Capítulo 15

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ALFONSO

Estou sentado em uma mesinha no fundo do Selma's. Quando contei a Brian que havia concordado em vir nesse encontro arranjado, pedi a ele que me recomendasse um restaurante, já que não conheço a região. Ele disse que o Selma's seria a escolha perfeita, e acreditei nele.

Deveria ter percebido quando fiz a reserva que o lugar é caro. Não que eu fosse mão de vaca, mas levar uma mulher a um lugar desses em um primeiro encontro poderia me fazer ser visto como um babaca, como se eu estivesse tentando exibir o meu dinheiro; ou, se ela estiver atrás da grana, trazê-la aqui poderia fazê-la acreditar que sempre seria assim. E a última coisa que quero é que a...Qual era o nome dela mesmo? Merda! Nunca nem perguntei como ela se chama. Ou, se perguntei, esqueci.

Tirando o celular do bolso, digito uma mensagem rápida para Vincent, perguntando qual é o nome dela. Por sorte, depois de a mulher ter cancelado semana passada, salvamos os números um do outro.

Estou prestes a clicar em enviar quando escuto alguém chamando o meu nome.

—Alfonso?— Essa voz, apesar de não a ouvir há anos...eu reconheceria em qualquer lugar.

Largando o celular na mesa, olho para cima e encontro a garota que roubou o meu coração e nunca o devolveu, parada bem na minha frente.

Anahí não é mais uma garota, mas uma mulher. Seu cabelo castanho está cheio de luzes cor de mel, e os olhos azuis, arregalados em choque. Seu corpo, não mais magricela e juvenil, tem todas as curvas nos lugares certos. Um vestidinho preto e simples se agarra ao quadril e expõe os seios empinados e as pernas tonificadas e bronzeadas. —O que você está fazendo aqui?

Eu deveria dizer que estou esperando alguém para um encontro arranjado, mas fico perplexo demais ao vê-la para pensar direito. Olho ao redor, esperando seu marido aparecer, quando ela pergunta:

—Eu vim me encontrar...com você?

Se encontrar comigo? Seria loucura, mas não impossível.

—Talvez...Foi Vincent quem arranjou o seu encontro? —pergunto, torcendo mentalmente a favor. Quais são as chances de eu estar em um encontro arranjado com ela, dentre todas as pessoas?

—Foi. —Seus lábios se curvam em um sorriso deslumbrante, e o meu coração acelera, como se estivesse correndo uma maratona. Anahí é a única garota que tem a habilidade de me afetar assim.

—O que aconteceu com você e o Rick? —indago, confuso pra caramba. Não me entenda mal, estou mais do que feliz pela Anahí estar nesse encontro arranjado, mas, da última vez que a vi, ela estava noiva e prestes a se casar com o Rick. Depois de ela ter destruído o meu coração, e de eu ter quase destruído o meu futuro, cortei todos os laços com ela. Anahí já tinha me bloqueado nas redes sociais e no celular, então foi fácil me afastar e seguir em frente. Bem, fácil não, mas não tive escolha...

—Boa noite, meu nome é Bree e serei a sua garçonete hoje à noite. —A atendente olha de mim para Anahí, que ainda está em pé, enquanto serve dois copos d'água na nossa mesa.

—Por favor, sente-se. — Levanto-me e contorno a mesa para puxar a cadeira de Anahí. Ela agradece e se posiciona na frente do assento. Enquanto empurro a cadeira, sinto o leve aroma do seu perfume. Não consigo evitar e respiro fundo, inspirando tudo. Tantos anos se passaram, mas ela ainda tem o mesmo cheiro.

Tanto o meu coração quanto o meu pau aprovam esse detalhe.

—Alfonso? —ela pergunta, olhando para trás.

Pigarreio antes de conseguir falar:

—Desculpa, é que...o seu cheiro ainda é o mesmo.

Suas bochechas ganham um fraco tom de rosa.

Consequences - Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora