade os curativos. Os olhos semicerrados de Remus expressavam uma gratidão silenciosa, compreendendo que as palavras nem sempre são necessárias.

Enquanto administrava os medicamentos, refletia sobre as circunstâncias que nos conduziram a este momento peculiar. A porta rangeu suavemente revelando a entrada furtiva dos marotos e Rose. Troquei um olhar com Rose que parecia me compreender no meio de toda esta confusão.

—"Como ele está?" perguntou Rose, mantendo a voz em sussurros para não perturbar a serenidade do ambiente saindo de trás dos três rapazes que se dirigiam apressadamente para o espaço em volta do amigo.

—"Está melhor. Só precisa tomar as poções e descansar" respondi, oferecendo-lhe um sorriso tranquilizador. Um pouco distante de nós rodeando a maca de Remus a tensão entre os marotos pairava no ar. Com um aceno de cabeça e um sorriso, Rose retirou-se deixando os cincos a sós.

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⏰ Last updated: Feb 26 ⏰

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