4. 学校

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JUNGKOOK

Jimin está em cima de mim.

Ainda não consigo acreditar que isso está acontecendo.

Duas horas atrás, ele era apenas o gatinho popular da escola, com cabelos cinzas, que eu nem sequer sabia o nome, e ficava babando pelos cantos divagando se um dia olharia para mim.

E cá estamos nós.

Jimin está em cima de mim.

Toda vez que lembro, sou obrigado a tocá-lo novamente. Toco seu corpo inteiro, seu rosto, seu cabelo, tento a todo custo garantir que isso seja real e não apenas o delírio de um bêbado.

Fazia tanto tempo que eu não me sentia assim, tempos que eu nem sequer sentia coisa alguma.

A última memória genuinamente feliz que possuo, é de quando o conselho tutelar processou meus pais por negligência e no fim da audiência, o filho do juiz ficou sentado comigo no parquinho em frente ao fórum, enquanto brincávamos com o boneco de homem aranha dele. Eu devia ter uns sete anos e ele o mesmo, ou algo parecido.

No fim de nossa brincadeira, quando sua mãe apareceu para buscá-lo, o garotinho me deu seu querido boneco do homem aranha e disse que ele iria me proteger das pessoas ruins, porque era isso que o homem aranha também fazia por ele.

Não sei dizer exatamente o que senti, mas lembro de ficar encantado e creio que essa é a primeira memória de algo que posso dizer ter sido minha primeira paixonite infantil. Lembro que fiquei sorridente, cativado, empolgado! E tudo isso no que era para ter sido o pior dia de todos.

O processo contra meus genitores foi absolvido, no fim das contas, mas há uma boa e intocada memória sobre esse dia, e foi esse garoto. Nunca cheguei a me esquecer dele, entretanto, com o tempo, seu rosto foi se apagando de minha mente. Afinal, já se passaram quase onze anos.

O que quero dizer com tudo isso é que, assim como da primeira vez, o sentimento de agora também é puro, e há anos não sentia pureza nenhuma em minhas relações.

Ninguém se interessa genuinamente pelo cara pobre que precisou começar a traficar para comer, todo mundo está pouco se fodendo para meus sentimentos. Caras, garotas, ninguém me via além de sexo, conquista, queriam minha atenção, queriam algo em troca, e em sua grande maioria, isso eram drogas.

— Sua boca é tão gostosa  — solto sem querer e automaticamente morro de constrangimento.

— Você acha? — Ele para e me olha com os olhos mais doces que já vi. Aceno com a cabeça, afirmando.

Sei que estou parecendo um bobo e que amanhã isso provavelmente não vai significar nada para ele, até mesmo neste momento possa ser que não signifique, só que agora não dou a mínima para nada disso. Tem um cara lindo em cima de mim, só isso importa.

— Sua boca também é muito gostosa, Jungkook.

Trago seu rosto novamente para mim e não consigo explicar a sensação de sua língua na minha, não há palavras que justifiquem esses lábios serem tão macios. Quando esta noite e festa terminarem, ficarei desacostumado a não tê-los mais e me garanto sofrer de forma antecipada pelo incômodo que a ideia me causa.

— Jimin? — De repente seus lábios não estão mais nos meus, abro os olhos e ele olha para alguém atrás de mim.

— Chris? — Park não sai de meu colo, para minha surpresa, ele inclusive se aconchega mais. — O que faz aqui? não sabia que viria.

Me viro para ver quem é a pessoa inoportuna que atrapalhou minha pegação, e não reconheço o tal de Chris.

Ele deve ter quase um e oitenta de altura, cabelos em um tom de loiro escuro e um topete ridículo, diga-se de passagem.

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⏰ Last updated: Mar 17 ⏰

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Addictive Fears • jjk + pjmWhere stories live. Discover now