CAPÍTULO 15

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notas da autora: see you at midnight 👀

Certamente correr por quadras até a residência do atleta não estava na lista de suas prioridades. Nem ao menos percebeu para onde estava indo. Depois daquela garrafa de vinho, a fisioterapeuta cismou que deveria correr para esvaziar sua mente. Então trocou a roupa que havia vestido para dormir por um short de malha e blusão, além dos tênis para corrida. Não se preocupou em prender os fios loiros.

Quando saiu de seu apartamento, a chuva já havia cessado temporariamente. Sua mente vagava por diversos pensamentos a cada passo de corrida que dava, cada vez mais longe de casa. Pensou sobre o que sentia em relação a Travis, e não se recordava de ter sentido algo tão intenso em toda a sua vida, ele era como pular de paraquedas. Era adrenalina pura, era como se estivesse viva de novo. Apenas ele despertar sensações eletrizantes sobre todo o seu ser, era nele que pensava antes de dormir desde o dia que se conheceram. 

Só não sabia se queria beijá-lo ou jogá-lo precipício abaixo.

— Taylor… – ele sussurrou em um tom audível, dando passagem para ela entrar, a puxando para dentro com cuidado, e fechados a porta atrás deles. Estava gelada. 

A mulher engoliu em seco ao observar como o tight-end estava, se questionando internamente se havia algum tipo de tecido embaixo daquela toalha, talvez estivesse encarando demais. Suas bochechas iriam estar coradas se não estivesse com tanto frio.

— Eu não consegui dormir… – sussurrou um pouco mais baixo — Eu só conseguia pensar no que aconteceu no carro.

Prendeu a respiração por mais tempo do que o indicado, respirar era difícil. Tentou interpretar de diversas formas a frase da mulher, havia escutado corretamente? Ela riu com a confusão no rosto dele.

— Você bateu a cabeça? – ele questionou após alguns breves segundos, segurando com ambas as mãos no rosto alvo, examinando se a mesma tinha alguma lesão que pudesse justificar sua atitude.

— Não, mas eu estou com sede – ela falou ainda mais baixo, seu olhar ainda vagando pelo peitoral exposto. Quando o tight-end virou de costas para se dirigir a cozinha, permitiu encarar o volume de sua parte traseira no tecido branco da toalha.

— Vem cá, bebe essa água, melhor beber natural mesmo. Depois subimos para tirar essas roupas – ele engoliu em seco ao pensar no duplo sentido de sua fala — Não não, no caso substituir essas roupas molhadas.

Ergueu o braço para alcançar um copo no armário antes de guiá-lo para o filtro. Aquela ação demorou poucos segundos, mas na visão da loira acontecia tudo em câmera lenta, os detalhes da musculatura exposta. Soltou uma lufada de ar, sentindo o peito comprimir quando sua visão caiu sobre a pelvis do atleta, sentia arrepios com o formato em V que era coberto parcialmente pela toalha. Resmungou de forma discreta quando sentiu o pequeno formigamento no pé da barriga, lutando contra a vontade de cruzar as pernas para aplacar o desejo.

Após receber o copo em mãos, a loira levava a borda de cristal aos lábios, o olhar atento só atleta analisando cada pequena ação. Assim que a mesma terminou a bebida, ele sinalizou para que ela a seguisse para o andar superior.

— Vai ficar aí parada? Vem, vou pegar algo pra você vestir – Ao adentrar a suíte principal, fora automaticamente arrebatada pelo cheiro másculo que aquele quarto exalava, o cheiro de Travis. Engoliu em seco quando a porta atrás de si fechou, colocando as mechas úmidas atrás da orelha.

— Eu vou me vestir e trago algo para você. – ele sinalizou enquanto andava pelo cômodo, possivelmente em direção ao closet, os olhos atentos da fisioterapeuta acompanhando cada movimentação.

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Tentou não olhar, mas sua curiosidade falava mais alto. Então, atenta aos reflexos do espelho do closet, engoliu em seco quando teve a visão completa das costas do tight-end sem roupas, desviando o olhar rapidamente. Ele saiu vestido com uma samba canção vermelha e uma regata branca, o que a loira achou um grande desserviço, a visão do jogador sem camisa estava atrativa em demasia para os azulados curiosos. Ele se aproximou, com roupas dobradas para ela.

— Peguei uma samba canção com cordão, foi a menor que eu achei, e um camisa – ele entregou as duas peças de roupa, observando como a loira estava ainda com os lábios bem roxos — Você pode usar o banheiro para tomar um banho quente, eu vou descer e preparar alguma coisa quente pra você, fique a vontade – ele esperou que ela dissesse algo, mas como a mulher ficou em silêncio ele prosseguiu — Tem toalhas limpas no banheiro, vou sair para lhe dar mais privacidade.

— Travis. – ela chamou, fazendo o atleta parar na porta, metade do corpo dentro do cômodo e a outra metade no corredor. Ele a encarou, aguardando que ela prosseguisse — Obrigada… Eu já desço.

Ele assentiu, lhe direcionando um sorriso compreensível. Não fazia ideia do que de fato havia motivado a loira a retornar para a sua casa, mas não iria estragar tudo. Assim que o homem de quase dois metros de altura saiu do cômodo, a mulher se permitiu encarar um pouco mais aquele ambiente. A cama era enorme, o que fazia todo o sentido dada a estatura do mesmo. Tinha pelo menos seis travesseiros na cama, a loira riu com o exagero, apostando que ele dormisse de fato com no máximo dois.

Seguiu para a suíte, era revestida por um mármore “branco gelo”, encantada com a iluminação do ambiente. A banheira era enorme e ficava de frente para um espelho embutido na parede que ia do chão ao teto, absolutamente deslumbrante. Se despiu, colocando a roupa molhada em cima da pia, pegou uma toalha branca no armário próximo ao chuveiro, ligando a transmissão e suspirando quando a água quente colidiu contra sua pele gelada. Decidiu não molhar os cabelos novamente, fazendo um coque. Pegou o sabonete líquido disponível, despejando o mesmo em sua mão e espalhando pelo corpo, a fragrância era masculina, exatamente o cheiro do atleta. Certo, ela iria enlouquecer. 

Não se prolongou tanto no banho apesar da água estar deveras agradável. Se preocupou em se secar e vestir as roupas que havia pego emprestado. Por não ter peças íntimas secas, vestiu a samba canção que estava totalmente folgada em seu corpo, entretanto devido a cordinha fora possível ajustar para que não caísse mais. Vestiu a camisa que o atleta havia entregue, era uma camisa com a logo dos Chiefs, enorme na cor cinza.

Tratou de soltar os fios loiros para que secassem e pegou a roupa molhada, se dirigindo para o andar de baixo na ponta dos pés. Apesar do aquecedor da casa estar ligado, o chão ainda estava um pouco frio.

— Que bom que a madame resolveu aparecer – ele alfinetou bem humorado assim que a mais nova adentrou o cômodo, estendendo as mãos para pegar as roupas da mesma — Vou colocar na secadora, bebe esse chá que eu preparei pra você – ele apontou para a enorme xícara vermelha no balcão logo depois de pegar as roupas encharcadas da fisioterapeuta, seguindo para a área de serviço.

A loira pegou a xícara com cuidado, experimentando a bebida quente. Chá de menta definitivamente cairia bem com a situação, afinal tanta chuva deixaria seu sistema respiratório congestionado. Ela caminhou com a xícara para a sala, sentando com as pernas cruzadas no sofá enquanto aguardava pelo atleta.

Ele se aproximou logo em seguida, com outra xícara em mãos e se sentando em uma distância considerável.

— A gente podia falar sobre… – ele balançou a cabeça e forçou um sorriso. Indicando que queria falar sobre o que aconteceu no carro.

— Sobre?– ela questionou, erguendo uma sobrancelha enquanto o encarava.

— Você sabe do que eu estou falando – se acomodou no sofá, observando a mulher ao seu lado colocar a xícara na mesa de centro em frente a ambos.

— Foi um erro – foi direta.

— Não pareceu um erro para mim –
ele murmurou.

— Você espera que eu diga o quê? – ela sussurrou, colocando uma mecha loira atrás da orelha — Que eu estou quase enlouquecendo por sua culpa? Que não tem um mísero dia que eu não idealize como seria se as coisas fossem diferentes? Que toda vez que eu juro que eu te odeio eu estou negando a mim mesma que eu estou fodida pois a única coisa que eu quero é me perder em você?

Atropelou as palavras de uma vez. O tight-end continuou com o semblante sério, as pupilas dilatadas em meio ao mar verde de seus olhos, ela engoliu em seco ao perceber a intensidade que eles transmitiam. Ficou de pé prestes a levantar, mas sentiu a mão firme segurar em seu pulso e a puxando em sua direção.

— Ah… – soltou o ar por entre os lábios assim que seu corpo caiu parcialmente sob o do jogador no sofá. As mãos delicadas espalmadas no peitoral alheio na vaga tentativa de se equilibrar, notoriamente ofegante pelo pequeno susto, o coração acelerado quase saindo pelos lábios.

— Você não me deu o direito de responder – ele sussurrou, os rostos próximos — Você acha que é difícil para você? Pois então saiba que eu passei as últimas semanas jurando que não te suportava, que não te queria por perto e que abominava sua companhia – ele sussurrou, com os braços rodeou a cintura alheia, erguendo-a e a puxando para si mesmo, ajustando a mulher em seu colo com uma perna de cada lado.

Tocou com suavidade a bochecha alheia, acariciando com o polegar, as testas coladas enquanto o ar saia pesado de seus pulmões. Os nariz se tocavam e os lábios colidiam suavemente sempre que realizavam qualquer movimentação.

— Vai se foder – a voz angelical saiu falha e rouca, Kelce sorriu contra os rubros da mulher.

— Diga isso de novo – com a canhota, afundou os dedos nos fios loiros e puxou suavemente para trás, afastando o contato de suas testas, deixando a mulher completamente à sua mercê.

— Vai. Se. Foder – repetiu pausadamente, e para provocar o atleta, remexeu o quadril de forma sutil, causando uma pequena fricção entre suas intimidades ainda cobertas por diversas camadas de roupas. Não era o suficiente para nenhum dos dois.

Ele não respondeu, apenas a puxou contra si invadindo a boca alheia com voracidade. O desejo latente explodindo em seu peito. Ele aprofundou o contato instantaneamente, suas línguas brigavam por dominância. Ela guiou as duas mãos para o rosto do homem, acariciando a barba curta enquanto tentava manter algum controle da situação.

Travis sentia como se seu peito fosse explodir, beijar aquela mulher era como flutuar, ele estava ferrado.

— Eu não devia…– ela sussurrava baixo, quase inaudível. — Merda eu não devia fazer isso.

Ele abriu os olhos, capturando o exato momento em que uma lágrima de culpa escorreu da bochecha dela, secando-a com o polegar.

— Eu odeio tanto você – a loira continuou a murmurar, roçando os lábios suavemente nos do tight-end.

— Então me odeie mais porque eu quero tudo de você – ele devolveu, mordiscando o lábio inferior dela, fazendo a fisioterapeuta sorrir com o ato.

— Eu tenho um namorado.

— Eu não estou vendo ele aqui.

— Travis… –  sussurrou manhosa, o atleta apenas a puxou mais contra si, unindo seus corpos como se deseja-se torná-los um só.

— Você ama ele? – questionou, enquanto seus lábios percorriam a pele exposta do pescoço alheio.

— Não é justo você me fazer essa pergunta com a boca em mim… – resmungou, o atleta riu ainda contra sua pele, se afastando para que se olhassem, olho no olho.

— Você ama ele? – insistiu, colocando uma mecha loira atrás da orelha.

— Se eu ainda amasse ele, acha que eu estaria aqui?

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