Capítulo 3 - Arco-íris, Peônias e Cigarros

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"O ódio é a força de quem não tem amor."

Eles chegaram rapidamente em um hotel, depois de mais alguns momentos na estrada. Finalmente Cole mostrando que estava sim, abalado pela morte de sua mãe. Ele ficou calado durante todo o resto da viagem e murmurou algumas palavras em russo, o idioma que estavam tentando aprender agora — e que por sinal estavam indo bem mal. Stefan suspirou e encostou o carro um pouco afastado do estacionamento, então descartou o carro e pôs fogo, para não haver pistas que levasse até eles.

Então pegou seu irmão no colo, sabendo que ele estaria cansado, mesmo depois de dormir e deixou sua mochila grudada às suas costas, ele reservou um quarto do hotel e então subiu com seu irmão, pelas escadas do hotel velho e sujo e que parecia abandonado, era perfeito.

Ele colocou o irmão em cima de seus ombros, o mandando se segurar enquanto ele revistava o quarto, procurando câmeras e qualquer coisa que o atrapalharia, então olhou as camas, procurou insetos, marcas de sangue ou coisas do tipo, não encontrou nada, então o lugar já era muito melhor que a maioria, colocou o pequeno na cama, sentado e disse pra que ele separasse uma roupa que pudesse sujar — O que nenhum dos dois parecia entender que isso simbolizava a totalidade de suas roupas, todas serviam para serem sujas — e fosse encontrar Stefan no banheiro, porque eles iriam pintar os cabelos, já que suas raízes ruivas saiam como um alarme, um chamariz, então Stefan entrou no banheiro e olhou dentro de sua mochila, tinham duas camisas, duas calças, 4 cuecas, um tênis e um casaco, todas as peças surradas, e ele tinha mais um saco que dentro tinha as roupas de seu irmão, uma calça que tinha sido de Stefan quando tinha 12 anos, duas bermudas, 4 cuecas e um casaco.

Ele pegou o saco de seu irmão, deixou que ele escolhesse uma roupa e então pintou o cabelo dos dois, Sunny primeiro, é claro.

Os 30 minutos de espera do efeito da tintura passaram muito devagar, com o pequeno reclamando da ardência da água oxigenada, enquanto Stefan marcava encontro com o contato para os documentos, falando em sinais próprios que avisavam sua presença.

Então Stefan viu a hora, mandou o pequeno se lavar e viu que em algumas horas poderiam se encontrar com o contato.

Os minutos que se sucederam, Sunny saiu do banheiro com o cabelo castanho escuro, bem no tom que Stefan queria e então os vislumbres do cabelo escuro o deu pequenos flashes de uma ocasião em que o pequeno tinha os cabelos pretos como o breu, mais escuros que os cabelos do ilustre Kevin Day.

Sério, Stefan deveria parar de ser obcecado por Exy, ele sabia, mas era algo que o mantinha vivo.

Os flashes de lembrança se instalaram em sua mente e estalaram com dor, Stefan entrando em um galpão, a raiva irradiando de cada parte do seu ser, seu irmão mais novo preso em uma cadeira, em algemas, Cole só tinha 4 anos, ainda não era tão bom em escapar de algemas.

E depois daquele incidente o próprio Stefan cuidou para que o pequeno aprendesse com maestria e tomou o cuidado necessário para que sua mãe não soubesse que ele não conseguiu escapar sozinho. A lembrança trouxe um arrepio à espinha de Stefan e ele negou com a cabeça, afastando os pensamentos, naquele momento não era hora pra se preocupar e perder tempo com o passado, o revivendo. Ele não estava seguro e não tinha tempo nenhum.

Stefan lavou o cabelo rápido, com os cabelos castanhos, que caíram muito bem com sua pele morena e seus novos olhos castanhos — qualquer um que o olhasse poderia se perder ou quebrar o pescoço só pra prestar atenção, porque Stefan é lindo. Mas nunca enxergaria isso.

Stefan colocou sua blusa listrada em azul e verde — que era terrível — mas que ele acha muito estilosa, colocou sua calça larga e o mesmo cinto que ele precisava usar com a outra calça, então pôs novamente seus tênis e saiu do banheiro como um novo homem, seus olhos frio e o arco de seus ombros tensionados, por ele ainda ter a lembrança em seus pensamentos, vagando em súbita letargia, sua boca levemente franzida, como se estivesse mordendo a ponta dos lábios — o que ele estava fazendo violentamente, por ser como uma mania dele em momentos assim — então ele passou a mão pelos cabelos molhados e procurou seu irmão, que estava sentado na cama, com um pequeno livro em russo que compraram naquele dia e ele estava seguro, bem. Sua cicatriz visível e branca por se fazerem bons anos que lhe foi infligida no frágil e pequeno corpo.

Príncipio das Raposas - Livro 1 (Os Irmãos Josten)Where stories live. Discover now