Crónicas de Aetelyra - O Começo

Capitulo 1

86 d.S. — 86 anos depois da SeparaçãoCastelo de Goldenwood — Int. — Corredores / Quarto do Rei — Fim da Tarde

Ereus descia ao longo das asas de Voxion, o seu pai, quando uma carta chegou para o Rei Henry Richmond.

Nos corredores do castelo de Goldenwood um mensageiro corria com uma carta na mão, em direção ao quarto do Rei.

Ao lá chegar foi parado pelos dois guardas que ficavam à porta.

Gua: — Alto!

Mens: — Bom dia, meus senhores. Eu... g-gostaria de falar com o Rei... é urgente! — Diz-lhes, ao tentar recuperar o fôlego.

Gua: — O que é que tem de tão urgente para falar com o Rei, jovem mensageiro?

Mens: — É-é uma carta de Everdeen. — diz, esticando a carta com o selo de veado.

O guarda arregala os olhos e bate na porta do quarto três vezes.

R.H.: — ENTRE!

Gua: — Faça favor! — exclama, abrindo a porta ao mensageiro.

Mens: — Obrigado!

O mensageiro caminha até aos pés da cama do rei, onde Henry remexia um baú.

R.H.: — Ora viva, meu querido! Desculpa lá... — exclama enquanto se tenta levantar.

Mens: — Eu ajudo-o! — Retorque, colocando-se ao lado do rei e ajudando-o a levantar-se, bem devagar.

R.H.: — Muito obrigado, meu querido... podes relembrar-me o teu nome?

Mens: — Lucas, Vossa Majestade! Lucas Tenor!

R.H.: — Ah, sim! Perdoa-me, meu querido! A idade traz sabedoria, mas também traz esquecimento e dor... muita dor. Ai ai...

Lucas encara o rei, sem saber bem o que dizer...

R.H.: — Mas diz-me, rapaz, o que te traz aqui?

Mens: — Ahm... chegou uma carta de Everdeen, Excelência.

R:H.: — Graças a Elene! Esperava essa carta há tanto tempo! — estica o braço para receber a carta.

Lucas entrega-lhe a carta e o rei dirige-se, com o auxílio da sua bengala, à sua secretária cheia de cartas e páginas soltas do livro que Margaret, a rainha, andava a escrever. (Muito bom, por sinal. Margaret tinha o doce dom da palavra e usava-o com a maior maestria)

R.H.: — Vamos ver se o rei Patrick MacLeod aceitou os termos da nossa aliança. Anda daí, rapaz. Os meus olhos já não são o que eram.

O rei tira o verde selo e, cuidadosamente, tira a carta de dentro do envelope e estica o braço para Lucas.

R.H.: — Poderias ler esta carta para mim, por favor, jovem Lucas?

L: — C-claro, claro! Mas não há nenhum problema? Afinal é correspondência entre sua excelência e o Monarca de Everdeen, senhor.

R.H.: — Tu estás a desobedecer a uma ordem direta do teu rei? — questiona com uma cara fechada (🤨) e juntando os dedos das duas mãos.

L: — N-não, não. Não é nada disso, senhor.

R.H.: — Estou a brincar contigo, rapaz. Não há problema nenhum. Se a resposta for positiva, eu já vou chamar toda gente para contar para todos. Tu só vais saber um pouco mais cedo! Lê lá para mim, por favor. — responde-lhe, sorrindo.

(Eu adoro este rei. Que vontade de apertar aquelas bochechas flácidas quase inexistentes).

L: — Com certeza!