ANA LUIZA FERRARI
– E o que isso significa? – Pergunto pra médica com os olhos brilhando.
– A remissão total da sua doença Luli, você está curada. – Ela fala e eu coloco a mão na boca, Abel estava do meu lado e minha mãe do outro, ouço os soluços da minha mãe Abel me puxando pra perto dele me dando um beijo demorado na testa.
– Esperei muito ouvir isso doutora, eu nem consigo acreditar. – Falo com sinceridade e ela sorri.
– Você venceu tudo Luli, agora vá viver tudo que você me contou que quer viver naquela consulta que tivemos, e nunca se esqueça do seu segundo aniversário.
Ela fala se referindo ao dia que a medula de abel pegou em mim, eu sorri concordando, querendo sair daquele ambiente hospitalar o mais rápido possível, só quem fica tanto tempo em um hospital consegue entender a ânsia de sair dele.
– Eu acho que vocês merecem uma noite só dos dois... – Minha mãe fala enquanto andamos pro carro, Abel da um sorrisinho e eu mordo os lábios.
Fazia um mês desde que saí do hospital e nesse período todo, além do período em que não estávamos juntos, não transávamos, então fazia mais de 4 meses?
– Eu acho que pode ser legal. – Falo olhando pra Abel que sorri.
– Pra onde você quer ir?
– Nem te conto pra onde ela quer ir. – Minha mãe fala e eu olho pra ela de cara feia, já Abel da uma risada alta fazendo um toque com a minha mãe, os dois tinham se aproximado muito desde que eu fiquei doente, até por conta das crianças já que minha mãe sempre nos ajudou.
Chegamos em casa e eu sorri vendo meus pimpolhos com a babá, sim eu me rendi a isso, apesar de amar e estar com eles todo o momento, eu precisava descansar, ainda mais nos períodos que eu me sentia fraca, não era fácil lidar com dois bebê.
E eles se deram tão bem com a Cida, que já era uma senhora de 62 anos, muito atenciosa.
– Eles deram trabalho Cida? – Pergunto sentando do lado dela no chão onde Liv estava com um mordedor na boca e Fernando estava assistindo toy story que passava na televisão, não sabia quantas vezes ele já tinha assistido, eu não via a hora de levar ele pra Disney.
– Estão ótimos Luli, os dentinhos da Liv está coçando mas ela é a bebê mais boazinha que eu conheço.
– Não puxou pra mãe. – Ouço Abel falar de fundo, e assim que minha neném ouve a voz do pai surta batendo palhinhas.
– Oi meu amor. – Abel segura a neném no colo e eu dou um beijinho em seu pescoço gordinho.
– Tá com soninho príncipe? – Pergunto indo até Fernando que estava com a chupeta na boca e os olhos quase se fechando.
Ele tira a chupeta e pede colo pra mim e eu sorrio com a sua manha segurando ele.
– Cida, a Luli está totalmente curada.
Minha mãe aparece falando e Cida me olha sorrindo com os olhos marejados, apesar do pouco tempo em que ela estava com a gente, havíamos nos apegado muito.
– Minha princesa, que notícia maravilhosa. – Ela vem me abraçar e eu sorrio abraçando ela, e Fernando que estava no meu colo passa as mãozinhas a abraçando também tirando suspiros sinceros de todos.
– E você vai comemorar onde? – Ela pergunta e minha mãe da um sorriso.
– Nesse ponto que eu queria chegar, o Abel tem alguns dias de folga ainda, você não acha que eles deveriam ir viajar? Só os dois. – Minha mãe fala e Dona Cida concorda.
– Estão esperando o que? com esse marido bonitão filha. – Dona Cida fala e Abel gargalha.
– Eu vou, quer dizer nós vamos, estamos tentando planejar uma viagem com as crianças pra Disney, mas o Abel vai voltar a trabalhar.
falo e ele concorda.
– Mas já temos as datas fifa, vamos conseguir planejar a viagem. – ele fala sorrindo e eu concordo.
Agora por ser da diretoria do clube, ele não tinha tantos compromissos além dos do dia a dia, não precisava viajar em todos os jogos ao menos que quisesse, sabia que ele ia querer a maioria, mas sabia também que ele ia querer ficar mais em casa comigo depois de tudo que passamos.
– Vou subir pra descansar. – Falo dando um beijinho em Fernando que já pede coloco pra minha mãe.
– Vão la meu amor. – Minha mãe sorri e Abel coloca Liv que tinha dormido em seu colo no carrinho antes de subir comigo pro quarto.
– Podíamos ir pra aquele lugar que a Laura arrumou pra gente enquanto estávamos ficando. – Ele lembra e eu sorrio.
– Ah aquele lugar, dia que eu descobri que estava apaixonada por você e você querendo ir pra puta que pariu ser treinador.
– Eu nunca quis sair do palmeiras, foi só uma fase. – Ele fala segurando a minha cintura e passando a mão na minha nuca. – Tivemos noites ótimas lá.
Eu sorrio safada, meu Deus eu estava necessitada desse homem.
– Podemos começar aqui. – Falo no seu ouvido mordendo sua orelha e quando olho sua reação ele está de olhos fechados.
– Não mesmo, você precisa descansar um pouco mais, e tomar suas vitaminas, pensou desmaia?
– Desmaiar na pica. – Falo e ele me olha indignado, eu começo a gargalhar alto enquanto ele continua balançando a cabeça negativamente. – O famoso, morremos de foder.
– Luli? – Ele fala mordendo os lábios eu começo a rir.
– Vai dizer que não tem saudade dessa versão minha? Lá do começo? Piadista pra te conquistar e safada.
– Eu amo todas as suas versões Luli, e todas estão ai dentro de você, você só as desperta quando precisa. – Ele fala me dando um beijo na testa e eu sorrio o puxando pra mim e beijando sua boca com vontade, tudo em nós encaixava, nosso beijo era surreal, eu sou e sempre seria maluca por esse homem.
– Eu te amo, sei que eu tenho te agradecido muito nos últimos dias, mas obrigada por tudo.
– Eu faria tudo de novo, mas você está curada e não precisará mais de nada disso, desse sofrimento.
– Sim, me ensinou muitas coisas e me mostrou quem está do meu lado. – Falo e ele sorri.
– Eu sei.
– Amanhã vou mandar mensagem pra Lau pedindo pra ela reservar pra gente o lugar. - Falo colocando um lembrete pra ligar pra diretora da The 1, que por mais que não fosse mais minha assistente, era meu braço direito em tudo.
– Tá bom, toma suas vitaminas. – Ele joga o potinho e eu gargalho.
– Ta me deixando muito forte em Abel, vai aguentar?
– Não me subestima. – Ele fala me olhando sério e eu tenho que juntar as minhas pernas para disfarçar os efeitos que ele causava em mim, engulo os dois cumprindo e vou para o banho.
(...)
– Ele está muito grudado comigo, será que está sentindo? – Falo passando a mão pelo os cabelos lisos do Fernando, que estava deitado no meu colo cochilando.