14- Sensei vs Kruba?!

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- Rapaz, parando pra pensar, e num é que deu certo aquelas dicas lá da bicha velha? – disse um Sensei, girando a máscara no dedo enquanto andava por uma rua deserta qualquer. – Usar máscara pra evitar contato com a língua venenosa. Falar o mínimo possível. Evitar os saltos. Ser curto e grosso. Ponto.

E andando distraído, Sensei não percebeu quem estava no meio do caminho.

Não, não era outra divassa ou alguém do MST. Era ele novamente.

Sim, no meio do caminho tinha um Kruba. De novo.

E ele estava com uma expressão completamente diferente da de antes.

- E aí, cão? – provocou Sensei quando finalmente o viu. – Já ficou com saudades? Tá tenso, hein...

- E aí, professora raposa? – disse o outro, respondendo a provocação.

– Vim te fazer uma oferta irrecusável – e estendeu o braço direito na direção de Sensei. Na mão de Kruba havia uma pistola.

* * *

- VOCÊ É LOUCO! – gritou o barman para o Horizonte 37 inteiro ouvir, batendo a porta da "Tumba" após entrar. Algumas cabeças viraram para tentar entender o surto, outras ignoraram completamente.

Big J. encarou Strass em silêncio. Sabia que ele não ia descansar enquanto não falasse tudo o que queria.

- Mas que porra, negão! – frase que espantou o outro, que raramente o via falar algo do tipo. – Tá ficando doido?! Como você tem a coragem de fazer uma coisa dessas com aquele bofe-arraso? E o que foi que ele te fez pra você tomar uma atitude dessas? Ele não merece isso, e você sabe! Ele lá cheio de boas intenções querendo ajudar uma pessoa que nem conhece direito (e que é você, caso você não tenha percebido ainda) e você... Você... Você é um louco! – disse o Barman quase de uma vez, finalmente parando para tomar ar. Ainda falaria mais, mas sabia que suas palavras não tinham poder nenhum ali.

James se ajeitou melhor na cadeira, encarando o barman com seu habitual olhar misterioso que dizia tudo e nada ao mesmo tempo. Não respondeu: em vez disso, pegou um charuto em uma de suas gavetas e estendeu para o empregado. Strass bufou, visivelmente irritado, mas tirou um isqueiro do bolso e acendeu o charuto do chefe.

Após dar uma longa baforada, enchendo o lugar de fumaça (coisa que o barman odiava, por sinal), falou em tom de deboche, com um sorriso no rosto:

- Strass... Eu nunca vi você tão afobado por causa de um homem na minha vida! – e soltou uma de suas gargalhadas.

- Você sabe melhor que eu que tudo estará perdido se ele morrer agora. Ou o sangue que você perdeu te fez pirar de vez?

- Strass... – disse James, voltando ao tom misterioso habitual. – Você está me desafiando? Você está... Me questionando? Duvidando de meu julgamento?

Encararam-se por instantes. O barman demorou a responder. Se arrepiou da cabeça aos pés com o tom das perguntas, engoliu seco e por fim fez uma reverência, dizendo:

- N-não senhor... Não tenho esse direito. Não sou nada mais que seu empregado leal, seu barman, guarda pessoal e mordomo. Não estou aqui para questionar ou duvidar de seus julgamentos de modo algum. Estou aqui apenas para servi-lo. Desafiá-lo de qualquer maneira possível ou impossível está fora de cogitação, Sr. James. Eu só queria que, pelo menos uma vez na vida, me fosse permitido saber o porquê.

- Porque brigar com inimigos vai torná-lo forte como ele era, mas brigar com amigos é o que irá torná-lo mais forte do que ele já era antes. Ou talvez... Destruí-lo completamente? Tudo depende dele, feliz e infelizmente...

As Divassas do ZodíacoOnde histórias criam vida. Descubra agora