107° capítulo

376 42 7
                                    

Eleonor ⬆️

Dêem a estrelinha para ajudar o livro a crescer ⭐

Boa leitura 💜 🧚🏻‍♀️

Jay.

A cada dia que se passava, eu tentava não pensar em Sarah. Mesmo isso sendo extremamente difícil, eu ainda tentava.

Já haviam algumas semanas que Susan estava praticamente morando na minha casa, me entupindo de comida e me fazendo treinar feito louco.

Estava sendo uma boa amiga e me dando bons conselhos. Ela dormia no outro quarto e nossa amizade passou a ser bem diferente do que costumava ser antes.

Susan ainda diz que foi a chegada de Sarah que mudou completamente a minha essência.

E parando pra pensar, ela tem toda razão.

Mas já fazem oito dias que não a vejo, oito dias afundado em treinamentos e missões para a KGB. Estava ainda em outro país.

E falando da KGB, eu estava recebendo em dinheiro por que ao que parece, tem uma coisa muito séria no meio do sumiço de Sarah.

E não vão me dar a informação de mão beijada.

Assim como Sinclair, Eleonor também me nomeou o seu melhor homem, deixando até alguns caras com inveja e me olhando torto mais cedo na festa que organizaram. Eu havia acabado de chegar, aqueles homens estão lá a anos. É óbvio que não engoliriam fácil o fato de eu ser o melhor.

Mas diferente da KGB para o Sinclair, é que aqui eu recebo o triplo do pagamento que estava recebendo com ele. 

Pra receber esse valor, precisaria fazer pelo menos cinco missões pro velho, e aqui eu faço uma.

Claro, é muito mais puxado. São trabalhos sujos mas nada que envolva inveja, raiva, ódio ou um só "ele merece", como era com Sinclair.

As pessoas que eu elimino são uma ameaça pra humanidade. Grande parte é morta também por estar atrapalhando os trabalhos da KGB, mas nenhuma das mortes envolvem qualquer motivo besta como o velho gordo fazia.

Ultimamente estou eliminando muitos caras que estão envolvidos em esquemas do governo, prontos para lançar a qualquer momento um ataque terrorista que pode destruir um país mais fraco.

Evitei uns três só nos últimos meses, mas eu não era o único a estar fazendo essas missões.

oiiii, como tá aí? — dou um suspiro fundo encostado no peitoral do prédio alto, encarando a vista.

— aqui é maravilhoso. — ao longe, a vista noturna era igual a de Nova York, mas você sentia que era outro lugar e tudo parecia diferente.

e tá na festa já? Tô ouvindo vozes e música. — olho ao redor rapidamente, logo voltando a atenção a vista.

— é, tive uma missão grande hoje, e Samuel me trouxe pra festa. Ele conhece quase todos os caras das missões. — dou uma risadinha, falando assim com Susan por medo dela saber demais sobre tudo isso.

tenta curtir, grandão, sério. Aliás, aqui tá nevando muito e o Brutus tá cagando na sua lavanderia. — eu ri por isso, baixando a cabeça e enfiando a mão dentro do bolso da calça.

— tudo bem, a Sarah ensinou ele a usar o tapetinho, deve ter por aí. — ao me dar conta do que falei, o meu peito voltou a acelerar e aquele sentimento culposo me rodeou.

Eu estava aqui... Eu estou aqui todo esse tempo. Sarah deve estar sofrendo tanto e se perguntando se eu não irei buscá-la. E eu aqui em uma festa!

Eu prometi a ela. Foi a única coisa que ela me pediu antes de Sinclair tirá-la daquele galpão.

          

E eu tô falhando com ela.

— oque eu tô pensando, Susan? — me desespero.

oque? Como assim?

eu vou procurar ela quando? Quando ela estiver em decomposição?! — me altero, enlouquecendo ali mesmo não ligando quem estava por perto de mim.

credo, Jay, não fala assim. Relaxa, tenta relaxar. — eu estava em estado de choque.

— tô em Veneza, na Itália. Sarah pode estar em qualquer parte do mundo! — meus olhos enchem de lágrimas e eu seguro ao máximo para não chorar.

A culpa dói mais quando choro.

lembra, meu amor, tenta lembrar, você tem que ter calma. — fecho os olhos e respiro fundo, chorando baixo.

— preciso de um bom plano, e do Samuel. — me entrego a sua calmaria, falando a frase decorada, imaginando que Sarah não precisa do meu desespero. 

isso. E essa mulher aí vai te ajudar, mas você sabe, não pode ser assim, você precisa dar em troca o seu trabalho.

tô dando trabalho de mais em troca, Susan. Eu tô ficando maluco.

relaxa por favor, Jay... O contrato do seu amigo vai acabar em um mês.

um mês é muito, Susan... A porra de um mês é demais! — grito alto, ouvindo do outro lado da chamada o silêncio de Susan e ao redor alguns olhares espantados. — um mês é muito... — meu choro sai calmo mas já estava sem esperanças.

Estava tudo indo por água abaixo.

— eu trabalho pra quem for, Susan, desde que isso traga a minha mulher de volta. — mato quem for, inocente ou não, mas isso precisa trazê-la de volta pra mim!

te deram quase certeza de que Sinclair vendeu ela pro John, não foi isso que falaram semana passada? — engulo em seco, me esquecendo completamente disso.

Talvez essa ideia ainda não tenha decido. John devia muito pro Sinclair, e Sinclair não venderia Sarah sabendo que isso é tudo que ele quer.

Não engoli essa hipótese, até por que era uma "quase certeza".

— ela nem deve tá lá.

mas se tiver, presta atenção, se ela tiver, você sabe que ele ama muito ela e que não vai fazer nenhum mal. — eu ri irônico disso.

— e você acredita mesmo, Susan? — nego fraco. — ele tem uma paixão doentia por ela. Sarah, se tiver lá, tá sofrendo com estupro e tortura psicológica. — fecho a cara. — e eu juro, não vou ter dó e nem piedade. — alerto, sentindo meus olhos arderem de raiva.

só tenha mais um pouco de paciência. Só mais um mês. Se afunda em missões pra ocupar a cabeça que aqui eu vou tá cuidando de tudo. Principalmente dos filhos de vocês.

Isso me tirou bons sorrisos. Lembrava do dia que a baixinha me convidou pra sua casa e lá tava uma bolinha de pelos. Sarah disse que era nossa filha, assim como Brutus era nosso filho.

E eles precisam dela. Eles precisam do amor incondicional e puro que ela tem a oferecer. Eles precisam que ela volte pra casa.

E eu juro, eu farei de tudo pra trazer a mãe dos meus filhos pra casa de novo.

[...]

O quinto copo de whisky já estava me deixando engraçado.

Mas eu não estava bêbado, só deixei que achassem isso depois que a conversa com Samuel fez sentido na minha cabeça.

• Paixão Obsessiva Where stories live. Discover now