° Capítulo 31 °

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Alexandre »

Cruzo o portal da cozinha rindo das histórias dos meus tios procurando a bandeja de uvas, encontro a pegando pelas hastes até que sinto alguém se aproximar por de trás:

- Me dê, querido. - sorri.

Retribuo o sorriso e entrego a bandeja para minha mãe.

- Cassandra ainda não saiu de casa?

Comprimo os lábios quase aborrecido:

- Nenhum sinal de vida - dou de ombros pondo as mãos nos bolsos por hábito.

- Por que não liga para ela?

Observo minha mãe sair e levo minha atenção ao relógio na parede.

"21:48 pm"

(O que será que houve para ela demorar tanto?)

Considero a ideia de minha mãe e vou até o lado de fora caso Cassie estivesse por perto. Procuro seu contato e Clico no mesmo para iniciar uma chamada, após oito toques acaba indo para caixa postal, franso o cenho e retorno a ligação, demorou um pouco mas consegui ouvir um ruído sutil do outro lado da linha:

- Cassie?

- Oi Alexandre... É... Desculpa o atraso.

- Pensou três vezes antes de vir? - tento brincar.

- Eu pensei em considerar a ideia sim, mas percebi que... Não seria justo ficar à mercê de meus pensamentos deprimidos de novo.

- Como assim?

A ouço rir pelo nariz.

- Relaxa, não tem haver com você se é essa a dúvida.

- Ufa, poderei dormir bem graças a sua confissão. - ponho a mão no peito.

Ficamos em silêncio, escuto um som de um carro passar na linha:

- Está muito longe? Posso te encontrar se quiser.

- Vai me acompanhar por dez passos?


Tombo a cabeça um tanto confuso com sua resposta. Sigo um carro passar com os olhos e me viro encontrando Cassie. Seu braço cai ao lado do corpo e seus lábios curvam em um sorriso tímido, ela acena para mim  e a comprimento com um movimento de cabeça, seus cachos prendiam em seu ombro, sorrio vendo como estava linda e em como a saia lhe caia bem. Vou até seu lado guardando meu celular no bolso traseiro da calça:

- Está bonita.

- Sua mãe quem lhe disse para dizer? - sorri divertida.

- Bom chute, mas não dessa vez - ela baixa os olhos - está linda.

- Obrigada... - alisa a saia - Você também está. - assente me olhando.

Rio e aponto para o portão de minha casa.

- Oh é, tome. - me entrega uma sacola de papelão.

- Eu disse que sua presença bastava, Cassie.

- Não para mim, você me conhece.

Abro a sacola retirando uma vasilha, eu abro um pouco a tampa.

- Suspiros? - ela assente.

- As raspas de limão são para dar um sabor a mais. - aponta para os doces.

Eu sorrio vedando o pote novamente.

- E também não seria justo com sua família nem você, além do mais eu prometi, não prometi mas... Ah você entendeu, não gosto de voltar atrás quando - ela me olha, me seguro para não rir - não ria de mim. - me empurra.

- Desculpa - rio - é que é fofo você brincando com suas mãos quando tenta se explicar.

- Não é fofo.

- Tá, - reviro os olhos . - obrigado por manter a palavra então. - alcanço sua mão beijando suas costas.

Abro o portão e deixo Cassie passar, ela pareceu sussurrar "licença" quando entrou, sorrio fechando o portão e sigo na frente.

- Seus tios estão se divertindo?

- Parece que sim, gostei de ter ficado. - da de ombros.

- É legal ter a própria companhia.

- Agora não está sendo tão... agradável.

- O que quer dizer? - a encaro confuso.

- Nada do que já não tenho passado. - sorri - mas é véspera de Natal, não é dia para assuntos tristes, me mostre sua casa.

Sorrio apesar do leve incômodo.

(Um dia você irá se permitir confiar, Cassie?)

Seguro sua mão firme.

- Tenho pessoas a te apresentar.


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