Capítulo 8 - Encantada

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POV SAKURA

Perco a chegada da comitiva, mas já sou informada que Sasuke está no estábulos então, nem penso muito e me dirijo até lá.

Paro na entrada dos estábulos, coberto por feno, e percebo que além de Sasuke, não tem ninguém ali. Me aproximo dele após um tempo observando, mas Sasuke não percebe, está concentrado em escovar a pelagem de seu cavalo negro que bebe água tranquilamente enquanto recebe tratamento de seu único montador.

- É um cavalo muito bonito. - falo para que ele perceba que estou ali.

- Encantada. - Ele diz ainda sem me olhar.

- O que? - fico confusa por um instante.

- O nome dela. - Ele larga a escova e finalmente se direciona a mim. - Ela não é um cavalo. É uma dama.

- Peço desculpas se ofendi a senhorita. - Me dirijo a égua e Sasuke ri.

- Tem algum motivo pra você estar aqui além de falar que minha égua é masculina demais para seus padrões?

- Eu vim aqui te ver.

- Sério? - Ele se aproxima mais de mim ficando a um palmo de distância. - Vai dizer que sentiu minha falta, Haruno?

- Senti muito mais do que eu imaginei que seria possível. - Sasuke me abraça com a força de quem também sentiu minha falta. É muito engraçado como eu e me sinto tão amada dentro de um abraço de uma pessoa que eu mal conversava a pouco tempo atrás.

- Fico feliz em saber que você pensou em mim durante o tempo que estive fora. - Ele me solta e deixa transparecer um sorriso discreto no rosto.

- É estranho te falar isso, não sei como aconteceu. - Sasuke parece concentrado nas minhas palavras. - Mas você parece ser meu único amigo aqui.

- É claro. - Ele deixa escapar uma risada e logo se dirige à Encantada. - Imagino que deve ter sido tedioso aqui sem todo mundo puxando seu saco achando que você será a rainha. - Ele diz de costa pra mim enquanto volta a escova a Encanta que ainda bebe sua água.

- Eu sei que é ridículo, mas é a mais pura verdade. Parece que você é a única pessoa que não me odeia aqui. - Suspiro profundamente e me aproximo dele encostando na égua. - E é por isso que queria que você fosse a primeira pessoa a saber.

- Saber o que? - Ele para de fuçar na Encantada e vira seu corpo pra mim novamente.

- Da minha partida.

- Sua o que? - Sinto que ele está assustado. Por mais que as reações não sejam o seu forte, seus olhos estão mais abertos que o normal.

- Está na hora, Sasuke, depois de amanhã, ao nascer do sol estou indo pra casa. Recebi uma carta de meu pai ontem. - Levanto o papel em minhas mãos pra que ele veja. - Recebi uma proposta de casamento essa semana, de Rock Lee.

- Você conhece esse Rock Lee? - Ele diz antes de pegar a carta de minha mão e passar os olhos por elas.

- Conheço de antes de vir pra cá. - Sasuke fica em silêncio encarando a carta enquanto espera que eu prossiga. - Quando criança, ele sempre falava que iríamos nos casar. Não é primeira pessoa que pensaria quando penso em casamento, mas acho que meu pai quer acabar com essa história antes que se espalhe a história de que eu não sou mais... - ficamos em silêncio alguns segundos até eu achar a palavra certa. - ... casta. - Sasuke me encara e eu faço o mesmo, espero que ele me diga algo, não sei exatamente o que, mas ele parece que tem menos palavras em seu vocabulário do que eu nesse momento. - Você pode me visitar quando quiser. Meu pai vai achar uma honra te receber. Lá não é tão grande, mas é muito mais colorido e o sol é muito mais forte e mais quente, você vai gostar.

- Não quero que você vá.

- Não tenho escolha e também, não tem mais nada pra mim aqui. Meu destino é com minha família agora. - Sasuke reveza seu olhar entre a carta e eu tantas vezes que perco a conta. - Eu preciso ir.

- Eu não quero que você vá. - Ele repete como se eu não tivesse ouvido da primeira vez.

- Desculpa, Sasuke, eu amei ter te conhecido, que pena que foi prestes a eu ir embora. - ele ainda me encara em silêncio, parece que falei um absurdo e ele está tentando assimilar, mas todos sabíamos o que iria acontecer depois que Itachi conheceu a Ino. - No que você está pensando? - Pergunto após um grande silêncio constrangedor que estava me fazendo ficar sem graça.

- Estou pensando em um motivo pra não fazer o que eu vou fazer agora.

- O que você vai f...- Não consigo dizer nada, porque ele me silencia com seus lábios.

Sasuke coloca as duas mãos quentes no meu rosto enquanto me beija. Sinto meu coração socar meu peito, como se quisesse explodir. Não sei de onde veio aquela sensação mas me sinto arrepiar por completo. Fico ofegante, o que é totalmente desproporcional ao beijo que Sasuke está me dando, que é calmo, lento e sem pressa, como se ele estivesse saboreando um doce que ele não quisesse que acabasse.

Suas mãos saem do meu rosto, percorrem lentamente minhas costas e param na minha cintura, mas não passa dali. Ele me segura firme, mas não me aperta, é como se suas mãos se encaixassem perfeitamente em mim.

É estranho como sinto pegar fogo com um beijo tão dócil.

Sinto ele ficar mais ofegante a cada segundo que passa e o som da sua respiração na minha pele me faz estremecer mais ainda, mas ao mesmo tempo, sinto raiva, porque sei que aquela respiração significava que o beijo estava prestes a acabar e tudo que eu queria era que durasse para sempre.

Ele finalmente nos separa e, demora até finalmente abrir os olhos, parecia despertar de um sonho calmo.

Eu quero que ele diga algo, mas tudo que faz é me encarar de cima pra baixo como se fosse a última vez que fosse me ver e estava fazendo um registro para que sua memória não se esquecesse da minha imagem.

- Desculpa, mas eu não podia deixar você partir sem fazer isso. - Ele diz indo em direção a porta que eu entrei. Quero agradecer ele por ter feito isso, dizer que amei cada centímetro de seu beijo, falar que nunca tinha me sentido nas nuvens igual me senti agora, quero implorar pra que ele faça de novo e de novo até eu não ter mais fôlego disponível nos meus pulmões, mas me censuro ao ouvir ele dizendo: - Espero que você faça uma boa viagem para casa. 

Konoha Land - SasuSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora