Alguns meses antes.
MARIANA
Estava voltando para o Tocantins, depois de mais ou menos uns seis meses da última vez que vim visitar meus pais, morava em São Paulo há 5 anos fazendo faculdade e trabalhando, e meus pais iam me visitar com mais frequência do que eu vinha para Porto Nacional.
Descendo no aeroporto, procuro por Mohana ou Juliano que viriam me buscar, mas não encontro ninguém.
Então vou ao banheiro, e checo meu celular para ver se tinha alguma mensagem deles me explicando o por quê me esqueceram, mas não havia nada.Então respiro fundo e resolvo sentar e esperar alguns minutos, talvez não tivesse passado tanto tempo, mas eu já estava muito irritada por eles fazerem eu ficar esperando, resolvo ligar para Mohana, que me atende depois de alguns toques.
- Vem cá você não vem me buscar no aeroporto ? - eu falo antes dela poder dizer um "oi"
- Ué Mari, o Henrique disse que ia te pegar! - ouço ela falar em tom preocupado. - Ele foi pra cidade resolver uns negócios e disse que não precisava me preocupar com você.
- Claro! Tinha que ser ele pra me fazer esperar.
- Ele já deveria estar aí! - seu tom de voz era uma mistura de estresse e preocupação.
- Ele deve tá chegando Moh, eu vou esperar mais um pouquinho...
- Se aquele irresponsável não chegar em 10 minutos me avise!
Nesse momento vejo Henrique entrar correndo no saguão do aeroporto, e eu faço um bico de reprovação
- Ele chegou! - eu falo impaciente - daqui a pouco eu chego aí ! - encerro a ligação.
- Mari? É você? - Henrique chega meio sem jeito. - Como cê tá diferente! - ele fala coçando a nuca
Embora eu tenha vindo algumas vezes para o Tocantins, não havia mais me encontrado com ele.
Ele também havia mudado muito, eu já tinha visto nas redes sociais, mas pessoalmente é outra coisa, embora que ele sempre foi um cara bonito, hoje ele era muito mais, e muito mais atraente.- Você também tá bem diferente hein?! - eu falo sorrindo. - e atrasado né?
- Poxa me desculpa, eu tava meio... Ocupado...
Sabia que Henrique era um galinha de carteirinha, mas daí a ter um rolo em plena manhã de sexta...
- Você é ligeiro hein?! - zombo dele que ri olhando para o chão.
- Então... Acho melhor a gente ir, antes que sua irmã fique preocupada!
- Ela já sabe que você está atrasado! - vejo seu semblante reluzir um pouco de espanto. - Ela não vai brigar com você! - eu falo pondo a mão no seu ombro rindo.
- Tomara, as vezes eu tenho um pouco de medo dela... - eu rio com seu comentário, e Henrique pega minhas malas.
No caminho para a fazenda conversamos sobre várias coisas, Henrique pelo jeito não mudou nada, e agora que estava ainda mais atraente aproveitava duas vezes mais.
E quando ele pergunta se eu ainda namorava, sorrio ao me lembrar de Fernando.
- Namoro sim! - ele por um momento desvia seu olhar da estrada para mim.
- E agora não vai ter medo de deixar ele em São Paulo? - ele fala maldosamente.
- Ele não é como você! - eu o corto simplesmente, vendo ele abrir um sorriso enorme.
- Se você diz! - ele da de ombros. - Hoje de noite vamo fazer um churras, se você quiser ficar por lá...
- Claro eu fico sim, eu gosto dessas "festinhas" de vocês. - Henrique sorri.
Algum tempo depois já havíamos chegado na fazenda e Moh me recebe de braços abertos com as meninas, logo Juliano também aparece.
- E aí cunha' - ele fala me dando um abraço também. - fez uma viagem tranquila?
- Sim, só... Alguns contratempos bobos... - eu falo olhando para Henrique que estava encostado no batente da porta sem jeito.
- Ricelly Henrique, você não falou que não precisava eu me preocupar com a Mariana, e chega atrasado no aeroporto? Aonde você estava hein? - Mohana fala se direcionando a Henrique.
- Cê realmente precisa de uma explicação? - Juliano fala se aproximando por trás de Moh.
- Francamente Henrique que responsabilidade você tem? É mais velho que nós 4 e o mais infantil!
Nesse momento ouço passos e ao me virar vejo os pais dos meninos, dona Maria me olhava com a doçura de sempre, e seu Edson também sorria.
- Mariana com você tá linda, né Edson? - ela fala pegando em minhas mãos.
- Se tornou uma mulher linda. - eu sorri para eles sentindo minhas bochechas esquentarem.
- Quanto tempo, como senti falta de vocês! - eu dou um abraço em cada um.
- Agora vamos para a cozinha comer alguma coisa, e o almoço vai demorar um pouquinho ainda, mas tem café quentinho e bolo de fubá.
- Huum bolo da dona Maria! - eu falo lambendo os lábios.
- O pai... o manin'... - Juliano fala com um olhar de julgamento para Henrique - disse que ia pra cidade pra buscar a Mariana, mas se atrasou pra chega no aeroporto, certeza que tava com algum rabo de saia.
- Caramba mano como cê é fofoqueiro! - Henrique fala dando um tapa na nuca do irmão.
- Quando você vai tomar juízo Ricelly? - Seo Edson o repreende.
- Eu já tomei pai... - todos olham curiosos para ele - tomei, mas não gostei! - ele ergue os ombros.
Nesse momento eu não consigo disfarçar uma risada, enquanto via dona Maria puxar a orelha dele fazendo ele arquear as costas pro lado.
- Respeita seu pai menino!
- Aiai mãe! - ele fala passando a mão na orelha.
-Com 30 anos e ainda leva puxão de orelha da mãe! - Juliano caçoa do irmão.
- Agora chega, vamos Mari, você deve tá com fome!