No vale sombrio da perdição

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O vale escuro, sujo e pardacento, mais parecia um show de horrores dos filmes Hollywoodianos. Adam acordara depois de um longo tempo de torpor e desorientação. Como chegara àquele lugar? O que havia acontecido? Lembrara vagamente da intensa discussão que se envolvera na saída daquela boate.

Um clarão e depois silêncio. Seu corpo doía. Não sabia precisar por quanto tempo estivera ali caído. Olhou em volta e viu centenas de vultos negros, todos em completa agonia e desorientação, vagando pela longa estrada poeirenta a sua frente. Aonde levaria? Tentou levantar-se, sentiu se fraco.

-Ei, você! - disse ele a uma figura que era semelhante um homem de estatura média, magro, vestido em trapos e que caminhava com certa dificuldade. O moribundo tinha uma das pernas visivelmente dilacerada, como que por um acidente fatal.

- Sabe onde estou e onde posso encontrar água? Tenho sede e não sei como vim parar aqui. Perguntou na tentativa de se situar naquele lugar de atmosfera densa e sufocante.

O homem olhou para entender quem falava com ele e respondeu:

- Estou aqui a algum tempo,não sei de muita coisa. Sofri um grave acidente e preciso de um hospital, não fique ai parado, vamos, levante-se! Me ajude a encontrar um! Respondeu o homem, em tom grosseiro. Adam levanta-se com dificuldade e obedece o homem.

- Não sabe onde estamos? Não lembro como vim parar aqui e estou muito desorientado.

- Ouvi dizer que este lugar maldito se chama Bezalel, e é o próprio quinto dos infernos! Estou caminhando nessa estrada a não sei quanto tempo e não leva a lugar nenhum! E a minha perna está numa dor infernal!

- E como você conseguiu este ferimento? Adam indaga curioso.

- Estava participando de uma disputa, uma corrida de motos, um "racha", você sabe... Todo mundo em suas motos, e me meti numa fria, estávamos numa rodovia e acertei um carro, perdi o controle...Estava a mais de 100 por hora, foi uma batida feia, não lembro bem... Bom, estou aqui agora, e você?

- Não lembro bem...Teve uma discussão... Um cara bêbado não foi com a minha cara na boate que estava e começamos a discutir. Todo mundo estava bem alterado, o cara me jogou pra fora da festa bem na hora que passou um carro em alta velocidade... E vim parar aqui nesse lugar horrível...

Um homem que se parecia com um guarda ou algum tipo de autoridade neste sentido, interrompeu a conversa dos dois dizendo:

-Ei! Seus inúteis! Saiam já daqui! Não podem ficar aqui perambulando e atrapalhando a passagem! Vão embora!

- Vamos, não quero tomar mais advertências, ainda mais por sua causa! Disse o homem em tom de desaprovação.

Adam e o estranho homem ferido caminharam até o centro da distópica cidade. Sua aura era de completa devastação, com prédios destruídos, como que arruinados por um bombardeio bélico. Alguns destes eram habitados por diversos seres de expressão triste e apavorada.

Bezalel exalava terror. Suas estruturas remontavam filmes pós-apocalipticos, com muitos escombros e atmosfera enegrecida que conferiam ainda mais um ar macabro de sofrimento e desventura a aquele insano lugar.

Depois de algumas horas caminhando por entre suas ruas escuras e sinistras, Adam avistou o que parecia se assemelhar a um hospital terrestre.

- Ali! Acho que encontrei! Disse ele aliviado.Os dois entraram no lugar, mas não havia ninguém na recepção, apenas hordas de seres deitados em leitos, como se esperassem por um socorro que talvez, nunca chegaria.

Repentinamente, um grande barulho de pessoas gritando em confusão foi ouvido e vinha do lado de fora do prédio.

Adam volta-se para o lugar de onde vinha o som e foi quando apareceram vários seres que diziam:

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⏰ Last updated: Apr 30 ⏰

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O UmbralWhere stories live. Discover now